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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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"Boa Noite, Sam" Capitulo 2

     Olá Leitores, Tudo bem?
     Esse sim é o segundo capitulo de "Boa Noite, Sam". Estou adorando o retorno, está sendo muito bem recebido, por isso, obrigada gente!!!!
     É mais curto, mas é bem corrido. Quentinho, acabei de fazer, aproveitem!!
     Para não se perder, leia antes o Prefácio e o Capitulo 1 da história.


 "Boa Noite, Sam"
Capitulo 2

      
       Sam terminava de colocar a ultima peça de roupa em sua mochila e fechou o zíper com um suspiro. Fora as peças de roupa que estava usando, todas as outras estavam devidamente empacotadas. Ele olhou para as suas poucas coisas já arrumadas em poucas caixas no chão de madeira do quarto e não pode evitar sentir um frio na barriga. Não era justo, simplesmente não era justo. Ele passou a mão pelo seu cabelo negro desarrumando mais ainda seus cachos.

       Sam sentiu que sua respiração estava se acelerando outra vez e fez um esforço para se acalmar. Sentou-se na cama por um momento. “Só um momento...” ele pensou, não era nada de mais, era só o mesmo desconforto de sempre. Desde que Charlie havia lhe contado as “novidades” Sam estava fazendo um esforço sobre-humano para manter-se calmo. Já era difícil demais olhar para o rosto de Charlie e ver toda a culpa que ele sentia, não precisava de sua pena.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

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"Boa Noite, Sam" Capitulo 1

    Olá Leitores!!!
    Como o prometido, terminei o primeiro capitulo do livro Boa noite, Sam e o estou postando aqui. De novo, está fresquinho, acabei de fazer. Quem quizer ler o prefácio primeiro para não se perder, clique AQUI


Boa Noite, Sam
Capitulo 1
      " O cheiro do café sendo preparado era maravilhoso e enchia o apartamento. Esse era um dos prazeres de Maggie Brown, acordar e passar um café como uma vizinha brasileira havia ensinado á ela quando ela ainda era criança. Os americanos preparavam um café tão cheio de frescuras: com leite, com creme, descafeínado, e uma gama de outros tipos de café que a deixavam louca toda vez que ela entrava numa cafeteria. Por isso ela preferia a simplicidade do seu café preto, puro e com açúcar e o cheiro que ficava em sua cozinha quando o preparava, esquentando a agua no fogão e despejando o liquido quente no filtro de café. A cafeteira era impessoal e robótica na sua opinião, tirando todo o encanto do ritual do preparo e quando acontecia de ela tomar café feito por um amigo da forma americanizada, ela o achava insosso e fraco.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

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Tristão e Isolda - Resenha

     Olá Leitores!!
     Trago aqui hoje uma resenha de uma das minhas histórias preferidas! Tristão e Isolda (conto celta de dominio publico)
    
Sinopse

Na Idade das Trevas, A Bretanha está em guerra com a Irlanda, no entanto as aldeias estão separadas e desorganizadas. Tristão é uma criança ainda quando os irlandeses invadem a Cornualha e arrazam as vilas, matando tantos quanto podem, inclusive seus pais. Ele então vai morar com seu tio Marc, um Lorde influente que está tentando unificar a Inglaterra.
Tristão cresce e se torna um belo jovem, corajoso em batalha, Marc o considera um filho amado e seu braço direito na guerra. Numa empreitada contra os Irlandeses, Tristão é seriamente ferido e sendo considerado morto, é colocado em um barco e lançado ao mar, num enterro de soldado.
Ele teria morrido, se seu barco não tivesse ido parar numa praia e uma garota não o tivesse encontrado e salvado sua vida, aquecendo-o com o calor de seu proprio corpo. Quando ele volta a si, descobre que está na irlanda, terreno inimigo.

domingo, 28 de julho de 2013

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Mudanças na obra

     Olá Leitores!!!
     Hoje eu venho aqui para dar uma notícia de ultima hora sobre meu livro "Sebastian", que muito me deixou triste, mas talvez essa mudança seja para melhor, quem sabe?
     Para evitar problemas, á partir de hoje, o personagem antes chamado Lucio se chamará agora Luigi. Já fiz a mudança lá no Clube de Autores e estarei mudando aos poucos nos capitulos do livro que eu já postei aqui.
       Como eu disse, é para evitar prolemas, e assim espero que entendem e não se confundam quando virem o nome Luigi na história.
        Belezinha??? Obrigado gente, vcs são demais!!!
     
     

domingo, 7 de julho de 2013

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Sobre os personagens 1 - Chandler Desmont / Sebastian Tomazi

Olá Leitores, aqui vai um pouquinho sobre a obra "Sebastian"
O PERSONAGEM - Chandler é um garoto simples, timido, que tem sua vida virada de cabeça para baixo quando seu pai, Kevin, é brutalmente assassinado por Robert Murphy, o maior criminoso de uma cidade pequena. Não contente, Robert vende Chandler para um mafioso na Italia, onde passa a ser garoto de rua, comendo o pão que o diabo amassou. Ele troca seu nome para Sebastian, tornando-se amargo, rancoroso e frio. A unica coisa que o faz seguir em frente é a promessa feita a si mesmo, de que um dia voltaria a se encontrar com seu algoz, mais forte do que ele, mais poderoso do que ele. E antes que seu tempo terminasse, iria olhar para o corpo sem vida de Robert e iria sorrir.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

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"Sebastian" - Capitulo V - Mudanças no destino

Parte II
Capitulo V
"Mudanças no Destino"
 

         Sebastian quase não dormira aquela noite, pensando no que aqueles americanos lhe disseram e em todos os problemas que lhe corroíam a mente e quando conseguiu dormir, teve um sono agitado. Quando acordou de manhã não encontrou Eva a seu lado, ressabiado, levantou-se. De repente um sentimento muito desagradável e familiar tomou conta dele, aquele mesmo sentimento que teve quando seu pai, há muito tempo o deixou sozinho na cozinha de sua antiga casa para nunca mais voltar. Um aperto no seu coração que lhe dizia que algo estava terrivelmente errado.

       Saiu do quarto e começou a chamar por Eva sem obter resposta. Foi abrindo a porta de todos os quartos pelos quais passava, procurando-a, detendo-se então na porta do quarto de Angelo. Com cuidado abriu a porta e viu Eva lá, mexendo nos cabelos negros do filho que dormia profundamente e ao ver o marido ela sorriu. Parecia tudo bem, uma cena normal, mas seu coração sabia que havia algo errado.

       - Eva, está tudo bem? – perguntou preocupado entrando no quarto, pois via que a palidez havia voltado e seus olhos tinham olheiras roxas profundas.

       - Está. – respondeu baixinho.

       Ela estava sentada no chão ao lado da cama, com um ar estranho, meio apagado, como se a vida estivesse se esvaindo dela. Mas como? Ela parecia tão bem antes, tão disposta.

       - Angelo está bem?

       - Claro que está. Eu só queria ficar olhando para ele um pouco. – voltou a olhar para o garoto – Ele é tão bonito, espero que também seja feliz.

       - Ele será. – Sebastian não sabia se foi o jeito com que disse, mas isso de repente lhe pareceu uma despedida.

       - Me promete uma coisa? – disse ela de repente em tom muito sério que causou um calafrio em Sebastian.

       - Qualquer coisa. – sua mão suava.

       - Não fique triste. – essa frase foi como um punhal em seu coração.

       - Não ficar triste, por que diz isso?

       - Por que eu não quero que fique triste, quando chegar a minha hora.     

       - Pára com isso Eva. - disse aproximando-se dela e tocando-a, ela estava fria. – Eva, você tá fria. – ele a pegou no colo e com cuidado a levantou e a carregou nos braços através do quarto. - Vou chamar o Doutor Bennett, você vai ficar bem. – já saiam do quarto de Angelo e andavam pelo corredor em direção ao quarto deles.

       - Não. - disse ela em voz baixa. – Não quero. – disse fazendo Sebastian parar ainda com ela nos braços. – É a minha hora, tá tudo bem, sabíamos que esse dia chegaria.

       - Mas Eva. . . – seus olhos estavam marejados, ela não podia estar partindo assim – Não, não pode me deixar assim.

       - Não vou deixar você, eu vou estar sempre aqui. – ela tocou seu peito. Ele chorava copiosamente. Ela respirou fundo. – Eu não estou com medo. – sua feição era realmente de quem estava em paz – Me sinto tão leve. . .

       Foi a ultima coisa que ela disse. Um silêncio mortal pairou naquele corredor em que Sebastian ainda segurava Eva nos braços, ele não conseguia mais ouvir a respiração dela.

       - Eva. . . - Sebastian chamou sem resposta. – Eva. . . – insistiu, sabendo muito bem que não haveria resposta.

       Eva estava morta.

       Caíra de joelhos no chão, com Eva nos braços, chorando desesperado, abraçando-a como se isso pudesse manter seu espirito no corpo. Perdera aquela que amava, seu anjo havia voltado para o Criador.

       Chorava desesperado, a tristeza corroía ele por dentro. Levantou-se cambaleante, deixando Eva deitada no chão daquele corredor. Estava perdido, zonzo pelo impacto acontecido. Ouviu então passos subindo a escada e viu Luigi e Pietro vindo em sua direção. Eles tinham vindo, como sempre, para irem juntos para o vinhedo e tinham ouvido o choro desesperado de Sebastian lá da sala e subiram correndo aflitos e se depararam com essa cena: Sebastian chorando desesperado andando para lá e para cá e Eva no chão.

       - Ela morreu. . . - disse com dificuldade caindo de joelhos no chão outra vez – Ela morreu. . .

       Os irmãos se entreolharam chocados e se aproximaram dele. Luigi abraçou Sebastian e com a cabeça fez sinal para que Pietro verificasse se Eva estava mesmo morta, enquanto ele o levantava do chão e caminhava com ele para o quarto do casal.

       - Ela se foi, Luigi. . . – soluçava enquanto o irmão o abraçava tentando acalmá-lo.

       - Sebastian. . . eu. . .

       Logo depois, Pietro apareceu na porta do quarto e com a cabeça fez um sinal afirmativo, confirmando a triste realidade.

       - Eu sinto muito, Sebastian. – disse Luigi ao mesmo tempo em que o irmão se aproximava e colocava a mão no ombro de Sebastian, num gesto terno. Nunca mais nada seria o mesmo

 

       Dois meses haviam se passado desde a morte de Eva e nesse tempo, os gêmeos notavam um ar perturbador em Sebastian. Um ar meio desligado, meio sonâmbulo, estranho, como era aquele rapaz que Eva havia encontrado na frente de certa lanchonete, anos atrás. E naquele dia em especial esse ar desligado estava pior do que antes, pois o testamento de Eva havia sido lido naquela manhã, revelando Sebastian e Angelo sendo os herdeiros de uma grande fortuna. Eva era rica, isso se sabia, boa parte de seu dinheiro era fruto de seu próprio trabalho, em anos á frente do vinhedo. A outra parte, bem maior, era o que havia herdado de seus pais. Nunca soube o que fazer com tanto dinheiro, por isso deixou o parado em uma conta. Agora, inesperadamente Sebastian e Angelo eram milionários. Angelo não sabia ainda que sua mãe havia morrido. Como a criança de quatro anos que era, achava que Eva estava em alguma viagem misteriosa e com essa versão da historia ele ficaria até que tivesse idade para entender oque acontecera.

        Os irmãos Tomazi resolveram passar um tempo no casarão, para ajudar Sebastian a cuidar de Angelo e para animar o amigo que parecia estar entrando em depressão.

       Sebastian estava sentado num banco de madeira antiga mas boa, na varanda do casarão, sozinho, enrolado num cobertor. Aquele era um dia frio, afinal estavam no final do outono, logo chegaria o inverno e ventava muito por aqueles lados. Estava quieto, apenas olhando para o nada, pensando em varias coisas. Isso não era justo! Será que nunca seria feliz? Será que todas as pessoas que amava tinham que acabar sete palmos abaixo da terra? Não era justo!

       Os irmãos, juntamente com a babá de Angelo, observavam-no do lado de dentro através da janela de vidro da sala.

       - Ele está lá desde que o tabelião foi embora. – comentou a babá Sophia – Já fui lá duas vezes para perguntar se ele queria alguma coisa e ele só me ignorou, continuou calado, olhando pro nada. – seguiu-se um silêncio – Será que ele está bem?

       - É o que vamos descobrir. – Luigi disse caminhando através da sala em direção á porta, chamando a atenção de Pietro.

       - Ei, Luigi! – Pietro correu até ele, segurando-o pelo braço, interrompendo-o. – O que está fazendo?

       - Vou ver o que ele tem. – disse naturalmente confuso com a atitude do irmão.

       - Não parou para pensar que talvez ele precise de um momento sozinho? Dá uma folga, ele só está triste.

       - Você não reparou na cara dele? É a mesma cara que ele tinha quando. . .  – hesitou – E se ele estiver pensando em voltar a usar aquelas porcarias? E se já estiver usando?

       - Nós não conseguimos fazê-lo parar naquela época, o que o leva a pensar que conseguiríamos agora? – Pietro objetou.

       - Poderíamos tentar pelo menos. – disse sério – Agora ele tem uma vida, um filho, um futuro pela frente. Antes ele não tinha nada disso. – revoltava-se – Em respeito á memoria de Eva, não vou deixar que todo o trabalho que ela teve para endireitar esse filho da mãe vá pelo ralo. – afastou-se e ia em direção á porta outra vez.

       - Em respeito á memoria de Eva, vá mais devagar, irmão.  – Pietro jogou a indireta venenosa – Ainda estamos de luto, lembra?

       - O que? – virou-se ao ouvir a apunhalada – Se tem algo para dizer, irmão, diga logo. Eu estou farto das suas indiretas. – aproximou-se com ar visivelmente irritado.

       - Sabe muito bem oque eu quis dizer. – disse com sarcasmo, provocando-o.

       E Luigi realmente sabia, e isso lhe doía, no coração. Essa era sua única fraqueza e era triste ver que seu irmão o provocava desse jeito.

       - Eu tenho sim respeito por Eva, eu a admirava. Foi por causa dela que deixamos aquela vida horrível, e você sabe que eu nunca. . .  – hesitou – Ele é meu amigo.

       - Mas bem que você queria que isso fosse diferente. – Pietro disse direto dessa vez. – Acorda Luigi, isso não vai acontecer.

        Luigi lançou lhe um olhar de surpresa e desapontamento tão forte que fez Pietro se arrepender do que disse.

       - Vou fingir que você não disse isso. – disse sério e com a voz pesada – Tenho que cuidar de um amigo agora.

       Virou-se, respirou fundo para se controlar depois dessa conversa e voltou a caminhar na direção da porta de vidro da varanda. Pietro sentiu-se mal por ter dito aquelas coisas. Isso era um assunto apenas de Luigi, historia antiga, que não lhe dizia respeito. Odiava discutir com o irmão, então o seguiu.

       Do lado de fora os rapazes foram surpreendidos por um vento gelado, arrepiando lhes os pelinhos dos braços pois estavam só de camiseta. Devagar e com cuidado, aproximaram-se do banco em que Sebastian estava sentado, jazendo quieto como uma pedra.

       - Sebastian, - começou Luigi – vamos entrar, está frio, vai acabar pegando uma gripe se ficar aqui pegando esse vento. – o amigo continuava absorto em seus pensamentos.

       Ao ver que a coisa era realmente seria, Luigi sentou-se ao seu lado no banco.

       - Como você está? – ele perguntou colocando a mão em seu ombro.

       - Como acha que eu estou? – respondeu ríspido depois de tanto silêncio, deixando Luigi intimamente alegre por ter arrancado alguma reação do amigo, bruta que fosse.

       - Sebastian, você não pode deixar se abater assim. – tentava animá-lo. – Angelo ainda tem o pai, ele precisa de você. E você tem seus irmãos aqui, pode desabafar.

       Seguiu-se um momento de silêncio sepulcral entre os três naquela tarde fria. Sebastian parecia estar decidindo se ia falar ou não, deixando-os apreensivos, mas por fim respirou fundo e começou, sem ao menos levantar a cabeça para encará-los.

       - Eu fiquei aqui, esse tempo todo, pensando em tudo o que me aconteceu. – disse serio – Uma vez eu disse para Eva que nós mesmos fazíamos o nosso final. Ela por outro lado acreditava em destino, Deus, ou qualquer outro nome que queiram dar a isso. Sabem o que ele é? Eu vou dizer, não passa de uma criança sádica brincando com a gente como se fossemos soldadinhos de chumbo.  E eu estou cansado de esperar que ele se canse de mim ou que ele me faça justiça, enquanto arranca de mim as pessoas que eu amo.

       - Do que está falando? – Pietro perguntou desconfiado.

       - Eu tentei, eu juro que tentei não me perder, mas parecia sempre que tinha alguma coisa me puxando á isso. Eu lutei, tentei ser bom, talvez assim coisas boas viessem, mas não tem jeito. Parece que quanto mais eu tento me afastar dessa caminho, mais o destino me chuta. Ele quer que eu jogue o joguinho dele? Então eu vou jogar.

       - Como assim?

       - Robert Murphy. – disse por entre os dentes.

       Os irmãos se entreolharam assustados, conheciam a história de Sebastian e sabiam mais ainda que ele nunca tocava no nome dele daquele jeito, nem nos seus piores dias.

       - Eu prometi ao destino que voltaria a encontra-lo. Está na hora de cumprir minha promessa. – disse com sarcasmo.

       - Sebastian, você não tinha desistido desse historia de vingança? – Luigi perguntou olhando desconfiado para Pietro.

       - Tinha. – ele respondeu meio disperso - Ela que não desiste de mim. Vou voltar para minha terra, vou encontra-lo e vou fazer justiça. – disse determinado – Mas preciso da ajuda de vocês dois. – disse virando-se e encarando os irmãos – Me ajudarão?

       - Sim. – Pietro disse sem pensar. – é claro que vamos com você, irmão.

       - Mais do que ninguém a gente sabe o quanto você sofreu por causa dele. – disse Luigi serio. – Você tem certeza que é isso mesmo que quer? Uma vez começado, não tem volta.

       - Tenho. – disse enfático.

       - Então eu vou. – disse Luigi. – Mas o que tem em mente?

       - Vou destruí-lo. – disse muito calmo. – Quero que ele sofra. Quero que ele saiba o que “desespero” significa. Ele vai pagar por cada lagrima derramada, por cada noite não dormida, por cada gota de sangue que derramou do meu pai. Vou acabar com ele, e não vou ter piedade.

      Ele nunca o tinha visto assim com tanto ódio a sede de vingança cegando-o. Demonstrava uma parte dele que nunca tinha visto, diabolicamente astuta, perigosa, mas não lhe tiravam a razão. Sebastian era seu amigo, seu irmão, na época das ruas ele o ajudara de varias formas, pelas quais era grato até hoje. Não negaria esse favor ao amigo, pois sabia que faria o mesmo se os papéis se invertessem.

sexta-feira, 29 de março de 2013

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Capitulo IV - "Enterrando o passado"

Parte II
Capitulo IV
"Enterrando o Passado"
 

        2000


        O dia amanheceu nublado e frio, como de costume. Sebastian acordara, mas não queria abrir os olhos, tentando agarrar-se ainda ao sonho bom que tivera há pouco. Em seu sonho Eva estava curada e bem. Foi um bom sonho, mas tinha que se levantar. Sebastian dormira com Angelo por que a criança estava com dor de garganta e foi um sacrifício fazê-lo dormir. Levantou-se devagar para não acordar Angelo que dormia em paz, alheio a ideia de que sua mãe estava doente. Beijou-lhe a testa e saiu do quarto devagar em direção ao seu.

        Ao entrar em seu quarto, viu que Eva ainda dormia. Parecia em paz, porém diferente. Seus cabelos negros que antes eram compridos agora eram curtíssimos por causa do tratamento e a palidez de sua pele davam-lhe um ar mais abatido. O quarto era grande e caloroso antes, mas agora tinha o aspecto de um quarto de hospital, com remédios no criado mudo. A pior parte era que estava se acostumando com isso.

       Sebastian olhava pela janela a grande colina que eram as terras de Eva. Uma grande extensão verde e bem além, a plantação de uva. Colocava a camisa depois de ter tomado um banho rápido, abotoando os últimos botões, preparando-se para o dia que ia enfrentar. Eram tantas as coisas que tinha que fazer: tinha tratar da venda de vinhos para a Espanha, tinha a reunião com os fornecedores e tinha que entrar em contato com um médico novo em Roma. Iria ser um dia cheio.

       Pegou a gravata em cima da cama e dirigiu-se até o espelho para colocá-la. Nesse momento parou, observando o homem á sua frente refletido no espelho. Há alguns anos, quem diria que ele estaria dando nó numa gravata para trabalhar em algo honesto, ele e seus irmãos. Devia tudo isso á Eva. Tentar curá-la era o mínimo que podia fazer para recompensá-la.

       - Angelo melhorou? – Sebastian ouviu uma voz feminina meio sonolenta ainda atrás dele.

       - Um pouco. – ele respondeu sorrindo ao virar-se.

       Eva estava sentada, recostada nos travesseiros, esfregando os olhos e bocejando. Ela passou a mão nos cabelos curtos ajeitando-os displicentemente, era a única coisa que dava para fazer com eles no tamanho que estavam. Com aperto no coração, Sebastian lembrou-se que podia ficar horas enrolando os dedos nos cabelos dela.

       - Bom dia, amor. – Sebastian disse aproximando-se e beijou-a profundamente.

       - Meu dia fica bem melhor quando começa assim. – disse ela animada.

       - Então deixe-me caprichar.

       Beijavam-se intensamente, entregues ao momento, por um instante esquecendo-se do mundo lá fora, da doença, de tudo o que o preocupava. Então Sebastian parou e olhou naqueles olhos dourados de Eva. Ela havia se tornado a dona de seu coração, a amava, e não podia acreditar que a estava perdendo, não daquele jeito. Afastou-se dela e desviou o olhar deixando-a confusa. Para disfarçar, ele voltou a mexer na gravata.

       - O que foi? – Eva disse confusa.

       - Nada. – não a encarava. – Eu tenho muita coisa para fazer hoje ainda e. . .

       - Não precisa fingir que está tudo bem pra me fazer sentir melhor. – ela disse com voz pesada. – Nunca mentimos um para o outro, não comece agora. – disse fazendo ele sentir-se mal.

       - O que quer que eu diga? Que eu tenho medo? – disse alterando-se. – Que eu passo noites sem dormir, prestando atenção se você está respirando? Que eu tenho que me segurar pra não chorar toda vez que Angelo chama você ou pergunta por que não pode brincar com você.

       - Ah querido. . . – disse enternecida se aproximando.

       - Eu não posso perder você. – Sebastian disse com os olhos marejados.

       - Não vai me perder. – ela o abraçou por trás e ele suspirou.

       - Te salvei uma vez, vou te salvar de novo. – disse determinado.

       - Você já me salvou, e não tô falando do afogamento. – sorria.

       Sebastian virou-se, beijou-lhe a testa e levantou-se. Pegou seu paletó cinza e sua maleta que estavam na poltrona e despediu-se antes de sair do quarto. Abriu a porta fechando-a atrás de si e ficou parado ali durante um tempo. Sempre ficava abalado quando tocava nesse assunto. A amava, e era doloroso demais vê-la a cada dia mais doente, não suportaria se. . . não, não queria pensar nisso, tinha que ter fé.

       Desceu a escada para o primeiro andar daquele casarão. Depois do casamento, Eva insistiu que deviam ficar na casa dela que era maior, bem maior. Caminhou para a sala, não estava com fome para tomar café da manhã. Lá se deparou com Luigi e Pietro, que tinham passado lá para irem todos juntos ao vinhedo. Também estavam irreconhecíveis de terno.

       - Oque fazem aqui tão cedo? – Sebastian perguntou surpreso.

       - Pietro tirou a carta. – disse Luigi por entre os dentes atrás do irmão.

       - Finalmente. – respondeu Sebastian.

       - Depois de cinco tentativas, consegui. – disse Pietro com uma alegria quase infantil. – Agora posso dirigir o carro do Luigi e faço questão de levar todo mundo para o escritório. – Luigi atrás dele disfarçava um olhar apavorado.

       - Tem certeza? Não acha melhor treinar um pouco com seu irmão? – Sebastian disse se segurando para não rir.

       - Que nada! Eu vim dirigindo de casa até aqui, pergunta pro Luigi, eu arrebento no volante. - disse indo em direção á porta, deixando os dois para trás.

       - É, literalmente, ele arrebenta. – Luigi sussurrou inconformado para o amigo.

       Sebastian sorriu. As peripécias de Pietro sempre o alegravam e sorriu também quando viu Luigi fazer o sinal da cruz antes de entrar no carro que seria conduzido por Pietro.

        Por incrível que pareça, chegaram todos vivos ao vinhedo. A reunião com os fornecedores fora exaustiva, eles queriam reajustar os preços ao saberem que o vinhedo estava pretendendo exportar para países fora da Europa. Abutres, é o que eram. Sebastian estava sentado á mesa de sua sala, ruminando as decisões da reunião. Achava que tinha conseguido um bom acordo. Em sua juventude não imaginava que aos trinta anos estaria dirigindo um dos maiores fabricantes de vinho da Itália. Fazia essas considerações quando Violeta, sua secretaria, bateu á sua porta.

       - Sr. Tomazi, - ela disse devagar. – Os americanos estão ai de novo.

       - De novo? – disse desanimado.

       - Devo mandá-los voltar outro dia?

       - Mande-os embora. – disse veemente. Ela ia saindo quando mudou de ideia. – Quer saber, mande-os entrar. Eu mesmo vou despacha-los.

       Violeta saiu, momentos depois os dois americanos entraram, felizes por serem recebidos. Um era moreno, cabelo muito curto quase grisalho, usava um terno cinza e se chamava Chester Hill.  O outro, mais jovem, era loiro, usava um terno azul escuro, era Michael Smith, ambos os sujeitos desagradáveis, cada um carregando uma pasta. Já fazia um tempo que esses dois corretores queriam vender-lhe fazendas nos Estados Unidos, uma situação que já estava ficando chata, por que Sebastian não queria saber disso e a insistência dos corretores já tinha evoluído de irritante para insuportável.

       - Boa tarde, Sr. Tomazi. – Chester disse sorridente.

       - Boa tarde, cavalheiros. – Sebastian respondeu em inglês, usando sua língua mãe pela primeira vez depois de muito tempo. – Sentem-se.

         Os corretores obedeceram, sentando-se á frente do empresário.

       - Gentileza sua nos receber sem hora marcada. – Michael disse educadamente.

       - Eu os recebi por que eu queria deixar uma coisa bem clara: não estou interessado em suas fazendas.

       - Pode ser um bom negócio, pense bem.

       - Há ótimas propriedades no Texas.

       - Não quero ser grosseiro, mas a proposta não me atrai. – tentava fazê-los entender. – O clima do Texas não é bom para as minhas uvas.

       - Para as uvas pode ser, mas nunca pensou em expandir seus negócios? – Chester abriu a maleta e retirou uma apresentação da proposta por escrito. – Verá que a criação de gado é uma área que vem crescendo. – entregou os papéis á Sebastian que os pegara com notável desdém.

       - Estas fazendas estão sendo vendidas de porteira fechada, sabe o que quer dizer? Com a casa, os móveis, o gado, os funcionários, tudo. Uma fazenda desse tamanho, com tudo isso, pelo preço que está é um ótimo negócio, quase de graça.

       - Temos fazendas em Dallas, Houston, Austin, Aaron River. . .

       - Oque? – disse Sebastian cortando o corretor, sendo pego de surpresa ao ouvir o nome da cidade que á muito tempo não ouvia.

       - Dallas, Houston, Austin e Aaron River.

       Isso não era possível. Será que seu passado teimava em persegui-lo? Será que nunca teria paz? Os corretores perceberam que o empresário ficara estranhamente abalado.

       - O senhor está bem? – perguntaram desconfiados.

       - Não, não estou. – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

       - Bem, acho melhor voltarmos outro dia, quando estiver se sentindo melhor. – levantaram-se.

       - Ligue-nos se decidir qualquer coisa. Nosso numero está nos papéis. Boa tarde.

       Afastaram-se e iam saindo quando trombaram com Luigi e Pietro ao abrirem a porta e depois de pedidos de desculpas de todos, os corretores se foram e os gêmeos entraram, deparando-se com Sebastian visivelmente abalado.

      - Tudo bem? – Luigi perguntou preocupado.

      - O que aconteceu? – Pietro completou. – O que esses caras queriam?

       - Me vender fazendas. – disse com o olhar vago, fazendo os irmãos se entreolharem confusos.

       - E por isso você está com essa cara? Onde que era essa fazenda, no polo norte? – Pietro jamais fora sensível.

       - No inferno. – disse com a voz pesada e olhou para os irmãos. – Em Aaron River.

       Isso não podia ser coincidência, era obra do destino. Como aparecia de repente alguém vendendo propriedades para ele, justo em Aaron River, sua terra? Palco de acontecimentos tão sofridos em sua vida. Não. Iria mandar aqueles corretores para o quinto dos infernos, não queria nada com aquela cidade, nada!

       Sebastian passara o resto do dia aflito pela conversa com os corretores e com dificuldade foi cumprindo suas tarefas no vinhedo. Durante o caminho de volta para casa tentou acalmar-se. Não queria parecer nervoso na frente de Eva, ainda mais porque o medico com quem conversara lhe dera esperança. Eva, essa sim era sua prioridade. “Que se danem meus fantasmas.” pensou.

       Quando chegou em casa, Sebastian deparou-se com Angelo brincando com a babá Sophia na sala, escondendo-se atrás do sofá. Quando viu o pai, o garotinho veio correndo em sua direção com os braços abertos e um sorriso do tamanho do mundo. Ah, como o amava. Pegou-o nos braços e o abraçou apertado, ao que parecia, a garganta dele havia melhorado.

       - Oi papai. – disse Angelo.

       - Oi filhote! Estava brincando de que? – Sebastian disse terno.

       - Esconde-esconde. – sorriu.

       - Mesmo? – ele olhou em volta - E onde está a mamãe?

       - Na cozinha. – sussurrou no ouvido do pai.

       Olhou bem para o menino em seus braços. Era um menino bem esperto para os seus quatro anos, realmente muito parecido com o pai, com seus belos olhos verdes vivos. Toda vez que o via assim, alegre e brincando, rezava para que ele nunca tivesse que passar pelas mesmas coisas que passou.

       - Eu vou lá falar com a mamãe, - o colocara no chão. – continua brincando com a babá.

       - Tá bom, mas o tio Pietro brinca melhor.

       Sebastian riu da sinceridade da criança antes de afastar-se e dirigir-se á cozinha. De lá vinha um aroma muito bom, que há muito tempo não sentia. Abriu a porta da cozinha e deparou-se com uma cena que ficaria guardada na memória: Eva, usando calça jeans, um suéter marrom com detalhes bege e um avental, na beira do fogão, mexendo um molho de tomate que parecia delicioso. Ela parecia tão bem, a palidez habitual sumira, estava corada, ficou parado lá observando sem que ela notasse, lembrando-se da época antes da doença. Era tudo igual, a única diferença era o cabelo curtíssimo. Por um momento parecia que ela nunca havia estado doente, que os últimos tempos foram na verdade um pesadelo ruim, distante, á muito deixado para trás.

       - Deixa-me adivinhar, está fazendo lasanha? – disse denunciando sua presença.

       - Oi querido! – ela se aproximou e o beijou. – Acertou, estou fazendo lasanha.

       - Nossa, o que aconteceu com você? – disse impressionado.

       - O dia foi passando, fui me sentindo bem, e ficar na cama o tempo todo é muito chato. Brinquei com Angelo o dia inteiro. Nossa, como ele é hiperativo. – voltou a mexer o molho.

       - Eu acho ótimo você estar se sentindo melhor, só não abusa. – ele disse com um ar estranho.

       - Como assim? – disse em tom meio ofendido.

       - Ah, só não quero que se exagere. Esse é um filme que já vimos antes. – disse ele sério.

       Ela virou-se para ele encarando-o.

       - Eu estou me sentindo ótima. Ia ajudar um pouco alegria da sua parte. – disse emburrada voltando-se outra vez para o molho.

       - Me desculpa. – disse ele aproximando-se e abraçando ela por trás. – Eu tive um dia cheio, não liga pra mim. – ele beijou-lhe a nuca, sentindo o cheiro do cabelo dela, aquele cheiro bom de fruta do shampoo que ela usava.

       - Como foi a reunião com os fornecedores?

       - Não foi tão ruim quanto um enforcamento, mas eles se esforçaram. – ele brincou.

       - E o que mais?- estava interessada.

       - Não quero falar sobre isso. – disse inquieto, afastando-se.

       - Os americanos foram lá de novo?

       - Foram. – ele respondeu pesadamente.

       - E por que você se incomoda tanto com eles? – não entendia.

       - Por que qualquer ligação com aquele lugar me faz mal. – desabafou – Eles queriam me vender uma fazenda em Aaron River, onde tudo aconteceu.

       - Não quer voltar para lá, para sua terra? – perguntou.

       - Nunca mais. – negou logo. – Por que eu sei, se eu voltar, a primeira coisa que eu vou fazer é procurar aquele. . . – conteve-se – aquele homem, e eu não quero isso.

      - E a sua “vingança”?

      - Talvez, quando eu ainda estava perdido, nas ruas. – ele meneou a cabeça - Mas agora tenho você e Angelo e não vou por tudo á perder. - disse sério.

       - Não sabe como isso me deixa feliz! – ela o abraçou. – Não sabe o quanto eu rezei para que você acalmasse seu coração e não pensasse mais nisso, neles.

       - Você me ensinou a ser melhor.

       Sebastian a abraçava como se Eva fosse a única coisa que pudesse espantar seus medos do passado e lhe trazer paz. Mas Eva sabia que lá no fundo, ele não estava em paz. Só estaria quando acertasse as coisas.

segunda-feira, 18 de março de 2013

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Sobre os personagens

Olá leitores!
Eu sei que esse post é bem bobinho, mas eu quis compartilhar isso com vocês.
As vezes, quando lemos ou escrevemos um livro, imaginamos os personagens como atores que conhecemos, as vezes independende da descrição já existente. Principalmente quando escreveo, faço muito isso, buscando também traços de personalidade, então tudo combina.
 
 
Eu sei que seria pedir muito um elenco assim, (afinal, quem sou eu) mas essa é uma montagem que eu fiz com os rostos que eu tinha em mente quando escrevi "Sebastian".
 Para os que já leram, vão ler, ou estão querendo ler pois tem ...muitos capitulos disponiveis no blog, isso aqui pode dar uma ideia de como
os personagens são, além da descrição obvia.
Se bem que um filme do meu livro com esse atores iria ficar perfeito.
kkkkk ó eu viajando.
E vocês, leitores, também fazem isso?

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

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Trabalho de Capa para o "Uma Carona no Escuro"

     Olá Leitores!
     Super novidade!!!! A Nanda Silveira do Imaginario's Books mais uma vez foi minha fada madrinha, e fez a nova capa do meu livro "Uma carona no Escuro"

 
     Ficou linda, não é? A capa anterior, feita por mim, estava horrivel. Afinal, eu sou escritora, não designer de imagem. Essa capa, está mais de acordo com as histórias do livro, que é um livro de contos de terror.
 
Para mais detalhes sobre o livro, visite a pagina obras minhas aqui no blog e para me dar uma forçinha kkkkkkkkkk  compre nesse link.                                                                     "O QUE ACHA DESSE PROJETO? Li todo o livro para poder criar algo que tivesse a ver. O Gato simboliza o primeiro conto do gato macabro, o homem misterioso simboliza o zumbie (ou vampiro) que ataca Dereck, e a estrada, é a ..."maldita estrada" que o frentista disse para o personagem não parar em hipótese alguma, (coisa que o bobão fez) hahaha."  Nanda Silveira , Imaginario's Books .     
Esse blog, que é muito bom e influente na minha opinião, além de ser o veículo de divulgação dos livros da própria Nanda Silveira, como a triologia O Segredo de Emma Sullivan , também trabalha com ajuda aos novos autores, como trabalho de diagramação, revisão e criação de capa, tudo gratúito.
É um espaço onde me senti mais do que acolhida!
Valeu Nanda!!!!                                      


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

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Trecho do livro "Bento" de André Vianco

    Olá Leitores!
    Esse é só um trecho do livro "Bento" de André Vianco que realmente me deixou sem palavras, sem fôlego, a prova de que o produto nacional tem valor, e muito valor. É uma das melhores cenas de embate que eu já li, é um épico. Leiam e digam que eu estou errada.



    Bento
    "Elton fechou os olhos por um segundo, querendo evocar as sensações daquela madrugada, reavivando a memória. Não precisou esforçar-se demais. Logo voltou a sentir seu corpo balançando sobre o torço do cavalo, a garoa fria sendo jogada pelo vento contra seu rosto e acumulando-se em seu queixo, onde a barba descuidada teimava crescer. O peso do rifle preso à suas costas, o barulho dos outros cavalos vencendo o lamaçal, tudo isso, vinha vivo, recolocando-o lá, no mesmo tempo e espaço. Grandes corujas com olhos brilhantes girando as cabeças empoleiradas em galhos antigos e livres de folhas. O céu fechado e cheio de nuvens sendo carregadas velozmente pelo vendaval acima de suas cabeças. O lugar perfeito para ser morto por aqueles demônios do mundo. Odiava as histórias de pântanos. Quantos soldados haviam caído em cenários semelhantes? Mais do que as histórias, odiava estar ali. Mas, estavam seguindo o "escolhido".

sábado, 22 de dezembro de 2012

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"Um conto de Natal" - Charles Dickens

Olá Leitores!!
    Como o mundo não acabou, eu volto com as postagens!! kkk
    Como está chegando o Natal, nada mais justo que um texto natalino, e nenhum texto nataliano teve maior impacto no último século do que o velho e bom "Um Conto de Natal" de Charles Dickens. Para quem não está ligando o nome á pessoa, é o conto dos três espiritos de natal e o avarento.
     Esse conto teve varias adaptações em livros e para o cinema, e como este é um blog literário, faço questão de postar o texto na integra. É o meu presente de Natal para vocês, meus leitores!
Boa Leitura!!!!





Uma Conto de Natal  Charles Dicken






PRIMEIRA ESTROFE



O espectro de Marley



Para começar, digamos que Marley tinha morrido.