sexta-feira, 30 de novembro de 2012

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"Crepúsculo" , Stephenie Meyer - Resenha Lista Negra

     Olá Leitores!
     Eu fiz questão de que Crepúsculo fosse o primeiro da lista! Eu sei, eu sei, muita gente gosta, tenho amigas que gostam, creio que muitos seguidores desse blog gostam também. Mas eu fico estarrecida com o fato de esta coisa horrorosa tenha tido a projeção que teve e ainda tem sobre pessoas de cabeça fraca.
  

Sinopse

    Uma garota idiota e sem sal, Bella Swan, se muda para a cidade fria e chuvosa de Forks no meio do ano letivo. Na escola, ela se depara com os Cullen, cinco meio-irmãos de nariz empinado e populares figuras da escola, e ela se interessa (claro, por que não?) por Edward Cullen, O mais bonito, o mais misterioso, o mais blá blá blá, clichê, e coincidentemente o único solteiro dos cinco, logo, não havia muita escolha.
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Lista negra

     Olá Leitores!
     É com profunda angústia que eu venho at´vocês hoje, dando início á um novo segmento do blog, a seçã Lista Negra .
     Existem milhões de livros escritos no mundo, desde que o ser humano descobriu que poderia escrever, oque não quer dizer exatamente que todos eles sejam bons. Eu já li livros por quais me apaixonei, bem como li livros e ainda não acredito que perdi horas preciosas da minha vida. Me espanto com a facilidade a aceitação que esses livros tem, muitos deles virando modinhas. (Se tem uma coisa que eu detesto é modinha).
     Vejo por ai, tanta gente como robôs, programados para gostar da mesma coisa, só por que todo mundo está falando sobre. Há uma grande diferença entre fama e qualidade. É raríssimo que os dois andem de mãos dadas.
     Por esse motivo, e como forma de protesto, dedicarei a seção Lista Negra para resenhar e dar minha sigela opinião sobre essas heresias literárias.
     Eu sei que vou irritar muita gente, mas eu tinha que compartilhar isso com vocês. E para aqueles que estão com os dedinhos coçando para postar comentários inflamados sobre isso e sobre as futuras resenhas, analize se você REALMENTE gostou do livro em questão.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

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"Sebastian" parte II, cap II

Parte II
Capitulo II
"Liberdade"
 

       Eva mandara servir á Sebastian uma boa refeição no quarto mesmo, puxa, como estava com fome. Ele esperou que ela voltasse durante certo tempo, mas ela não veio. Procurou então suas roupas no closet e as encontrou cuidadosamente dobradas. Vestiu-se pensando em tudo que Eva lhe disse e se deveria ir embora sem falar com ela. Eva era agora uma senhora distinta, que não deveria se misturar com esse tipo de gente. “É melhor assim.” Pensou. Divida por divida, á seu ver estavam quites. Tudo o que queria era falar com Francesco e explicar por que voltava há essa hora e sem dinheiro.

       Saiu pela porta de seu quarto e deparou-se com um corredor cheio de portas, a ala dos quartos. Atravessou o corredor mancando e ao final havia uma escada que levava á sala de estar. Desceu a escada e observou que a sala era grande e bem decorada com móveis antigos, porém bem conservados. Obras de arte, esculturas e quadros davam um ar sofisticado ao ambiente.

       Atravessava a sala e percebeu que havia na parede do lado direito uma porta de vidro que levava a uma varanda. Pôde ver Eva através do vidro, sentada sozinha numa mesa branca redonda de quatro cadeiras, saboreando um chá. Ela parecia entretida naquilo e parecera não notar que Sebastian a observava, no entanto, começou á falar.

       - Já vai indo Sebastian? Sem se despedir? – disse calmamente. – Venha até aqui.

       Bem, já que seu plano de sair de fininho havia ido pelo ralo, tudo bem. Caminhou até a varanda que era grande como numa casa de campo e dava a volta na casa Aquela era só uma das três portas de acesso á varanda.

       - Sente-se. – Eva continuou.

       Meio relutante Sebastian obedeceu.

       - Eu lhe disse que nossa conversa não havia acabado. – Eva dizia calma.

       - Eu sei, mas eu preciso ir, tem gente esperando por mim. – não queria dizer que tinha que encontrar com Francesco, nem mesmo o motivo.

       - Se já esperou até agora, pode esperar mais um pouco. – deu uma golada em seu chá e recolocou a xícara na mesa. - Encontrei uma coisa em seu bolso, - disse procurando uma coisa em seu próprio bolso e colocou em seguida sobre a mesa um pacotinho transparente de plástico com um conteúdo que parecia um pó branco. - É seu?

       Sebastian desviou o olhar envergonhado. Sentia-se mal agora que Eva havia descoberto sua fraqueza. Ficou em silêncio reavaliando os motivos que o fizeram recorrer aquilo e isso só fez com que desejasse loucamente aquele pacotinho em cima da mesa. O pior de tudo era encarar a realidade e saber que aquilo não melhorava as coisas, apenas as maquiava, e quando o efeito passava, seus problemas continuavam ali, prontos para atormentá-lo de novo.

       - Eu tentei não me agarrar a isso. - disse sem conseguir encara-la – No começo eu pensei que força de vontade bastaria. – ele esfregou o nariz. - Eu estava errado.

       Eva adiantou-se e segurou a mão de Sebastian entre as suas num gesto acolhedor. Ela não o julgava, ele podia ver em seus olhos que ela não o julgava e isso mexeu com ele. Tanto que Sebastian desviou novamente o rosto, pois não queria que ela visse que ele começava a chorar.

       - Acho que é sua vez de contar a sua historia. – ela olhava e falava com ele de um jeito terno, como há muito tempo não falavam.

       Sebastian fitou-a, respirou fundo e contou tudo. Tudo desde aquele dia fatídico no qual sua vida acabara: o dia em que seu pai morrera. Contou como fora vendido e tirado de seu país e de como fora jogado nas ruas por Don Giovanni e tudo o que acontecera desde então até a noite passada, na qual se encontraram de novo. E contar tudo isso o fazia desejar o pacotinho como louco.

       - E é isso. – disse limpando as lagrimas dos olhos ao fim do relato – E agora que sabe quem eu sou e tudo o que fiz, que não sou o anjo que você pintou esses anos todos, longe disso, pois anjos não vivem no inferno. Sabendo de tudo isso, ainda acha que eu mereço sua ajuda, sua gratidão? – disse rude.

       - Agora mais do que nunca. – respondeu sem pensar duas vezes. – Vou ajudá-lo a sair dessa, pode ter certeza.

       Sebastian riu forçadamente.

       - Você tem bom coração. Na minha vida encontrei poucas pessoas assim. Você tem fé, – disse levantando-se. – mas não pode me ajudar.

       Sebastian ia afastando-se em direção á porta de vidro quando Eva chamou sua atenção.

       - Espere. – disse fazendo-o parar e virar para ela.

       Sebastian não havia percebido, mas havia uma bolsa pendurada em uma das cadeiras daquela mesa, e ele viu quando Eva pegou a bolsa e tirou de dentro um talão de cheques.

       - O que está fazendo? – ele disse intrigado.

       - Já que você está indo embora, vou pagar pelo tempo que ficou aqui. – disse séria.

       - Não quero seu dinheiro. – disse ríspido.

       - Mas quanto á Francesco?

       - Eu me viro. – aproximou-se e deu um leve beijo nos lábios dela. – Adeus Eva.

       Lentamente afastou-se e saiu pela porta de vidro de volta á realidade de sua vida, rumo á uma conversa com Francesco que só poderia ser descrita como dolorida.

       Eva sentia-se tão impotente em não poder fazer nada para ajudá-lo, mas também ele era orgulhoso demais para admitir que precisava de ajuda. Tudo bem, não importava, não ia desistir tão fácil assim.

 

       A noite chegou e no centro de Nápoles, o trio estava outra vez em seu ponto em frente a lanchonete. Sebastian levara outra surra, dessa vez de Francesco, pela perda do dinheiro e não estava se aguentando de dor, mas tinha que trabalhar mesmo machucado. Essa era sua vida e seria sempre assim, não importava o quanto encontrasse pessoas boas como Eva, elas iriam embora muito rápido. Então acordava e voltava para as ruas, onde era seu lugar.

       Estava sentado no degrau da lanchonete por não conseguir nem ficar em pé, o que estava deixando seus amigos preocupados.

       - Cara, o Francesco exagerou dessa vez. – Pietro disse alarmado.

       - Mas também, ele voltou aquela hora e sem dinheiro. – disse Luigi.

       - Eu estava com aquela moça. – Sebastian disse com dificuldade.

       - Poderia ter aceitado o dinheiro dela. - argumentou Pietro. – Talvez ele não tivesse te batido. . . tanto.

       Ficaram discutindo isso por um tempo até que um carro conhecido estacionou perto deles. Era Eva, que outra vez vinha procurá-lo.

       - Você não desiste, não é? – disse Sebastian ainda sentado.

       - Vai entrar logo nesse carro ou vou ter que trazer você arrastado como da última vez? - Eva disse com um sorriso zombeteiro que provocou risos em todos.

       - Seja lá o que foi que você fez para ela estar tão na sua desse jeito, por favor, me ensina. – Pietro disse impressionado.

       Com dificuldade Sebastian levantou-se e mancando caminhou até o carro, abriu a porta e entrou.

       - O que quer comigo agora?

       - Eu pensei que poderíamos dar uma volta por ai.

       - O que quer comigo. – repetiu a pergunta, notando uma segunda intenção no ar.

       - Tenho uma surpresa para você, mas primeiro você terá que confiar em mim. – disse enigmática.

       - Confiar? – pareceu pensar a respeito. – E eu tenho escolha?

       - Não. – ela sorriu.

       Eva deu a partida no carro e foi dirigindo pelas ruas noturnas, num momento que parecia irreal. Ambos estavam em silêncio, cada um com seu pensamento. Eva exibia um singelo sorriso de satisfação e Sebastian olhava tristemente para o lado de fora através da janela. Já havia perdido a conta de quantas vezes passara por aquelas ruas á noite, rumo a algum lugar que não queria ir. Não conseguia se acostumar, todo esse tempo aparentando não se importar era apenas para esconder o que realmente sentia: pavor, do momento que o cliente dizia olá, até o momento que ele dizia adeus. Porém não se sentia assim com Eva. Tudo bem, ela não era exatamente uma cliente. Não sabia explicar, não sentia aquela sensação ruim perto dela, e isso devia significar alguma coisa.

       Já estavam circulando á certo tempo e Sebastian conhecia muito bem aquelas ruas. No entanto, percebeu que o caminho que estavam pegando estava começando a ficar familiar demais.

       - Onde estamos indo? – Sebastian perguntou começando a ficar ressabiado.

       - Vai ver. – Eva disse enigmática.

       Ele conhecia bem aquelas ruas, e ainda mais o caminho. Já o havia feito milhares de vezes. Começou a ficar inquieto e nervoso Ela não podia estar levando ele para lá, não ela. Porém quando o carro entrou naquela rua teve certeza, estavam indo para a mansão de Don Giovanni.

       Logo chegaram aos portões daquele imponente imóvel branco, estilo colonial com jardim bem cuidado, tudo muito lindo, com exceção dos guardas armados que vigiavam a casa. O carro estacionou e ficou esperando, até que os guardas vieram até eles.

       - Por que me trouxe aqui? – disse Sebastian com visível nervosismo

       - Eu já disse para confiar em mim. – Eva respondeu séria.

       Nesse momento os guardas se aproximaram e Eva abaixou o vidro, recebendo-os com um sorriso simpático.

       - Seu patrão Don Giovanni está? Tenho negócios a tratar com ele.

       Os guardas se entreolharam confusos e desconfiados. Um deles pegou o radio e disse:

       - Vicenzo, tem uma senhora aqui com o americano. Querem falar com o chefe.

       Depois de um tempo de silêncio, pôde-se ouvir a voz etérea que saia do radio:

       - Deixe-os passar. – era a voz de Vicenzo.

       Eles sorriram, abriram o portão e os dois entraram com o carro pela entrada através do jardim. Ao saírem do carro, em frente á porta principal, aqueles mesmos dois guardas que abriram o portão estavam lá para revistá-los, como dizia o chefe, “regras da casa”.

       A porta principal foi aberta por uma empregada que Sebastian conhecia e lhe dissera um olá seco. Ela os acompanhou até a sala e logo Vicenzo apareceu, pedindo que o acompanhasse até o escritório, ali no térreo mesmo.

       Sebastian sentia calafrios cada vez que entrava naquela casa, pois em todas as vezes, algo ruim acontecia. O que Eva queria com Don Giovanni? Provavelmente iria arrumar encrenca e ele ia acabar se ferrando de novo.

       Na sala havia uma porta que era o escritório, Vicenzo a abriu e Sebastian deparou-se com o criminoso, analisando calmamente alguns papéis em sua grande mesa de mogno. Nunca havia entrado em seu escritório, era um lugar bem bonito, em contraste com as coisas que deveriam acontecer lá dentro quando as portas se fechavam.

       - Não costumo receber gente sem hora marcada, Sebastian, devia saber disso. – disse sem tirar os olhos dos papéis. – Mas teve sorte de me pegar de bom humor.

       Ele levantou o rosto. Estava mais velho, claro, mas não menos bonito. Seu ar sedutor e arrogante só parecera aumentar. Os olhos vermelhos tão penetrantes analisavam a dupla agora e sorria aquele sorriso cínico de bandido característico dele e daquele outro, Robert Murphy.

       Levantou-se e estendeu a mão para Eva.

       - Eu não te conheço, mas você certamente me conhece. – disse com voz macia.

       - Sou Eva Stefanelli. – cumprimentou ele educada.

       - Sente-se, senhora Stefanelli. – disse sentando-se novamente, apontando a cadeira á sua frente. – Vejo que já conheceu um de meus garotos.

       - Sim. – Eva disse sentando-se.

       - Mas oque aconteceu com ele? – Don Giovanni disse ao reparar nos hematomas no rosto dele.

       - Bem. . . – Sebastian ia começar a falar quando Eva o interrompeu.

       - Isso, Don Giovanni, é o que acontece com seus garotos nas ruas. – Eva disse alfinetando-o - Mas esse não é o motivo que me trás aqui.

       - E qual seria? – perguntou dando de ombros.

       - Quero pagar a dívida que Sebastian e os irmãos Tomazi têm para com o senhor.

       - O que?! – Sebastian e Dom Giovanni disseram juntos incrédulos.

       - Eva, não precisa fazer isso. – Sebastian disse ao perceber o que ela queria fazer, porém ela o ignorava.

       - Diga em quanto está a divida, que eu estou disposta á pagar. – continuou.

       - Está brincando? – disse Don Giovanni.

       - Está louca? – protestou Sebastian.

       - Tenho cara de quem está brincando, Don Giovanni? – disse Eva decidida.

       - Senhora Stefanelli, - Don Giovanni disse em tom de deboche - ele não é tão bom de cama assim, eu sei, eu o provei. – ele disse ferindo Sebastian.

       - Os motivos que me fazem querer ajudá-lo não estão em discussão aqui.  – ela retorquiu - Então, diga logo quanto você quer. – disse pegando da bolsa o talão de cheque e uma caneta.

       Don Giovanni pareceu pensar um pouco analisando a situação. Então de repente disse:

       - Quinze mil por Sebastian e mais dez mil por cada gêmeo. – disse vendo-a escrever no talão. – Tem certeza de que quer fazer isso? Quem é você?

       - Apenas uma mulher rica. – ela terminou de escrever, destacou a folha e entregou ao homem á sua frente. – Ai tem cinquenta mil: quinze por Sebastian, dez por cada gêmeo e mais quinze para deixá-los em paz daqui para frente.

       Don Giovanni esboçou um sorriso seguido de um franzir de testa.

       - Eu não sei. . . – ele relutou com o cheque nas mãos.

       - Quer que eu aumente o valor? – disse ele decisiva em resposta.

       - Não, o valor está ótimo. – ele analisou o papel outra vez. – Está feito, Eva. - levantou-se e caminhava em direção ao rapaz. – Eu me lembro de quando você entrou por aquela porta pela primeira vez. Tão assustado e arisco, como um filhote de gato. – sorrindo aproximou-se e o abraçou. – Você sempre foi meu preferido. – tocou seu rosto e o beijou nos lábios. – Quando precisar de mim, sabe onde me encontrar. Minhas portas sempre estarão abertas para você.

       Sebastian estava pasmo, atônito. Não acreditava no que acabara de acontecer ali, bem na frente de seus olhos. Será que era um sonho? Só podia estar sonhando. Estava livre, livre! Eva, aquele anjo, pagara sua divida. Não era mais propriedade de Don Giovanni.

       - Vamos querido. - Eva levantou-se e o pegou pelo braço. – Você nunca mais terá que vir até aqui de novo.

        Saíram do escritório. Eva puxava-o pelo braço e atravessaram a sala e saíram pela porta. Sebastian ainda estava entorpecido pela noticia, tinha os olhos marejados. Pararam em frente do carro dela e se abraçaram.

       - Isso está mesmo acontecendo? – Sebastian perguntou quase sem voz.

       - Está sim, meu querido. Agora tudo vai ser diferente.

       Eva entrou no carro, porém Sebastian ficou mais um tempo do lado de fora, respirando fundo e pela primeira vez em dez anos, como um homem livre. Quando entrou no carro ainda limpava os olhos com as costas das mãos. Para Eva era bem diferente vê-lo chorar de tristeza e vê-lo chorar de alegria.

       - Aonde quer ir? Já está tarde. – ela disse animada.

       - Eu não sei. - disse parando para pensar. – Aquele galpão no porto foi demolido alguns anos atrás, desde então não temos lugar certo para ficar.

       - Então vamos para minha casa. Lá você vai dormir e amanhã. . . Bem, amanhã nós pensaremos em alguma coisa. – sorria confiante.

       Sebastian segurou sua mão e olhou fixamente em seus olhos.

       - Eu nunca vou conseguir te pagar. . .

       Eva sorriu e acariciou seu rosto.

       - Quando eu te conheci, você tinha uma sombra no olhar. Veja só, ela sumiu. – disse sorrindo. – Esse é meu pagamento. – disse Eva com o sorriso mais doce que Sebastian já vira.

domingo, 25 de novembro de 2012

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Agora sim! Promoção no blog!!!

     Olá Leitores!
     Em vista dos comentários positivos a respeito da minha nova empreitada, vou fazer promoção no blog sim!!!!
     O primeiro livro á ser sorteado será "Horror em Amityville" de Jay Anson. Horror em Amityville - Jay Anson .
     Todo mundo está convidado á participar da promoção! basta ir na aba Promoções e se inscrever!!

Sejam criativos e boa sorte!!!!

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

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O que vocês acham dos ebooks?

     Olá Leitores!!
     Eu amo esse blog, me dedico muito á ele e estou sempre buscando novas formas de trazer conteúdo de qualidade para vocês. A resposta recebida, com tantas visitas, seguidors e comentarios, é gratificante. Tanto é que queria retribuir á vocês de alguma forma!
     Vi em alguns blogs voltados para a literatura que seus administradores lançam mão de um atificio interessante, o sistema de Promoções. Os seguidores participam, e depois acontece o sorteio de livros e marcadores de páginas. Claro que isso acontece quando o blogueiro administrador possui os livros em questão ou em parceria com as editoras parceiras.
     No entanto, no meu caso há um problema: Não tenho meios (dinheiro) para comprar tantos livros assim, e ainda estou começando com a parceria com as editoras, por isso, fica dificil fazer esse tipo de promoção como é feito nos demais blogs que eu conheço. Mas eu queria tanto poder fazer algo desse tipo por vocês, Leitores, principalmente porque faço resenhas de livros um tanto classicos que não se acham muito por ai e em alguns comentários, percebo que muita gente não havia lido o livro antes, embora ele já fosse um pouco antigo.

     Depois de muito pensar (levantar, esticar as pernas, tomar um café, dormir um pouquinho e assistir os Simpsons) me ocorreu a seguinte idéia, deixe me explicar: O que vocês acham dos ebooks?
     Eu sei que não é a mesma coisa que um livro palpável em suas mãos, não terá o cheiro de livro novo, não haverá marcadores bonitinhos, mas a história estará lá, a essência do livro estará lá. Eu tenho um acervo grande de ebooks e ficaria feliz em compartilhar com vocês! Além do fato de não ser necessário esperar pela boa vontade do correio, ebook se manda por email!!!!

     Eu quero muito fazer promoção dos livros que eu li e gostei muito, mas seria com os exemplares ebook (pdf) dos livros. Então eu pergunto, meus Leitores, o que vocês acham?? Prefiro perguntar para vocês primeiro e saber o que vocês acham.
     Deixem suas opiniões nos comentários e dependendo das respostas, um novo horizonte será explorado nesse blog.



Natalia de Oliveira
criadora do blog


    

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

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"Um amor, um verão e o milagre da vida", de Isa Colli - Resenha

     Olá Leitores!
     É com prazer que eu trago á vocês minha primeira resenha em parceria com a Editora Baldon.

     Sinopse

     Maria Paula é uma jovem de classe média-alta  que junto com sua mãe Estela, seu irmão Matheus e sua melhor amiga Barbara vai passar as ferias de verão na praia de Provetá, em Angra dos Reis, na casa de seu avô Olimpio, depois de muito que não visitava esse paraíso litorâneo. Tudo o que ela espera é se divertir e um romance de verão com um nativo realmente não estav em seus planos.
     Mas tudo isso muda quando ela conhece João Carlos (ou J.C. como ele gosta de ser chamado), um rapaz jovem, lindo e dourado. Filho de um pescador local, divide seu tempo entre jogar futebol e surfar, ao mesmo tempo que tenta concliar seus estudos para o vestibular que se aproxima. A atração entre os dois é inevitavel.
     A subta paixão que toma conta desses dois corações jovens é intensa, no entanto, Maria Paula está alheia ao que está acontecendo com J.C.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

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Uma andorinha só não faz verão

     Olá Leitores!
     Os mais atentos de vocês devem ter percebido que a minha lista de blogs parceiros ficou menor. Deixe-me explicar o porquê:
     O sistema de parceria entre blogs, no meu entendimento, é uma forma desses veículos de divulgação se ajudarem (afinal, o nome diz tudo, parceria), ainda mais se forem dirigidos ao mesmo publico alvo. Os seguidores do seu e do meu blog veem o banner de outro blog e o visitam, e vice e versa. Até ai todo mundo entendeu como funciona, não? Beleza.
     A questão é que no começo do mês decidi começar á buscar parceria com outros blogs de literatura e disponibilizei o banner de alguns. Seguindo as diretrizes deles de disponibilizar primeiro o banner deles e mandar um email fazendo minha proposta, esperei um bom tempo por respostas, sendo que de alguns a resposta não veio, ou seja, fiquei no vacuo.

domingo, 18 de novembro de 2012

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"Ponto Final " , por Natalia de Oliveira

"Ponto Final"
 
    

      Sidney olhava incessantemente para o relógio em seu pulso, eram onze e cinquenta da noite. - Que droga! – esbravejou, tinha perdido o ultimo ônibus. Sidney estava sozinho no ponto de ônibus em frente a lanchonete que ficava perto da casa da sua namorada. Tinha perdido a noção das horas, entretido com os amassos e quando reparou na hora, saiu correndo colocando a camisa e abotoando as calças. É, era isso que dava não ter carro e namorar uma garota que morava longe pra cacete. Poderia dormir na casa dela? Poderia, mas tinha que acordar cedo, bem cedo para ir para o serviço e como não estava prevenido, teria que continuar a linha de raciocínio mais tarde e por hora, estava ferrado. A escuridão daquele lugar era terrível e o silencio era sepulcral. A lanchonete já estava fechada e não passava ninguém na rua. Olhou para a rua, pensou ter ouvido o som de motor, mas tudo o que veio em sua direção foi uma moto que passou muito rápido. Praguejou outra vez, não podia voltar para casa á pé, sua casa era muito longe, tanto que sua casa ficava perto do ponto final, depois que o ônibus desovava o pessoal, ele seguia para a garagem, e isso no fim das contas era um saco.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

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Editora Baldon e a parceria com o blog

     Olá Leitores!
     É com orgulho que eu venho dizer á vocês que o Natalia de Oliveira escreve. . . está evoluindo (que emoção!).
     A Editora Baldon que já tem um programa de parceria com blogs agora é a primeira parceira desta que vos fala. Graças á isso, poderei trazer mais resenhas e novidades do mundo da literatura para vocês, meus leitores. Mais conteudo, mais qualidade.

Sobre a Editora Baldon

Criada em maio de 2011, a Editora Baldon, nasce com a missão de difundir o conhecimento e de utilizar o livro como elemento integrador da civilização e da cultura de forma produtiva e duradoura.

Inicialmente a empresa assume o compromisso de enriquecer e fomentar as atividades culturais e educacionais, com publicações de obras significativas para a sociedade, editando autores consagrados ou estreantes.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

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Rede social específica para quem ama livros!!!

     Olá Leitores!!!

     Eu esbarrei numa novidade ontem. Eu já disse não sou muito boa com o mundo da internet, esse blog eu fiz totalmente ás cegas e ainda tenho muito oque aprender.
     A literatura no Brasil é uma coisa dificil, e nós escritores independentes sabemos disso. Os blogs são ferramentas de divulgação e combinado com as redes sociais, estamos chegando em algum lugar.
     Eu fiz uma pagina no facebook que já tem mais de 100 seguidores (obrigado por isso, gente!) e recentemente comecei á buscar parcerias com outros blogs e editoras. Andei observando alguns desses blogs e notei a existência de uma aba do skoob .
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Como escrever - Como fazer uma resenha?

     Olá Leitores!!

     Hoje vou explicar como fazer uma boa resenha.
     Em primeiro lugar, deixe explicar o que é. Uma resenha é uma avaliação de um livro ou trabalho literário, com uma breve sinopse, suas impressões, sua conclusão e sua indicação do livro, oou seja, se você indica essa obra para ser apreciada ou se alerta as pessoas para não perderem seu tempo.

      Para começar, se você quer fazer uma resenha, sinta-se á vontade com o livro. Algumas pessoas por exemplo me perguntam porque eu não faço resenhas de livros "modinha" para esse blog. Simplesmente por isso, se é modinha tá todo mundo lendo, tem pop-ups desse livro em todo veiculo de informação voltado á esse segmento e sinceramente, fica over. Eu encaro a resenha como forma de divulgação de um livro, logo gosto de resenhar os classicos ou livros que nem todo mundo conhece, para que não caiam no esquecimento. Mas como eu disse acima, siga seu estilo e descubra seu publico alvo.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

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"Fim de caso" Graham Greene - Resenha

Sinopse

     Na Londres dos anos quarenta,  Bendrix é um escritor amargurado que reencontra numa festa, depois de muito tempo, Sarah, a mulher por quem foi apaixonado e ainda é. Isso trás á tona as lembranças da época em que estavam juntos num relacionamento destrutivo e perigoso, uma vez que Sarah era casada com um amigo seu, Henry.
     O traumático e subto rompimento do caso não apaga a chama da paixão e Bendrix busca por respostas, sem se importar com as consequencias da verdadedesconhecendo os reais motivos que fizeram Sarah terminar o caso embora o amasse imensamente.
     Todos sofrem nessa história: Bendrix por ter sido abandonado, Henry por saber que Sarah não é fiel e Sarah por ter sido forçada á abandonar o homem que amava por uma promessa feita á Deus pela vida do amante.
 
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

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"Sebastian" Parte II, cap I

Parte II
Capitulo I
"Alguém do Passado"


       1993

 

       O que aconteceu durante esses dez anos que se passaram não é difícil de imaginar. Em Aaron River comentou-se durante certo tempo sobre um garoto que havia matado o pai e se matado. Mas como ninguém se importava, logo deixaram de falar sobre o assunto. Às vezes alguém lembrava vagamente quando passavam pelas ruinas da oficina, mas assim como se faz quando se vê um comercial contra o cigarro e se pensa: “Nossa, o cigarro mata.” e se esquece disso assim que o comercial acaba, assim acontecia com os Desmont. A pessoa seguia seu caminho voltando a se preocupar com seus próprios afazeres e deixavam a tragédia no esquecimento.

       Todos se esqueceram. Todos menos April que rezava pela alma de Chandler todos os dias, fiel á sua lembrança. April sempre teve esperança de um dia ele voltaria, com aquele sorriso lindo que ele tinha e esperou por ele. Esperou durante muito tempo e foi ai quando começou a entender que deveria deixar seu espirito em paz e que deveria começar a viver sua vida, mas nunca deixara de rezar por ele.

        Já o garoto, durante certo tempo teve esperança de que algo aconteceria e ele se libertaria. Voltaria para casa, não importava quando tempo demorasse e por muito tempo manteve essa esperança. Os dias tornaram-se meses, os meses tornaram-se anos, e quando os anos começaram a passar, sua esperança se foi com eles, e quando finalmente percebeu que nada extraordinário aconteceria para libertá-lo, já era tarde demais.

       Sebastian não teve uma vida fácil. Embora tivesse resistido o quanto pôde, embora tivesse lutado para não cair na criminalidade nem em algo degradante, embora tivesse passado fome, frio, e uma série de outras coisas pelas quais uma criança não deveria passar, não teve jeito. Invés de diminuir, sua divida para com Don Giovanni só parecia aumentar e nada do que fizesse parecia suficiente. Então, depois de muitas lágrimas e sofrimento, Sebastian furtou, roubou, aplicou golpes e fez o que era preciso. Mesmo assim, seus esforços pareciam inúteis para a quantia absurda que era exigida, cada vez mais alta, então teve que ir além. Nunca matara ninguém, de resto, fizera de tudo. E talvez para matar o resto de consciência que o atormentava e não o deixava dormir, drogou-se.

        Foram anos de sofrimento, muita dor para alguém tão jovem. Sebastian havia se tornado apenas uma sombra do que fora antes, as ruas haviam roubado sua essência deixando apenas um fantasma de olhos verdes, sem alegria ou esperança, vagando pelas ruas da cidade.

       Assim ele cresceu, triste, depois a tristeza tornou-se conformismo. Sabia que jamais conseguiria pagar a divida e ser livre de novo, sabia que talvez em um belo dia alguém o matasse, quem sabe Francesco. Mas isso não importava, nada mais importava. Quanto ao homem que se tornou, era uma cópia idêntica de seu pai, numa versão mais surrada claro, mas ainda assim, belo como nenhum outro homem de Nápoles.

 

       Havia certa noite uma mulher num restaurante fino de Nápoles. Ela estava sentada sozinha numa mesa junto á janela observando o movimento do lado de fora com um ar vago. Ela era morena, os cabelos no ombro. Usava um discreto vestido azul marinho que contrastava com sua pele branca. Não aparentava ter mais do que trinta e poucos anos. Bonita, elegante, sozinha. Quem a olhasse, diria que se tratava de uma mulher que esperava entediada o amante atrasado para o encontro, mas não era isso o que fazia. Não havia nenhum namorado a esperar, ela era apenas o que aparentava ser: uma mulher sozinha, que talvez permanecesse assim pelo resto de seus dias.

       Ela pediu um drink que não bebeu, e depois de uma hora sentada sozinha, com o drink intocado na mesa, chamou o garçom, pagou a conta e foi embora, pegando um taxi na porta do restaurante e sumindo na avenida.

       Uma mulher estranha? Não, apenas uma mulher que não suportava mais a imensidão de sua casa onde seus pensamentos pareciam ecoar tão alto que a estavam enlouquecendo.

       Eva era uma boa mulher, considerada por quem a conhecia um exemplo. Ia á missa, contribuía com a caridade, era rica, mas nada disso parecia preencher o vazio em seu coração.

       O carro em que Eva estava passava pelas ruas e ela não reparava em nada. Olhava para as calçadas absorta em pensamentos até que param em um sinal vermelho. Teve um susto, seu coração quase saíra pela boca e se já não fosse o fato de estar sentada, teria caído. Mais á frente, a uns três metros do taxi, havia um trio de rapazes encostados á parede de uma lanchonete. Dois deles pareciam irmãos, muito parecidos, altos e cabelos negros, mas não eram eles que haviam chamado sua atenção e sim o outro que estavam junto deles. Era um rapaz de aparência abatida, roupas velhas e surradas, os cabelos negros desgrenhados, fumava um cigarro e parecia entorpecido. Conhecia aquele rapaz, sim, lembrava-se dele. Há muito tempo atrás o conhecera numa praia, numa época quase tão longínqua quanto o inicio dos tempos. Ficou atordoada, até que o carro começou a andar.

       - Não! Pare! – protestou ao motorista.

       Por coincidência, o carro havia parado bem á frente do trio. Eva abaixara o vidro e ficou olhando bem para o rosto do rapaz que reparou e começou a encará-la em troca.

       - Sim? – disse Sebastian notando que o negócio era com ele.

       Porém Eva não disse nada, estava paralisada com aqueles olhos verdes, no entanto, ele parecia não a reconhecer. Sebastian riu, jogou o cigarro fora e veio em direção ao carro, com o andar arrogante que aprendera com Francesco e se encostou ao carro.

       - Em que posso ajudar? - disse em fluente italiano.

       - Eu. . . – Eva tentava dizer alguma coisa, mas estava sem palavras. – Eu. . . – gaguejou.

       - Olha Dona, eu cobro oitenta liras por hora. – disse para encurtar a conversa e facilitar as coisas.

       Ele era um garoto de programa?! Que horror, que destino terrível haveria de aguardá-lo nessa vida assim perigosa. Isso a abalou de tal forma que ela recostou-se no banco, chocada.

       - Espera ai. – disse ele parando para pensar - Eu não te conheço de algum lugar? – Sebastian disse olhando bem para o rosto dela, então riu. – Oi Eva. – mas não era um sorriso normal, havia cinismo nele. – Como vai? Tem mergulhado ultimamente?

       - Já faz muito tempo que não nos vemos, Sebastian. – ela disse abalada.

       - É, tipo, uma eternidade. – suas palavras eram carregadas de sarcasmo. Como ele havia mudado.

       - Oque aconteceu com você? – disse ainda abalada com a mudança nele. – Você está diferente.

       - Diferente? – riu pesadamente. – Isso é o que acontece quando você passa os últimos dez anos nas ruas. – ele a alfinetou - Mas você está ótima, quero dizer, olha só pra você: vestido bonito, brincos caros. É rica, não é? É claro que é, reconheço um rico quando vejo um. E já vi muitos. – disse com um sorriso amargo.

       Eva não conseguia acreditar que aquele rapaz que estava ali na sua frente era o mesmo garoto inocente que conhecera anos atrás, aquele garoto doce que lhe salvara a vida e que lhe mostrara a importância de não desistir. Aquele era outro, alguém amargurado, esquivo, rude. Não podia acreditar que era nisso que ele havia se transformado.

       - Sebastian, quero conversar com você, mas longe daqui. – suplicava com os olhos. Ele riu forçadamente.

       - Eu cobro oitenta liras por hora. – disse deixando ela atônita.

       - Quer que eu pague? – estava chocada com a frieza dessas palavras.

       - Se não está disposta á pagar, vá embora. Não posso desperdiçar meu tempo. Estou trabalhando e se você quiser um “momento” comigo, vai ter que pagar como qualquer cliente. – disse ríspido.

       Boquiaberta, Eva abaixou a cabeça completamente horrorizada com o que acabara de ouvir. Com aperto no coração disse ao motorista do taxi que prosseguisse.

       - Será que foi algo que eu disse? – Sebastian zombou, virando-se para Luigi e Pietro.

       - Quem era? – Luigi perguntou curioso.

       - Alguém do passado. Sebastian respondeu acendendo outro cigarro.

 

       Por que ele agira dessa forma com ela? Ele fora tão rude, muito diferente daquele garoto que conhecera. Bem, ele já não era mais um garoto, era um homem. Um homem amargo e frio, maltratado pela vida e que provavelmente aprendera a contar só com ele e ninguém mais.

       Ah, se ele soubesse como Eva pensava nele esses anos todos, como ansiara reencontrá-lo, porém não imaginava que seria desse jeito. Se Sebastian soubesse como a ajudara durante esse tempo todo, não só naquele dia na praia, mas sempre que pensava em desistir lembrava-se daquelas palavras: “Não desista por causa de um tombo apenas.”. Se ele soubesse de tudo. . .

       Já estava deitada em sua cama enquanto ruminava seus pensamentos, quando um trovão tirou-a de seus pensamentos. Olhou para a janela, chovia forte lá fora. Seu coração se apertou mais ainda. Será que ele estava bem? Será que tinha um lugar para ficar? Tantas coisas martelavam em sua cabeça. Olhou para o relógio digital na cabeceira da cama no criado mudo, era uma hora da manhã. Isso não estava certo, tinha que fazer alguma coisa. Mordeu o lábio inferior inquieta e decidiu-se. Levantou-se da cama jogando os lençóis longe. Correu para o closet á direita da cama, abriu a porta e pegou um casaco, colocou-o rapidamente, saindo pela porta do quarto que era em frente da cama.

       Desceu a escada que dava para o primeiro andar e pegara as chaves do seu carro na cozinha. Não o usara para ir ao bar porque não gostava de dirigir á noite, mas nesse caso. . . Foi até a garagem e saíra pela noite em busca de Sebastian.

       A casa dela ficara numa parte afastada da cidade, numa área mais rural de Nápoles onde ficava seu vinhedo e por isso demorava uns quarenta minutos para chegar ao centro. Queria voltar ao lugar onde o encontrara, mesmo sendo difícil de dirigir e procurar por ele com a chuva embaçando os vidros do carro.  Provavelmente ele não estava mais perto daquela lanchonete e olhava para a rua atenta agora.

       Foi quando viu num beco algo acontecer. Três homens espancavam um. Eva parou o carro e os agressores se entreolharam e correram para o lado contrário, certamente deviam ter achado que era a policia. Correram e deixaram a vítima lá e Eva reconheceu a vitima com sendo Sebastian, que jazia desmaiado no chão.

       Abriu a porta do carro e saiu correndo deixando-a escancarada. Correu na chuva até ele, ajoelhando-se ao seu lado, haviam batido muito nele.

       - Acorda Sebastian! – Eva tentava reanimá-lo, dando batidinhas em seu rosto.

       Ele estava acordado agora, mas parecia um pouco entorpecido. . . Ele estava drogado! Ele tentava afastá-la com os braços.

       - Aqueles desgraçados. . . – foi a única coisa que Eva conseguiu discernir das várias coisas sem sentido que ele dizia.

       - Se apoie em mim, vamos sair daqui.

       Eva pegou um de seus braços e fazendo com que ele se apoiasse nela e com dificuldade conseguiu conduzir Sebastian até o carro. Tudo o que ela queria era tirá-lo dali e levá-lo para algum lugar seguro. Isso não era vida. Ainda não conseguia entender como ele entrara nessa, mas ajudaria ele á sair.

 

       Sebastian acordara com uma baita dor de cabeça e dor no corpo todo, com a garganta seca e uma vontade louca de fumar. O que tinha acontecido mesmo? Ah, sim, três caras o roubaram e o espancaram. Lembrava-se de se despedir de seu ultimo cliente que o havia trazido  de carro até o beco, depois de terem passado duas horas num motel. Logo depois esses caras apareceram, o pegaram sozinho e desprevenido, roubando tudo o que havia ganhado á noite. Que vida!

       Estava acordado havia um tempo, mas só abrira os olhos momentos depois por causa da claridade. Onde estava? Viu que estava em um quarto grande, deitado numa cama limpa de lençóis brancos e finos que só via em casa de gente rica. Pôs-se sentado, embora a dor em sua barriga o fizesse se arrepender disso. Olhava para o quarto grande e bonito. Á frente da cama havia uma penteadeira com um espelho no qual podia se ver. Via que ele próprio estava estranho, com um pijama azul escuro, limpo e cheiroso. Havia um curativo em sua testa no supercílio direito e um corte no lábio inferior, e claro, um olho roxo. Ao lado da penteadeira havia a porta, na parede direita o closet, na outra parede uma estante com livros e objetos de decoração. Havia ainda uma escrivaninha e outra porta aberta que era o banheiro.

       O que havia acontecido? Como fora parar lá? Tá certo que tinha exagerado na dose ontem, mas isso era estranho. Olhou-se no espelho mais uma vez. Será que isso era alguma brincadeira de Don Giovanni? Pois se fosse, era de muito mau gosto. Ouviu então passos do lado de fora do quarto e a porta abriu. Era Eva, com um sorriso no rosto, parecia feliz ao vê-lo.

       - Bom dia, Sebastian. – disse enquanto caminhava em direção á uma poltrona ao lado da cama e sentou-se.

       - Você de novo? Está me perseguindo? – ele disse rude.

       - Ainda bem que estou, não é? – disse com um sorriso amável. – Fui te procurar de novo de madrugada e te encontrei numa situação no mínimo desconfortável. Tive que trazê-lo para minha casa.

       - Olha Eva, eu agradeço o que fez por mim, mas eu preciso ir. – Sebastian fez menção de se levantar, mas Eva o impediu delicadamente.

       - Ainda não, está muito machucado. – Eva o impediu.

       - Eu não posso ficar, você sabe, eu. . .

       - Não pode desperdiçar seu tempo. – o interrompera. – Quanto é mesmo que você cobra, oitenta liras? Eu pago. – disse com naturalidade, deixando em Sebastian um ar incomodado. – Aceite minha ajuda.

       - Não é assim tão fácil. – desviou o olhar.

       - Não disse que seria, mas eu vou te ajudar assim mesmo.

       - Então isso salda a dívida? Agora estamos quites? – disse seco.

       - Nem que eu vivesse mil anos conseguiria pagar a dívida que eu tenho com você. – disse emocionando-se e deixando-o confuso.

       - Como assim?

       Eva o olhava de um modo estranho, com um brilho diferente no olhar. Respirou fundo e começou a contar uma história como se a estivesse contando pela primeira vez.

       - Meu nome é Eva Stefanelli, tenho trinta e cinco anos e minha vida não foi um mar de rosas. Quando eu tinha quinze anos, minha mãe morreu e foi aí que eu comecei a me perder. Fiquei revoltada, deprimida e nada do que eu fazia parecia amenizar a tristeza Foi ai que meu pai morreu, quando eu tinha dezoito anos. Nesse momento eu pirei. Caí de cabeça em coisas que só mascaravam a dor. Garotos, festas, bebidas, drogas, e quando dei por mim estava afundada nisso. Depois de um tempo dessa combinação, eu não me lembrava nem de quem eu era. Bem, quando eu tinha uns vinte e poucos, numa dessas festas eu exagerei e apaguei ali mesmo. Não me lembro de muita coisa, só de um peso em cima de mim, e quando acordei estava nua e machucada, o que torna o que aconteceu fácil de deduzir. – ela parou e respirou fundo. - Se eu já não estava bem, isso acabou com o resto de controle emocional que eu tinha e foi o inicio de um comportamento suicida. Foi então que eu te conheci, naquela praia. Eu estava desesperada, pronta para por fim na minha própria vida e pedi a Deus que me mandasse um sinal. E ele me mandou você, meu anjo de olhos verdes. Você me salvou aquele dia, mas não só a mim. Eu estava gravida.

       - Gravida? – disse ele perplexo

       - Sim, descobri um dia depois do nosso encontro. – disse em tom triste. – Esse foi o meu motivo para continuar vivendo, meu filho.

       - Onde ele está? – perguntou interessado, porém, notou que Eva abaixara a cabeça e pôde ver os olhos dela marejando.

       - Por causa das drogas acumuladas no meu organismo, o bebê nasceu com problemas. – disse devagar. – Não viveu muito, dez meses apenas, mas eu nunca o abandonei. Vivi por ele todos os dias desde o momento em que ele abriu os olhos até o momento em que ele os fechou. – disse deixando Sebastian consternado. – Isso foi algo pelo qual eu tive que passar para entender que cada momento pode ser o último e que a vida é muito valiosa para ser desperdiçada com aquelas porcarias. Se você não tivesse me tirado da agua, eu não teria conhecido o meu pequeno milagre, meu filho. E por cada minuto que eu pude passar ao lado dele eu vou ser eternamente grata á você.

       Sebastian estava em choque com aquelas palavras, não sabia o que dizer. Não podia imaginar que Eva tinha passado por isso tudo, era uma historia muito triste que o deixara com o coração apertado. Sempre seguira o conselho de Don Giovanni de mostrar ser forte sempre, mas aquilo o havia afetado de tal maneira que ele também baixara a cabeça para esconder os olhos marejados.

       - Acho que não mereço sua gratidão. – Sebastian disse forçadamente. – Perdi minha fé há muito tempo. Ao contrário de você, o meu motivo para continuar vivendo não era nada nobre e veja só no que me tornei.

       - Eu sei que você deve ter passado por muita coisa nessa vida e que isso o faz agir assim, eu entendo, – dizia amável - mas isso não quer dizer que esteja tudo perdido. Você pode encontrar a paz, como eu.

       - Não sei se é possível.

       - Claro que é. – Eva sorriu e seu sorriso era cheio de compreensão. - Nossa conversa ainda não acabou. Você precisa comer um pouco primeiro, depois voltaremos a falar.

        Eva levantou-se e devagar caminhava até a porta do quarto. Porém, no meio do caminho voltou-se para Sebastian outra vez.

       - Não quer saber qual era o nome dele, do meu filho.

       - Qual o nome dele?

       - Sebastian. O nome dele era Sebastian.