Sinopse
"Horror em Amityville", escrito por Jay Anson em 1975, fala sobre os acontecimentos na casa 112 da Ocean avenue no bairro de Amityville nos poucos dias em que a familia Lutz lá habitou entre dezembro de 1974 e janeiro de 1975, por apenas dezoito dias.
George e Kathy Lutz compraram a casa de seus sonhos, uma grande casa em estilo colonial na pacata Amityville, incrivelmente barata, perfeita para o casal, seus três filhos e seu pastor alemão. Com varios quartos, escritorio, um lago e abrigo de barcos, perecia perfeita. No entanto, eles desconheciam a verdade sobre aquela casa.
Oque eles não sabiam era que um ano antes, Ronald Defeo, (filho mais velho dos Defeo, a familia que lá morou antes dos Lutz) numa noite, pegou a espingarda de seu pai e foi de quarto em quarto matando seus quatro irmãos e seus pais, cada um com um tiro nas costas, ás 3:15 p.m. sem que ninguem ouvisse. Quando confrontado pela policia, ele dissera que o demônio o fizera fazer aquilo.
Desde o primeiro dia, Kathy Lutz percebe que há algo errado com a casa , ouve vozes, coisas estranhas acontecem e George muda completamente de comportamento, tornando-se recluso no porão e começando á ter sensações estranhas e pensamentos macabros de matar sua famila, assim como Ronald Defeo.
E isso não é tudo: Objetos se movem sozinhos; Harry o cachorro, começa á ficar doente; toda noite George acorda exatamente ás 3:15 p.m. e ouve no andar de baixo sons estranhos e tem o incontrolavel impulso de ir de quarto em quarto para ver se todos estão bem e também de ir até o abrigo de barcos.
Sem saber mais o que fazer, Kathy Lutz pede ajuda ao padre da cidade, no entanto, as emanações maléficas da casa também o afetam. Numa pesquisa mais á fundo, Kathy descobre que aquela casa era palco de rituais satânicos e de certa forma um portal para demônios. Eles fogem da casa em janeiro, tendo ficado apenas desoito dias, depois de testemunhar acontecimentos demoníacos entre o natal e o ano novo.
Impressões
Livro baseado em um acontecimento real, descrito de forma fiel e realistica, deixa qualquer leitor com um frio na barriga. Dividido entre os dias em que a familia Luts ficou na casa, o autor não deixou nenhum detalhe de fora, desde á mancha na lareira que parecia um demônio até o leão de porcenana que parecia se mexer e que "atacou" George.
Como gosto muito de historias reais, encaro esse livro mais como um documentario do que uma ficção baseada num fato real e é exatamente o que o torna assustador, por que oque aconteceu com as duas familias foi real.
Por quê você deve ler?
Por que o filme é um merda! Detesto quando esses produtores mudam a história para deixar o filme "comercial". O livro tem muito mais conteudo, detalhes, e é 10 vezes mais assustador e plausivel do que o filme.
E outra coisa, em 1974 terror era terror de verdade.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
0
"Mil novecentos e cinquenta e quatro foi o ano em que tudo aconteceu. Era outono, fim de outubro, me lembro que as arvores tinham suas folhas amareladas e avermelhas e varias jaziam no gramado da praça perto de minha casa, no sul de Londres. Mudei-me para lá vindo de Cambridge a fim de me livrar de problemas pessoais que não acho relevante citar por não fazerem parte de minha história. Consegui encontrar um bairro tranquilo para morar, eu era advogado de causas civis e tudo o que eu queria era um lugar tranquilo onde pudesse descansar nas horas de folga e me dedicar á minha real paixão, a escrita. No bairro Winston todos eram muito discretos.
"O Verme do cíume" 1º capitulo, por Natalia de Oliveira
" O verme do cíume"
capitulo I
"Mil novecentos e cinquenta e quatro foi o ano em que tudo aconteceu. Era outono, fim de outubro, me lembro que as arvores tinham suas folhas amareladas e avermelhas e varias jaziam no gramado da praça perto de minha casa, no sul de Londres. Mudei-me para lá vindo de Cambridge a fim de me livrar de problemas pessoais que não acho relevante citar por não fazerem parte de minha história. Consegui encontrar um bairro tranquilo para morar, eu era advogado de causas civis e tudo o que eu queria era um lugar tranquilo onde pudesse descansar nas horas de folga e me dedicar á minha real paixão, a escrita. No bairro Winston todos eram muito discretos.
Minha casa era na realidade o segundo
andar da casa de uma senhora, Sra. Talbot. Ela era uma senhora em seus sessenta
anos de idade, com seu cabelo branco preso em um coque bem ultrapassado, seu
vestido azul escuro de gola alta e um xale de tricô feito por ela mesma. Quando
seus filhos se casaram e seu marido morrera, não havendo razão para manter uma
casa tão grande para uma velha senhora sozinha, ela reformou a casa, separando
totalmente o primeiro andar do segundo andar e o colocara para alugar. No vestíbulo,
havia a porta que levava á parte dela da casa, com uma aldrava de cobre um
pouco enferrujada e logo á frente, uma escadaria que tinha quinze degraus, e
que terminava em outra porta, minha parte da casa. Havia uma sala que eu havia
transformado em escritório, uma cozinha, um quarto de dormir e um banheiro e
para mim, era mais do que suficiente. Não tinha planos de formar família nenhuma
para precisar de mais do que isso.
Meu convívio com a Sra. Talbot era muito
bom, quando digo isso, quero dizer que ela não bisbilhotava minha vida, o
motivo disso era que ela havia caído da escada anos atrás e quebrara a perna em
vários lugares, ou seja, ela nunca subiria a escada outra vez pelo motivo que
fosse. O único contato que tínhamos era duas vezes por mês, quando eu batia á
sua porta para pagar o aluguel. Com um sorriso satisfeito ela atendia a porta,
mancando com sua bengala de madeira, recebia o dinheiro, fazia algum gracejo
sobre o tempo ou qualquer outro assunto ridículo e se trancava outra vez, só
para repetir o ritual dali quinze dias.
Ela também não tinha o que reclamar de mim
enquanto inquilino, todos os dias eu pegava o ônibus até o centro de Londres
onde ficava o escritório de advocacia para o qual eu trabalhava. Saia cedo e
voltava tarde, mas sempre em silêncio e evitava ao máximo fazer qualquer
barulho que incomodasse a velha senhora no andar de baixo e foi assim que vivi
os primeiros meses em minha nova casa em Londres.
Serei franco com vocês, advocacia não era
a profissão que eu havia escolhido para mim, era na realidade imposição de meu
falecido pai, também advogado, que queria que o único filho seguisse seus
passos. Não o culpo. Mas meu sonho era me tornar um escritor. A calma do bairro
Winston fora fator determinante para a escolha de minha moradia, pois eu queria
escrever com calma meu contos e reflexões sobre o mundo.
Os londrinos eram tão interessantes, tão
calados, sempre fazendo tudo certo, como se tentassem compensar alguma coisa,
como se cada um tivesse um mistério por trás da mascara de bons modos e isso
aguçava minha infantil curiosidade sobre suas vidas e o que escondiam.
Sentava-me num banco na praça perto de
casa, as vezes, e observava as pessoas do bairro, as famílias deixando suas
casas para uma tarde de lazer ou um piquenique sob o sol de domingo. Levava comigo
um caderno de anotações e uma caneta e punha-me á divagar sobre quem eram
aquelas pessoas e oque poderiam ter de interessante e fosse digno de nota. Mas em
sua maioria, eram vazios, previsíveis, normais demais. Eu estava em busca de
algo novo e diferente, algo do qual eu não desistisse nas primeiras paginas,
algo pelo qual eu me apaixonasse.
Mas não foi num domingo de sol familiar
que me apaixonei.
Era
sexta feira, fim de tarde. Por algum motivo, não me lembro qual, não fui ao trabalho
naquele dia, e ao fim da tarde resolvi ir á praça com meu caderno e minha
caneta em busca de algo novo, esperando ter sorte, mesmo com pouca gente para
observar.
“Mas
quem eu era?” me peguei pensando. Um homem de quase trinta anos, olhos azuis,
cabelos negros, alto e de bom porte, digamos assim. Mas não era esse exterior
que tirava meu sono, era o meu interior. Oque eu estava fazendo, observando as
pessoas como se fossem adúlteros e eu um detetive de quinta categoria,
invadindo sua privacidade á distancia. Senti-me um voyeur, um tarado por assim
dizer. As vezes senti-me assim, e buscava me refrear, mas sempre acabava
voltando para o banco da praça com o caderno e minhas divagações. Aquele foi
meu ultimo dia de voyeurismo na praça.
Observava três crianças que brincavam de
pular corda no pavimento perto de mim: uma menina de longas tranças negras com
um vestidinho azul escuro numa das pontas da corda; na outra ponta, um menino
de cabelos castanhos claros e sardento, usava calça curta preta, uma camisa
branca e suspensórios; e a que mais me chamou a atenção, um menininha loira de
cabelos cacheados cheios, usando um vestidinho branco, linda.
Por um momento senti-me horrorizado com um
pensamento que me abateu de repente, sobre o que poderia acontecer se em meu
lugar estivesse um tarado? Quieto, espreitando crianças inocentes que brincavam
despreocupadas na praça. Eu conseguia imaginá-lo ali, sentado exatamente onde
eu estava, observando-as com um meio sorriso hediondo. Tudo o que ele teria que
fazer seria apenas chama-las. Provavelmente escolheria a loira.
Comecei a me perguntar como Deus permitia
que tão vil criatura caminhasse sobre a terra, alguém que fosse capaz de fazer
tamanha maldade contra um serzinho tão pequeno e indefeso? Compreendi então que
isso não podia ser obra de Deus, mas sim, do demônio, esse sim, que era o
causador de todo mal, e das guerras, e da fome. Não Deus, por que ele nos dera
o maior dos dons, o de escolher que caminho seguir. O livre arbitro nos fora
concedido por Ele, e se a guerra existe, não é sua culpa, mas nossa. Nossas
escolhas erradas acabam por fazer de nós soldados.
Então, para tirar-me de meu devaneio, um
casal sentou-se num banco ao lado do meu. Minha vida não teria se modificado
tanto se eu não tivesse ido á praça aquele dia, dia esse que vou amar e
amaldiçoar enquanto eu viver.
Era um casal silencioso. O homem era um
tipo bem comum, cabelo castanho, alto, usava um terno aparentemente caro e
muito bem ajustado escuro e um chapéu. Lia o jornal em suas mãos atentamente. Como
eu disse, era um tipo bem comum, não teria chamado minha atenção por mais de
dois segundos se não fosse a mulher ao seu lado.
A mulher, ah, a mulher. Em pensar que eu já
desejei nunca ter posto meu olhos nela. Era ruiva, sardenta, usava um vestido
verde embaixo do casaco preto. Usava um pequeno chapéu, verde também, e pode ver
seu olhos, e eram olhos tristes.
Não sei explicar o que aconteceu comigo
quando eu a vi. Ela emanava infelicidade. Não olhava para o provável marido,
lia um livro, ou fingia que lia, pois durante todo o tempo em que a observei,
ela não mudou de pagina, nenhuma vez. Seus olhos de repente desviavam do livro-enfeite
e se perdiam num vazio. Ela respirava fundo e se forçava e ler de novo a mesma
pagina. Era visível que havia um distanciamento entre os dois. Quem não os
tivesse visto chegarem juntos, poderia jurar que eram estranhos, não se
falavam.
Não consegui desviar o olhar daquela
mulher. Sua pele branca, seu olhar triste, era como uma vela se apagando. E sua
tentativa desesperada de fingir seja lá o que fosse me atraíra a atenção e não
seria fácil deixar para lá. Meu coração bateu descompassado, por quê? Por um
momento me pareceu que eu a conhecia, mas de onde? Gostei dela, queria ajuda-la
de alguma, era obvio que sofria. E num momento que pareceu fora da realidade,
seus olhos encontraram os meus. Sei que deveria ter desviado olhar, como
qualquer um faria numa situação dessas, mas não pude, seu olhar me enfeitiçou. Seus
olhos verdes faiscantes me arrebataram e daquele momento em diante eu soube que
jamais seria livre outra vez. Olhava em meus olhos e parecia que iria chorar,
então virou o rosto para o livro, quebrando aquele momento. Por que senti tudo
isso por ela, uma mulher que eu nunca havia visto na vida? Achoo que essa sim,
fora uma obra de Deus.
Continuei á olhar para ela na esperança de
que ela voltasse á olhar para mim para continuarmos com esse flerte ao acaso,
mas ela não se moveu até que depois de alguns minutos, o homem dobrasse o
jornal e falasse algo em seu ouvido. Ela fechou o livro, colocou dentro de sua
bolsa e levantou-se junto com o homem. Deixando-me sozinho com meu desejo, eles
se afastaram, caminhando para a rua e de lá seguiram alguns passos,
desaparecendo conforme iam se afastando.
No caminho para minha casa, fiquei
pensando nela, á noite quando tentava dormir ela estava em meus pensamentos e
quando finalmente consegui dormir, foi com ela que sonhei. Em meu sonho, ela
estava acorrentada e implorava para que eu a salvasse. Aquele homem ria, ria
porque a tinha totalmente, só para ele. Sonhos são estranhos, mas não tão
estranhos quanto as pessoas que sonham.
Fiquei atordoado. Nunca em minha vida
tinha sentido tamanha empatia por uma pessoa totalmente estranha. Aquele olhar
melancólico fora para mim como um pedido de ajuda, mas como eu saberia? Talvez nunca
mais a visse novamente. E é ai que eu digo que nada acontece por acaso, tudo
tem um motivo de ser e o destino, travesso, não tardaria por colocar-me outra
vez em seu caminho. Desde aquele dia comecei a sentir um vazio, algo me
faltava. Mais tarde eu descobriria que ela havia levado uma parte de mim quando
se fora e que eu só estaria inteiro de novo quando a tivesse."
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
0
Trecho de "Quimérico" , por Natalia de Oliveira
A primeira coisa que Ethan Downey notou
assim que acordou era que havia algo errado. Ainda estava naquele estagio em
que se está meio desperto, meio dormindo, não sabendo ao certo se ainda está
sonhando, mas com certeza, havia algo errado. Estava com frio, isso foi uma das
primeiras coisas que sentiu. Passou a mão no colchão á procura do cobertor, e
com estranheza percebeu que não havia cobertor, nem lençol, nem travesseiro, e
aquele colchão era estranho, era mole demais, ele tinha um cheiro para lá de
esquisito, não sabia o que era, parecia suor misturado com urina e alguma
bebida fermentada, definitivamente não era o cheiro do seu colchão, então se
mexeu um pouco, e nesse momento sentiu dor, uma dor bem real, então abriu os
olhos, despertando de vez.
O susto inicial durou pouco, dando lugar ao
pânico que veio a seguir. Realmente aquela não era sua cama, não era seu
quarto, não era sua casa. Era um colchão de espuma velho, fedido, com uma cor
que ele não conseguia descrever, jogado no chão de um lugar não menos
preocupante, igualmente velho, frio e caindo aos pedaços.
Com cuidado por causa da dor, colocou-se
sentado e olhou em volta, em pânico: estava num quarto de hotel ou pensão bem
barato. Sabia disso, mas como sabia disso? Não havia quase nada no quarto, além
do colchão, um sofá e uma mesinha de centro caindo aos pedaços, com no mínimo
dez garrafas de cerveja e vodca ice. Chutava esse numero, por que não queria
contar, pois se contasse, seriam bem mais que dez. Havia muita sujeira: papeis amassados
e jogados como se o chão do quarto fosse uma grande lata de lixo, e a julgar
pelo cheiro, lixo do banheiro; algumas caixas de pizza com o interior verde de
bolor e viu no canto uma coisa peluda se mexendo. Se era um gato ou um rato
muito grande, Ethan não queria ficar ali para descobrir. Com muita dificuldade,
ele conseguiu se por de pé, agarrando-se na parede, a dor que sentia era no
corpo todo, mas principalmente na barriga e no rosto, passou a mão no rosto
aonde doía, perto da sobrancelha, e sentiu a mão grudar. Assustado retirou a
mão rapidamente e olhou, havia sangue coagulado em sua mão. Horrorizado olhou
de novo para o colchão, havia uma roda vermelha aonde devia ter encostado a
cabeça.
- Meu Deus! – sua mão tremeu e ele quase
caiu, perdendo momentaneamente as forças das pernas.
Dando a si mesmo um tempo para se
recuperar, foi colocando os pensamentos em ordem, parando para pensar
racionalmente: não fazia a menor ideia de onde estava, ou por que estava, como
havia ido parar lá, estava obviamente ferido e estava com medo. Olhou outa vez
para as garrafas, outra vez recusando-se a conta-las, então uma coisa lhe
ocorreu: levou a manga da camisa que usava ao nariz e a cheirou, então com
espanto percebeu que o cheiro ruim que sentia vinha dele. Nesse momento
sentiu-se enjoado e colocou a mão na boca para não vomitar em si mesmo. Olhou
em volta, viu uma porta entreaberta dentro do quarto e de relance viu um vaso
sanitário. Com a velocidade que lhe era permitida, correu em direção á ele, escancarando
a porta e quase caindo de cara no vaso. Vomitou muito, parecia que não ia parar
nunca. Quando terminou, ficou estendido no chão daquele banheiro que conseguia
ser mais xexelento que o resto do quarto, sentindo aquele gosto horrível na
boca e aquele cheiro azedo no ar, só não vomitava por não ter mais o que
vomitar. Com mais dificuldade do que da primeira vez, levantou-se apoiando-se
com nojo no vaso e foi apoiando-se no que via e assim chegou á pia. Abriu a
torneira e bebeu um pouco de agua, olhou no espelho junto a pia e viu que seu
supercilio direito estava cortado e havia outro corte na face esquerda,
deixando seu rosto quase totalmente sujo de sangue. Lavou o rosto com agua
corrente, lavando bem os cortes e voltou a se olhar no espelho.
- O que você fez? – disse em voz alta,
olhando para o homem de cabelos negros desgrenhados, o olho direito azul e o
esquerdo verde e pele muito branca, com as marcas do sangue coagulado se
prendendo na linha do couro cabeludo e olheiras roxas refletido no espelho.
Respirou fundo, pois outra vez sentiu seu
estomago embrulhar e virou-se de costas para o espelho, não queria ver mais
aquela imagem decadente. Passou a mão tremula no cabelo e saiu cambaleante do
banheiro. Olhou o quarto de outro ângulo e viu que na verdade era um pequeno
apartamento, uma pequena mureta dividia o lugar com uma cozinha (ou o que
deveria ser uma cozinha) com uma geladeira que devia ter a sua idade, um fogão
velho e um armário de cozinha de madeira com duas portas penduradas e uma gaveta
faltando. Olhou para si mesmo, usava uma calça jeans de lavagem escura, um
sapato preto muito brilhante e aparentemente caro e uma camisa que tinha um
design de sobreposição nas mangas e na barra, em tons de xadrez roxo e preto.
Estranhou, aquela roupa não era dele, não era seu estilo nem de perto, sempre
acostumado á se vestir de forma um tanto mais simples. Sentiu uma coisa
estranha na nuca e passou a mão, era um pedaço de papel duro, mas estava preso
ao tecido. Forçando, ele arrancou o pedaço de papel e viu que era a etiqueta da
camisa. Seu look era novo, e se considerasse a marca da loja, era caro.
Olhou em volta procurando alguma coisa que
fosse sua, e caído ao lado do colchão ele encontrou sua carteira, pequena e de
couro marrom escuro. Ansioso ele a abriu e lá encontrou sua identidade, seus
cartões, pelo menos duzentos dólares em dinheiro, e o mais aterrorizante, as
notas das roupas, seu visual havia custado quatro mil dólares.
- Mas que droga! – disse ele espantado. –
Mas como. . .?
Parou. Não queria pensar nisso agora, não
aguentaria pensar nisso agora, não ali. Aquele lugar lhe dava nojo, lhe causa
um mal estar, não queria ficar mais nenhum segundo ali. Levantou-se e caminhou
na direção da porta de saída do quarto depois de ter certeza que não deixara
nada de seu naquele lugar, (na verdade
isso se resumia na carteira) e saiu com um único pensamento na cabeça: “Eu te odeio, Nathan!”.
0
Novidade no blog, pessoal!!!
Olá Leitores!!!!
Como sempre, estou buscando novas formas de melhorar esse blog, que foi feito para vocês, amantes da Literatura e das Artes. Hoje, começo a incorporar no blog a pagina, "Agenda Cultural", uma forma de informar ás pessoas sobre os eventos no teatro, biblioteca e museu de minha cidade, Mauá, com horarios e locais das apresentações, bem como o valor do ingresso e os eventos gratuitos!
A pagina será atualizada sempre que virar o mês, para melhor atendê-los, e se algum de vocês leitores tem uma sugestão de agenda cultural que queira postar ou se informar, afinal, São Paulo é grande, fiquem á vontade, masdem suas sugestões através da barra de comentários da pagina.
Natalia de Oliveira
criadora do blog
Como sempre, estou buscando novas formas de melhorar esse blog, que foi feito para vocês, amantes da Literatura e das Artes. Hoje, começo a incorporar no blog a pagina, "Agenda Cultural", uma forma de informar ás pessoas sobre os eventos no teatro, biblioteca e museu de minha cidade, Mauá, com horarios e locais das apresentações, bem como o valor do ingresso e os eventos gratuitos!
A pagina será atualizada sempre que virar o mês, para melhor atendê-los, e se algum de vocês leitores tem uma sugestão de agenda cultural que queira postar ou se informar, afinal, São Paulo é grande, fiquem á vontade, masdem suas sugestões através da barra de comentários da pagina.
Natalia de Oliveira
criadora do blog
domingo, 16 de setembro de 2012
0
"Maldita bonequinha de porcelana", de Natalia de Oliveira
Maldita
bonequinha de porcelana
"- Jules! Jules! – a voz de Megan ecoava
pelos corredores da imensa casa, seguida de um acesso de tosse, como sempre.
- Já vou, tia! – Jules respondeu gritando
da cozinha no andar de baixo, estava muito atarefada preparando a refeição para
sua tia.
Jules era uma garota jovem de vinte e três
anos, no auge da juventude, mas que estava perdendo toda essa fase desde que
sua tia ficara doente á cinco anos e parara sua vida para cuidar dela.
Megan era uma mulher vivida, com seus
sessenta e poucos anos, de poucos amigos e muitos problemas, fã do cigarro
desde os treze anos, o que lhe causara sua atual situação de insuficiência
respiratória, e quando o problema se tornou serio o bastante para ficar presa á
um cilindro de oxigênio, teve que chamar ajuda.
Falemos claramente, Jules só cuidava da
tia velha por que não havia outro parente vivo que o fizesse, e por esse motivo
sentia-se presa á ela, assim como o cilindro. Seus pais haviam morrido num
acidente na mesma época em que Megan ficara seriamente doente, então tudo isso
acabara se tornando uma troca de favores, “Você
cuida de mim, e eu deixo você morar aqui..”. Era mais ou menos assim.
- Jules! – a voz estridente da velha ecoou
mais uma vez.
É, no começo pareceu boa ideia, ela teria
um lugar pare ficar e ainda teria um dinheirinho por cuidar da tia velha, mas
com o tempo foi percebendo que não seria assim tão fácil, na verdade, não fazia
a mínima ideia de onde estava se metendo.
A velha era louca! Quando surtava, ficava
pior do que criança: não queria tomar os remédios, ficava chamando Jules por
motivo nenhum no meio da noite, a comida estava insossa, o radio alto demais, o
luz forte demais, tinha travesseiro de menos, e por ai vai. Era um inferno.
Isso não era tudo, não, havia ainda sua
sinistra e empoeirada coleção de bonecas de porcelana da era vitoriana, que ela
não permitia que ninguém tocasse com as mãos sujas, em especial, uma bonequinha
que ela insistia em manter no criado mudo, sua preferida. Tinha os cabelos
avermelhados e grandes olhos cinza, usava um vestidinho lilás com babados
brancos de renda, uma coisa pavorosa. Naquela época, os artesãos faziam as
bonecas parecidas com sua donas, meninas ricas que pagava praticamente uma
fortuna por uma boneca, e a antiga dona devia ter sido uma criaturinha
esquisitinha, Jesus.
A boneca em si era bem comum, o que
chamava a atenção dela era sua expressão. Ao contrario das varias bonecas do
recinto que tinham um sorrisinho afetado, a boneca do vestidinho lilás tinha
uma expressão seria, não, vazia seria uma palavra melhor, com seus olhinhos
olhando para o vazio, seu nariz arrebitado e seus lábios rosados sem expressão
alguma. Megan era obcecada por ela.
- Jules! – Megan chamou outra vez.
- Já estou indo! – Jules respondeu alto e
então falou baixo – Sua velha inútil e impaciente, já vou levar sua sopa,
espero que se afogue nela.
A garota arrumou a sopa na bandeja que
usualmente levava ao quarto de Megan todos os dias e quando pegou a bandeja nas
mãos um pensamento lhe ocorreu: Odiava Megan, simplesmente isso, odiava Megan,
odiava que ela estivesse atravancando sua vida, odiava sua coleção de bonecas,
sua voz, seu cheiro, odiava ela.
Subiu a escada que levava ao segundo andar
da casa, o andar dos quartos, carregando a bandeja com o almoço, e conforme
aproximava-se do quarto, sentia o cheiro dos remédios invadindo o ambiente,
aquele cheiro enjoativo de hospital.
A porta estava aberta e Jules entrou
direto só para se deparar com aquela imagem tão familiar: uma cama de hospital,
o cilindro de oxigênio ao lado da cama a mesinha de cabeceira com os vários
remédios e claro, a bonequinha de porcelana também estava lá.
Megan estava sentada na cama, com seu
cabelo grisalho arrepiado, suas olheiras profundas em torno dos olhos e sua
costumeira palidez. O tubo de oxigênio
preso em seu nariz.
- Finalmente, mais um pouco e isso não
seria mais um almoço, seria um jantar. – disse com sua boca enrugada e
banguela.
Jules ajeitou a bandeja no suporte ao lado
da cama e o empurrou em direção á cama de forma que se encaixasse. Enquanto
Megan se alimentava, Jules sentou-se na poltrona ao lado da cama, esperando que
ela terminasse e também, caso ela se engasgasse estaria ali para socorrê-la.
Enquanto Jules esperava sua mente vagou.
Pensou que Megan era uma pessoa ruim, que tratava mal a única pessoa que ela
tinha, isso não era normal. Pensava se ela não tinha medo de terminar seus dias
sozinha. Não, claro que não, Jules estaria lá, limpando sua baba até o ultimo
momento.
“. .
. até o ultimo momento. . .”, essa frase ecoava em sua mente, e de repente
teve consciência de que talvez isso demorasse muito, muito mesmo. Começou a
imaginar quanto tempo mais Megan viveria daquele jeito, quem sabe por anos,
sugando sua juventude como uma vampira. Haveria alguma diferença? Alguém
poderia dizer com certeza qual das duas estava agonizando em um mar de
sofrimento?
- Nunca vi comida mais insossa. – Megan
afastou o prato violentamente fazendo um pouco da sopa derramar no lençol que,
adivinhe só, Jules teria que lavar.
Como sempre, Jules se segurou, fechou os
olhos e respirou fundo.
- O medico disse que pelo seu problema de
pressão alta, você teria que diminuir o sal.
- Se eu quisesse comer comida de hospital
eu estaria em um e não precisaria de você, sua inútil. – disse mais ríspida.
Outra vez Jules se segurou, essa era sua
vida: ouvir essas barbaridades calada só pelo fato de morar de favor naquela
casa. Era cada humilhação que ás vezes sentia vontade de. . .
Respirou fundo e olhou em seu relógio de
pulso, eram uma e meia da tarde, hora dos remédios de Megan. Jules levantou-se
da poltrona, retirou a bandeja e o suporte, encostando-os na parede. Foi em
direção á gaveta dos remédios mais fortes, pegou-os e levou até a cômoda, do
outro lado do quarto para preparar a medicação. Naquele momento, ela tinha que
tomar três comprimidos e uma injeção de um remédio que á muito havia desistido
de pronunciar o nome. Primeiro deu á Megan os comprimidos que ela tomou com uma
careta, mas tomou, então Jules voltou á cômoda para preparar a injeção.
“Eu
odeio essa velha!” Jules gritava dentro de si. Por quanto tempo mais
aguentaria isso? Olhou para a seringa lacrada no pacotinho e de repente um
pensamento a assaltou. Lembrou-se de certa vez ter assistido um documentário, “Os crimes quase perfeitos”, sobre
crimes que teriam passado batido pelas autoridades se apenas um detalhe não
tivesse dado errado e lembrou-se de um em particular, um homem que matara a
esposa com uma injeção de ar, sim, uma injeção de ar. Na época se perguntou
como que uma injeção de ar podia matar, e o especialista do documentário disse
que realmente teria sido um crime perfeito, se o assassino não tivesse
confessado, pois é limpo, fácil, não deixa rastro químico e no máximo, a
necropsia diria que fora um ataque do coração. A arma é facilmente descartada,
realmente, um crime perfeito.
E se Jules fizesse isso? Como o perito
disse, era limpo, seu lixo estava cheia de seringas com o mesmo DNA, uma a
mais, uma a menos, não faria diferença. Megan era uma velha doente, presa a um
cilindro de oxigênio que poderia muito bem morrer de “causas naturais” á qualquer momento.
Tudo isso Jules pensou numa fração de
segundo. Meu Deus, como pôde, era a vida de alguém, alguém miserável, mas era
alguém.
- Vamos logo, com isso. Nossa que garota
lerda! Não faz nada direito, nada que presta.
Decidiu-se. Abriu o pacotinho da seringa e
puxou o ar. Sentiu uma espécie de embrulho no estomago, mas agora que tinha
começado não iria parar. Se aproximou de Megan, aquela criatura deplorável com
o cabelo grisalho arrepiado e sua cara feia de sempre. Megan se virou de lado,
de costas para Jules para que ela aplicasse a injeção.
- Vê se aplica isso direito, você esta
aplicando uma injeção, não esta atirando dardos num elefante.
- Pode deixar, não vai nem sentir.
Tudo o que Jules pensava naquele momento
era que aquela era sua única chance, que se não desse certo agora, nunca mais
teria a coragem de fazer. Não era a razão que a motivava, era o impulso.
Quando teve certeza de que pela posição
ela não estava vendo a seringa, Jules aplicou a injeção vazia. Já estava feito,
não tinha como voltar atrás e então tudo aconteceu.
Megan se virou e olhou para Jules com uma
expressão aterrorizada, e mesmo que ela não tivesse dito nada, Jules sabia que
ela sabia o que tinha acontecido, então ela começou a se debater na cama, como
se estivesse tento um ataque epilético, deixando Jules desesperada, isso não
estava em seus planos. A garota virou-se de costas, não queria ver aquela cena
horrível, tampou os ouvidos com as mãos e esperou um tempo, até que tomou
coragem e virou-se para ver o que tinha acontecido.
A velha estava estendida na cama, os
lençóis estavam no chão de tanto que ela se debateu, os olhos abertos
esbugalhados olhavam em direção á bonequinha de vestidinho lilás. Jules se
aproximou e colocou dois dedos no pescoço da velha para certificar de que ela
estava mesmo morta. Estava, finalmente.
Não foi difícil fingir tristeza no funeral
de Megan alguns dias depois. Realmente fora o crime perfeito. Ninguém
desconfiara da sobrinha dedicada que perdeu anos de sua vida para cuidar da
tia. Pela primeira vez em anos, pode dormir sem que fosse chamada a cada quinze
minutos. Claro, como única parente viva, Jules herdou a casa e uma boa quantia
em dinheiro. Não que estivesse interessada nisso de começo, mas encarou a
herança como um bônus.
A casa era muito antiquada, precisava de
um visual novo, e o mais rápido que pode, Jules começou algumas mudanças, ou
seja, iria retirar da casa tudo o que lembrava Megan. Primeiro, esvaziou o
quarto de Megan, já fazia um mês desde o trágico passamento da tia e ainda não
tivera coragem de entrar naquele quarto. Toda vez que passava por ele sentia
uma coisa estranha, talvez um rastro de culpa, mas abanava a cabeça e espantava
esses pensamentos. Naquele dia, foi até lá munida de algumas caixas de papelão
e começou á fazer uma limpa. Lotou algumas com roupas e sapatos, outra com as
roupas de cama e uma, essa ela fazia questão de encher, iria colocar a preciosa
coleção de bonequinhas de porcelana e sem o menor cuidado, amontoou uma vinte
dentro de uma caixa media. Olhou para o lado e deteve-se pois viu a bonequinha
de vestidinho lilás, no criado mudo, tal qual havia visto pela ultima vez, mas
com uma camada de poeira á mais.
Aproximou-se da boneca, havia algo
estranho com ela, Jules não sabia explicar o que era. Antes, quando a via, era
uma boneca feia e sem expressão. Olhou bem e percebeu algo diferente nela, algo
bem sutil que não teria percebido se sua maior característica fosse exatamente
não ter expressão, mas agora Jules via um suave cerrar de olhos e um
sorrisinho, estranhamente muito parecido com a cara de empáfia de Megan.
Esse pensamento lhe causou um calafrio,
pois lembrava-se perfeitamente que Megan morrera olhando para aquela boneca
horrorosa.
- Se me faltava motivo para me livrar de
você, - disse ela pegando a boneca na mão – não falta mais.
Jogara a boneca sem cuidado algum na caixa
com as outras bonecas e lacrou com fita adesiva. Não queria aquela coisa ali,
pois ela lhe faria lembrar do acontecido e não queria isso. No fim da tarde,
Jules carregou as caixas uma por uma para fora, para que o caminhão do lixo
levasse e a cada caixa que colocava no gramado sentia-se mais leve. Sentia que
agora sim, seria o começo de uma nova etapa em sua vida, livre, sem nenhuma
corrente ligando-a ao passado, só conseguia pensar nas possibilidades que se abriam
á sua frente. Faria Faculdade? Viajaria? Investiria em um negocio próprio?
Talvez fizesse tudo isso, mas cada uma á seu tempo. Envolta em paz, Jules
dormiu naquela noite sem que nenhum fiozinho de culpa passasse por sua cabeça.
Jules acordou na manhã seguinte, empolgada
com todas as mudanças que aconteceriam daquele dia em diante. Preparou seu café
da manhã com a maior calma, saboreava sua torrada sem a menor pressa. Os
aromas, os sabores eram todos diferentes agora.
Depois do dejejum, a garota subiu ao
quarto de Megan, ele era bem maior do que o seu, pretendia mudar-se para ele,
mas primeiro iria trocar todos os moveis e essas coisas, iria comprar moveis
planejados, e iria tirar as medidas do quarto. Abriu a porta e ao olhar em seu
interior soltou uma exclamação de susto, pois, colocada sentadinha no criado
mudo como se nunca tivesse saído dali, a bonequinha de porcelana do vestido
lilás olhava para ela. Sem entender nada, Jules aproximou-se da boneca e a
pegou nas mãos novamente.
- Mas como? Eu joguei você fora! – ela
disse sozinha.
Tinha certeza de ter colocado ela na caixa
e de ter lacrado a caixa com fita adesiva. Tinha que se livrar dela. Desceu a
escada correndo segurando a boneca, saiu pela porta, atravessou o gramado e a
jogou dentro da lata de lixo.
- Você não vai escapar do lixo.
Fechou a tampa com um estrondo, virou nos
calcanhares e voltou para dentro, tentando ignorar que aquilo era muito
esquisito.
Depois do almoço, tranquilizou-se um
pouco, mas sua tranquilidade durou pouco. Quando foi tomar banho ás seis horas,
entrou em seu quarto e viu a bonequinha sentadinha em sua cama. Jules soltou um
grito quando a viu.
- Se isso é uma brincadeira é de muito mau
gosto! – ela gritou para as paredes em seu quarto. – Se tem alguém aqui, eu vou
chamar a policia. – mas ela sabia que não havia ninguém na casa.
Um tanto descompensada, ela atirou a
boneca da janela e saiu pela casa trancando portas e janelas. Mas o que estava
acontecendo? Será que alguém descobrira o que ela fizera e agora a estava
assustando com aquela boneca horrorosa? Esse pensamento a acompanhou noite
adentro na qual não conseguiu dormir.
Na manhã seguinte, descia a escada para a
cozinha, estava ainda no alto da escada quando pisou em algo duro e irregular,
sentiu uma dor aguda no tornozelo, desequilibrou-se e rolou a escada, indo
parar na sala estatelada no chão. Enquanto se recuperava ali no chão, tentando
se levantar viu que seu tornozelo estava machucado, com dois pequenos furos que
sangravam, fora isso não se machucara muito. O abalo maior ficou por conta de
quando olhou para cima para ver no que tinha tropeçado e soltou um grito de
horror. Bem no degrau em que se desequilibrara estava a boneca, com seu vestido
lilás e sua carinha de porcelana, mas havia algo horrível, ela sorria,
mostrando vários dentes e um filete de sangue escorria por seus lábios rosados.
Monstruosa.
Durante o tempo que se seguiu, Jules
tentou livrar-se da boneca diabólica de varias formas, cada uma mais fracassada
do que a outra. Tentou quebra-la com um martelo, no outro dia ela estava
inteirinha na sua cabeceira; tentou queima-la, igualmente inútil; jogou-a num
rio, não; deu a boneca para um Pittbull brincar, deu-a de presente para uma
criança da vizinhança, mas todos os dias a boneca estava lá, em algum lugar da
casa, esperando para ser encontrada.
Jules sabia que de alguma forma Megan
estava naquela boneca e agora ela atormentaria para o resto da vida."
Assinar:
Postagens (Atom)