sexta-feira, 18 de outubro de 2013

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"Boa Noite, Sam" Capitulo 2

     Olá Leitores, Tudo bem?
     Esse sim é o segundo capitulo de "Boa Noite, Sam". Estou adorando o retorno, está sendo muito bem recebido, por isso, obrigada gente!!!!
     É mais curto, mas é bem corrido. Quentinho, acabei de fazer, aproveitem!!
     Para não se perder, leia antes o Prefácio e o Capitulo 1 da história.


 "Boa Noite, Sam"
Capitulo 2

      
       Sam terminava de colocar a ultima peça de roupa em sua mochila e fechou o zíper com um suspiro. Fora as peças de roupa que estava usando, todas as outras estavam devidamente empacotadas. Ele olhou para as suas poucas coisas já arrumadas em poucas caixas no chão de madeira do quarto e não pode evitar sentir um frio na barriga. Não era justo, simplesmente não era justo. Ele passou a mão pelo seu cabelo negro desarrumando mais ainda seus cachos.

       Sam sentiu que sua respiração estava se acelerando outra vez e fez um esforço para se acalmar. Sentou-se na cama por um momento. “Só um momento...” ele pensou, não era nada de mais, era só o mesmo desconforto de sempre. Desde que Charlie havia lhe contado as “novidades” Sam estava fazendo um esforço sobre-humano para manter-se calmo. Já era difícil demais olhar para o rosto de Charlie e ver toda a culpa que ele sentia, não precisava de sua pena.


       Ele procurou no bolso da sua calça jeans o frasco laranja com os comprimidos companheiros de sempre e não os encontrou. Tentou outra vez no seu casaco de moletom preto (sim, já estava pronto para partir) e o encontrou. Tirou um dos comprimidos do frasco e o engoliu a seco antes de recolocar o frasco em seu bolso. O gosto era amargo como sempre. Ele fechou os olhos e respirou fundo. Sentiu dor. “Isso é ridículo!” ele pensou.

       Antes que ele pudesse segurar, lagrimas rolavam de seus olhos azuis. Ele não queria ir embora, não queria ter que deixar a casa de Charlie, mas era necessário. Ou saía daquela casa agora, ou voltaria para...

       Com um ranger ele ouviu a porta de seu quarto se abrir e um homem entrou no quarto. Era alto, seu cabelo era de um loiro acinzentado e seus olhos eram cor de mel. Usava calça jeans e um sweater de lã azul claro. Ele tinha um semblante mais depressivo do que Sam esperava ver, e isso não ajudou muito. Charlie que estava no limiar entre a juventude e a meia idade, com seus quase quarenta anos era jovial e muito bem humorado, mas hoje parecia que a idade se fazia ver em seus olhos fundos e expressão consternada.

       - Está tudo pronto? – Charlie perguntou fungando.

       - Tudo pronto. – Sam disse cansado sem olhar nos olhos de Charlie.

       - Pegou todos os remédios?

       - Sim.

       - O taxi já chegou. – disse hesitante.

       Sam balançou a cabeça afirmativamente ainda sem manter contato visual e se levantou. Fez menção de pegar sua mochila, mas antes que percebesse, Charlie segurou seu pulso, impedindo-o.

       - Você não precisa carregar nada, deixa comigo. – sem dar espaço para o garoto protestar, ele pegara a mochila da cama e a ajeitara no ombro.

       - Eu vou ter que me virar sozinho a partir de agora, não vou? Que diferença faz? – ele não queria ter soado tão amargo, mas essas palavras foram suficientes para que Charlie desabasse em choro e se aproximasse de Sam, abraçando-o.

       - Me perdoa. – Charlie dizia soluçando. – Me perdoa...

       Sam estava tentando até agora (tentando muito, aliás) não cair em desespero frente ao seu destino mais do que incerto, mas naquele momento não conseguiu evitar transbordar toda a tensão daquela manhã fatídica. Chorava copiosamente, como a criança que á pouco tempo ainda era. Não era justo, simplesmente o destino não era justo, e ele imaginava que talvez a força, a criatura, ou seja lá o que fosse que controlava essas reviravoltas do universo fosse uma criança sádica com uma lente de aumento perto de um formigueiro.

       - A culpa não foi sua. – foi tudo o que Sam conseguira dizer, pois era verdade.

       Não era culpa de Charlie que os remédios de Sam tivessem acabado naquela manhã. Não era culpa de Charlie que ele tivesse ido compra-los em uma farmácia ali perto. Não era culpa de Charlie que no caminho de volta, ele tivesse esbarrado em um homem e derrubado a sacolinha com os remédios no chão, espalhando-os pela calçada. Não era culpa de Charlie que o homem tivesse abaixado para ajuda-lo a recolher os frascos. E realmente não era culpa de Charlie que esse homem fosse Stephen Olsen, o irmão de Sam.

       Ele se lembrava ainda agora do olhar no rosto de Charlie quando ele chegara com os remédios. Seu rosto estava branco e ele tremia, o que fez Sam começar a tremer também. Ele se lembrava ainda agora da sensação de estar caindo em um buraco bem fundo enquanto Charlie lhe contava como Stephen olhou para ele e então para os remédios, que ele sabia. Ele sabia quem Charlie era, sabia á quem os remédios pertenciam. Era uma questão de tempo até ele ligar os fatos. Se lembrava que quase desmaiara quando ouvira Charlie dizer que ele não poderia mais ficar ali, que não era seguro.

       - Isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Ele está me procurando como uma Águia desde que... – ele se afastou do abraço de Charlie e limpou os olhos com as mãos. - Tenho que ir para mais longe dessa vez.

       - Já cuidei disso. – ele tirou um papel do bolso e o estendeu até Sam – Um amigo meu tinha essa apartamento para sublocar em Saint Isolde, fica á três horas daqui. Não é o melhor lugar, mas assim em cima da hora, e meu amigo não fez perguntas...

       - Tudo bem, Charlie, eu entendo. – Sam meneou a cabeça.

       - Me perdoa... – ele disse de novo, com olhos suplicantes. – Não vou poder cumprir minha promessa.

       - Você tentou.

 

       O Vince’s estava especialmente cheio aquela noite. Era noite de jogo na tv, então havia todo tipo de gente, unidos pelo amor (e ódio) comum entre os times em questão. Como Maggie não entendia nada de futebol e não fazia questão nenhuma de entender, estava mais interessada em atender aos milhares de pedidos da noite, uma variação entre cervejas, drinks complexos e ocasionais “Vamos lá para casa, Loira”. Ela usava o uniforme do lugar, que não era nada mais, nada menos do que calça jeans, uma camisa preta agarradinha e decotada (ugh!) e um avental com o logotipo do bar. Seu cabelo estava solto e reluzia com a luz ambiente enquanto ela ia para lá e para cá, como uma barata tonta com a enxurrada de pedidos.

       O Bar era grande, mas não era como uma casa de show. Era um bar, e a decoração era bem clichê. Haviam varias mesas ao longo do ambiente e o balcão no qual ela ficava era de madeira bem forte. Como era dia de jogo, todas as mesas estavam cheias e o balcão também, um mar de verde e branco de um lado e vermelho e amarelo do outro, as cores dos times. O telão no qual era transmitido o jogo ficava bem perto do balcão e Maggie poderia assistir, se quisesse e a cada gol marcado, ela achava que ficaria surda com tanto barulho feito.

       Com ela no balcão ficava um garoto jovem, Mason. Eram os primeiros dias dele, mas ele estava se saindo muito bem, era ágil e atencioso, e até agora não derrubara nenhuma garrafa, então tudo bem. Ela preparava um Martini quando Amanda bateu a bandeja de aço que costumava levar para lá e para cá com um estrondo perto de Maggie que quase derrubou a taça com a bebida. Amanda era uma garota baixinha e bem magrinha, falsamente ruiva e com olhos verdes. Usava o mesmo uniforme de Maggie, mas ao contrario, Amanda adorava o decote, e fazia bom uso dele para conseguir boas gorjetas. A garota tinha uma tendência a ser muito atirada, mas a amizade entre as duas era fácil e sem percalços.

       - Adoro noites de futebol. – ela disse sarcástica bufando e sentando-se num do bancos á frente de Maggie.

       - O que foi, mulher? – Maggie perguntou recuperando-se do susto e terminando o drink.

       - Por que será que todos os idiotas da cidade decidiram sair e vir para cá? – ela perguntou retórica. - Tenho saudades das noites de karaokê.

       - O que foi? – Maggie sorriu - Alguém passou a mão no seu rabo? – Maggie brincou e viu a expressão séria de Amanda. – Alguém passou a mão no seu rabo! – era uma afirmação.

       - Aquele porco ali. – A ruivinha se virou e apontou discretamente com a cabeça para um grupo de cinco homens numa mesa, todos usando camisas de um dos times concorrentes em tons de verde e branco. Estavam rindo e falando alto e bebendo cerveja. Nem era preciso dizer que já estavam bêbados antes de virem ao bar. Havia um em especial, com uma bandana verde na cabeça que estava mais eriçado do que os outros.

       - Aquele com a bandana verde na cabeça. – Amanda completou – Ele passou a mão na minha bunda e perguntou se eu não queria sentar no colo dele. Cara nojento.  – ela disse indignada – Ah, e pediram mais cerveja.

       Maggie parou para pensar um momento, então sorriu. Ela odiava pessoas bêbadas e odiava pessoas inconvenientes, mas mais do que isso, odiava bêbados inconvenientes. Esse tipo de gente só despertava o pior dela. E já que era noite de jogo, ela ia se divertir um pouco também.

       - Deixa comigo, eu levo. – ela entregou o Martini para o cliente que esperava no balcão e cutucou Mason – Segura as pontas aqui.

       - Ah não, Maggie, não vai fazer barraco. – Amanda via a amiga pegar cinco cervejas da geladeira embaixo do balcão e colocar na bandeja.

       - Eu? Barraco? Quando você me viu fazer barraco? – A loira dava a volta e saia de trás do balcão, ficando lado a lado com a amiga.

       - Tipo semana passada? Tipo sempre? – ela retorquiu.

       - Que isso, sou um amor de pessoa.

       - Sei, e eu sou a Lady Gaga.

       Maggie sorriu um sorriso diabólico e pegou a bandeja com as cinco garrafas de cervejas caminhando em direção á mesa com os cinco torcedores.

       - Ela vai...? – Mason perguntou hesitante para Amanda que virou o rosto em sua direção.

       - Sim, ela vai. – a ruiva se virou e voltou a assistir o show que iria começar.

       Maggie chegou perto da mesa e logo sentiu o cheiro de suor e álcool exalado pelo grupo. Ela fingiu sorrir quando se aproximou da mesa e começou a servir a bebida e fingiu que não notou o modo como todos olharam para seu decote.

       - Suas cervejas, senhores. Desculpem a demora, mas a outra moça não estava se sentindo bem. – ela disse naturalmente. 

       - Olha, olha! – o homem com a bandana disse em voz muito alta – Esse lugar só tem gostosa trabalhando! - então ele passou a mão no bumbum de Maggie e acrescentou – Adoraria ver o que você tem pra mim, gata. – ele disse com um sorriso largo.

       - Mesmo?

       Ela sorriu de um jeito lascivo e se aproximou mais do cara de bandana. Sem aviso ela sentou-se sobre as pernas dele de um jeito bem sensual de forma que ela ficara montada sobre ele, com uma perna de cada lado e suas mãos nos ombros dele, quase uma posição sexual. Os outros homens na mesa ovacionaram. Quem a visse, diria que ela era uma vadia, com todo o propósito da palavra.

       - Você é mais legal que a sua amiga. – ele disse sorrindo e começando á passar a mão nas coxas de Maggie.

       - É, ela me disse que você perguntou se ela queria sentar aqui. – ela disse com voz macia. – Ela não quis, aqui estou.

       - Que bom para mim. – ele disse no ouvido dela.

       - É, não é? – ela se aproximou e disse bem pertinho do ouvido dele. – Você quer saber o que eu vou fazer com você?

       - Ah, se quero!

       Maggie deu uma risadinha e desceu a mão direita que estava no ombro dele, seguindo caminho até o cos da calça dele, descendo mais até encontrar o órgão já “animado” dele, que ela agarrou e cravou as unhas. Em um segundo, a expressão alegre dele se transformou numa expressão de dor e ele não segurou um gritinho abafado, mas ninguém ao redor percebia o que estava acontecendo naquela mesa.

       - Sua vadia! – ele estava vermelho e tentando empurrar ela, mas Maggie tinha uma posição de vantagem sobre ele.

       - Ah, sim, sou uma vadia. – ela sorriu – Sabe, eu não suporto pessoas como você, seu bêbado tarado. Aqui dentro, você não fica passando a mão nas garotas assim, mano. Agora você me escuta bem, seu porco nojento: – ele se debateu um pouquinho e ela apertou com mais força. Lagrimas corriam dos olhos dele. – Você vai pagar a sua conta agora, vai deixar uma boa gorjeta para a garota que você desrespeitou e vai embora bem quietinho. Só volta aqui quando virar gente. Fui clara? – por um momento ele nada respondeu, então ela repetiu – Fui clara?!

       Ele balançou a cabeça e Maggie sorriu. Ela se levantou e afastou do homem de bandana libertando-o de seu desconforto e cruzou os braços na frente do corpo, enquanto ele abria a carteira e tirava algumas notas de dinheiro que ele atirou na mesa antes de sair tempestivamente através do labirinto de mesas, seguido dos seus amigos, trombando em tudo e em todos até sair pela porta, xingando e gritando para Maggie.

       Ela pegou o dinheiro e voltou rebolando até o balcão, de onde Amanda e Mason assistiram a cena toda e a olhavam estarrecidos.

       - Pronto, problema resolvido. – ela notou que os dois continuavam a olhar para ela com olhar espantado. - O que foi? Nem fiz barraco. – ela ressaltou.

      


2 comentários:

  1. Nossa, essa Maggie é lokona kkkkkkk

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  2. Oi Natalia e pessoal que segue este blog. Eu queria pedir para vcs seguirem meu blog ''Beijos com Glitter'',pois sou iniciante e não sei como divulgar ele. Se vcs fizerem isso pra mim,vai ajudar muito! Dá uma passadinha lá por favor? Se vc gostar pode seguir rs. Aqui está o link: http://beijoscomglitter.blogspot.com.br/
    Desde já obrigado. Ah, e Natalia, vc escreve muito bem e estou seguindo seu blog. Bjooos

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