Eu sei, eu sei, vocês vão dizer "Nossa, uma Fanfic?!" sim, queridos, uma Fanfic. Como eu já disse aqui, concordo que Fanfics são um ótimo jeito de começar á escrever, para quem quer começar á ser escritor, vale a pena tentar. Eu começei com Fanfics quando eu nem sabia oque Fanfics eram, então nada mais justo.
Bem, essa é uma Fanfic que eu estou escrevendo baseada em "Hannibal - a série" que passa na AXN . Estou dando nomes aos bois, por isso devo ressaltar que todos os personagens pertencem á Thomas Harris, bem como alguns spoilers de "Dragão Vermelho" (desculpa por isso).
É algo bem experimental, espero que gostem. Se gostarem, postarei os demais capitulos logo.
COMENTEM POR FAVOR!!!!!!!
Pesadelos Diurnos, Desenhos Noturnos
Capitulo
1
Will Graham estava dentro de seu carro.
Suas mãos estavam segurando o volante com força, embora o carro estivesse
parado á pelo menos quinze minutos junto ao meio fio, longe da cena do crime
uma distancia suficiente para não ser notado pelos demais. Will podia ver os
policiais usando aquele uniforme comum andando para lá e para cá; seus “colegas” da perícia com seus coletes
escrito Policia Forence e o que mais
lhe causava desconforto: via o carro de Jack Crawford estacionado em frente á
cena do crime.
Ele apertou o volante mais forte, sentia
que estava perdendo o controle outra vez. Estava ofegante, não conseguia
respirar, tudo parecia ficar negro á sua volta e apertava o volante com força
por que isso machucava, e a dor era real. Fechou os olhos, cerrando-os
fortemente.
- Eu sou Will Graham, estou em
Baltimore, são duas e pouco da tarde, estou em meu carro. – Will recitava em
voz alta o mantra que teoricamente deveria trazê-lo de volta á realidade. Isso
pouco ajudava, mas pouco já é alguma coisa.
Abriu os olhos e olhou para a rua outra
vez, tomada por carros de polícia. “Saia
do carro, Will.” Ele pensou, ou disse em voz alta, pois ele chegou á ouvir
essa frase. Ele foi controlando sua respiração gradativamente e deu uma olhada
no espelho retrovisor. Em uma palavra, ele estava deplorável. Seus cabelos
negros formavam cachos desgrenhados, seus olhos azuis estavam com olheiras
terríveis por causa das noites de sonhos turbulentos, estava
pálido-quase-anêmico, mas acredite, já esteve bem pior.
- Saia do carro William! – dessa vez ele
disse sim em voz alta.
Obedecendo á sua própria ordem, pegou
sua mochila, abriu a porta e saiu do carro, fechando-a com um estrondo. Ajeitou
a mochila á tiracolo e caminhou vacilante até onde a multidão de uniforme azul
se encontrava, embora todo o seu ser quisesse dar meia volta e entrar em seu
carro novamente, dirigir até sua casa, abraçar seu cachorro Winston e dormir
até o fim do mundo.
A cena do crime era em um coreto em uma
praça em um bairro residencial, por isso haviam muitos curiosos dos quais Will
teve que desviar. “Muita gente!” a
voz em sua cabeça gritou de pavor. Ele tentou ignorar isso.
Os policiais sabiam quem Will era e lhe
deram passagem. A cena do crime era um coreto simples, de madeira firme, em
forma de octógono, três degraus para subir. Assim que Will colocara o pé no
primeiro degrau, Jack apareceu á sua frente, fazendo-o parar abruptamente.
- Onde estava? – Jack Crawford tinha
aquele semblante irritado que já estava se tornando costumeiro (pelo menos com relação á Will). Ele
estava usando luvas de látex, começara á processar a cena do crime antes de
Will chegar.
- Trânsito. - Will mentiu seco.
- Venha. – Jack disse impaciente.
Will subiu o restante dos degraus e
estava propriamente no coreto agora e podia ver o show.
- Todos saindo, vamos deixar o rapaz
trabalhar. – Will ouviu a voz de Jack
Crawford se afastando dele e ficando cada vez mais longe...
Eu esperei por ela até anoitecer. Teria
esperado por ela durante dias se fosse necessário, mas só tive que esperar
algumas horas. Ela é linda, loira, pela lisa, posso sentir o cheiro de seu
perfume á metros de distância me embriagando. Ela é perfeita, linda, minha.
Segui ela de uma distancia que ela não
podia me ver, mas eu podia vê-la, andando como se a calçada fosse sua
passarela. Ela chamou por mim, como todas as outras. Não com palavras, ou
gestos, ou diretamente, mas ela me chamou, mesmo que nem ela saiba disso.
Eu a agarrei por trás, tapando sua boca
e seu nariz com minha mão enluvada ao mesmo tempo para que ela perdesse a
consciência, ela não precisa sofrer. Ela não se debate. Ela desmaia em meus
braços e o primeiro lugar que eu vejo é o coreto. Está escuro, está frio, não
tem ninguém na rua á essa hora, estou livre para continuar.
Tudo o que eu quero é seu corpo e agora
que eu o tenho indefeso, farei o que quiser com ele. Arranco sua roupa, expondo
seus seios branquíssimos. Tenho uma faca, passei a tarde inteira afiando ela
enquanto a esperava e agora ela será usada, e como será usada. Não tenho
pressa.
- ...este é o meu método. – Will abre
os olhos e o que está á sua frente o assusta á ponto de fazê-lo cair no chão.
A garota loira está nua, visivelmente
violentada, seu rosto foi literalmente arrancado com precisão cirúrgica,
sobrando apenas uma massa vermelha de músculos e carne sobre os ossos da face.
Múltiplas facadas em seu peito, um mamilo arrancado á mordidas. Todas essas
coisas, claro, feitas depois da morte, como as outras três garotas que haviam
sido encontradas nos últimos dois meses.
Will não consegue respirar, suas mãos
tremem, tudo está ficando negro á sua frente. Sua mente está fazendo aquilo de
novo, está deixando ele na mão. “Will!”,
ele escuta uma voz conhecida chamar seu nome, mas ele não consegue se mexer.
Ele está paralisado, de joelhos no chão perto da vitima, respirando como se
todo o oxigênio do mundo tivesse sumido.
- Will! – A voz de Jack estava bem perto,
praticamente em seu ouvido. Então ele sentiu a mão forte de Jack sacudir seu
ombro. Will voltou á si, escapando da mão de Jack como se ela estivesse em
chamas.
- Jack? – Will sussurrou.
- Você está bem? – Jack o olhava com
aquele olhar de novo, aquele olhar de pena.
- Estou. – ele mentiu, tremendo dos pés
á cabeça. – Foi, o Cirurgião, como
das outras vezes. Podem fazer todos os exames que quiserem, vão encontrar as
mesmas coisas, ou não vão encontrar
as mesmas coisas. – ele se curvou com a mão no estômago, queria vomitar.
- Disso eu não tenho duvida. Tem certeza
que você está bem? – Jack se aproximou de Will mais uma vez que se afastou como
se Jack fosse algum tipo de monstro.
- Will...
- Não encosta em mim!
Ele pôs-se em pé com dificuldade, mas
conseguiu. Suas pernas bambas desceram os degraus do coreto aos tropeços e Will
foi caminhando através da praça em direção ao seu carro. Queria ir embora dali,
queria tomar um banho, queria tirar aquela sujeira dele, queria escapar do
assassino, de Jack Crawford e dele mesmo. Mas as coisas não eram assim tão
fáceis.
Will chegou perto de seu carro, mas
antes que pudesse perceber, estava curvado vomitando convulsivamente. Podia
sentir o assassino, podia sentir todo o prazer que ele teve enquanto
desfigurava sua vitima, enquanto a violava, enquanto a esfaqueava e se banhava
em seu sangue. Não suportava o fato de ter se tornado ele, mesmo que por poucos
minutos. Era nojento. “Eu sou Will
Graham, estou em Baltimore, são três e alguma coisa da tarde, estou numa cena
de crime... e não sou o assassino.” Ele acrescentou, de vez enquanto ele
tinha que acrescentar esse último verso á sua oração.
Mais uma vez Will sentiu a mão forte de
Jack em seu ombro e mais uma vez Will o repeliu bruscamente, aprumando-se e
quase caindo. Qual parte do não-me-toca-porra
ele não entendeu?
- Mas oque aconteceu lá, Will?! – Jack
disse olhando bem para o rapaz que se afastava para se encostar em seu carro.
- Nada, Jack. – ele fechou os olhos,
estava com muita dor de cabeça.
- Nada? – Jack estava mais do que
assustado com o que aconteceu. Ele estava com raiva. – Aconteceram muitas
coisas ali, Will, “nada” não é uma
delas.
- É sim Jack, se te faz sentir melhor.
Jack olhou para Will com aquela cara que
um pai certamente faz quando ouve um filho dizer seu primeiro palavrão.
- Olhe aqui Will, estou cansado da sua
arrogância.
- Mas você me atura mesmo assim. Por que
só um louco mesmo deixaria você fazer o que faz comigo.
- Há algum problema que queira
compartilhar comigo? – isso sim foi em tom arrogante. Jack tinha os olhos
inflamados. – Os policiais me disseram que viram seu carro parado ai muito
tempo antes de você entrar na cena do crime. Tem alguma coisa que você queira
me dizer?
Will o olhou em seus olhos por um breve
segundo, pois um segundo era tudo o que conseguia aturar e de novo evitou o
olhar de seu chefe. Durante certo tempo respeitara Jack, sua figura imponente,
sua conversa centrada, sua paixão pelo trabalho de Agente do FBI. Mas agora
tudo o que sentia por Jack era aquela angustia de quando se está esperando na
sala de espera de algum dentista: frio na barriga, medo e vontade de sair
correndo.
- Não sei por quanto tempo mais serei
útil para você, Jack. – Will disse com os olhos marejados.
- Como assim? – seu tom se modificara.
- Você não faz ideia do que esse
trabalho está fazendo comigo. – ele segurava as lagrimas, não queria chorar na
frente de Jack.
- Você ajuda á pegar esses assassinos. – Seu
tom era ameno agora. – Pense em quantas vidas você salvou nos últimos meses.
- Claro, os assassinos estão comigo,
Jack. – Ele respirou fundo – Eu sinto como se eu estivesse desaparecendo.
- Olha, Will. - Jack respirou fundo – Hoje é
sexta-feira, vai para casa, descanse um pouco, saia para se divertir se puder. Você
está estressado, só isso. Não sei o que você faz nas suas folgas para se
desligar dessa porcaria, mas sugiro que você faça isso hoje.
Will olhou para Jack e instintivamente
puxou a manga do braço esquerdo do seu casaco cobrindo ainda mais seu pulso, quase
escondendo a mão completamente dentro do casaco. O que ele fazia para se desligar daquela porcaria não era
exatamente algo que ele gostasse de
fazer e nem o que ele queria fazer
hoje, embora a cena do crime tivesse mexido demais com ele. Ele olhou por cima
do ombro de Jack e viu o cervo que o assombrava em suas alucinações, olhando de
volta para ele, bem calmo. Ele sentiu seu coração disparar em pânico e desviou
o olhar para o chão e mentalmente contou até dez, voltando a olhar por trás do
ombro de Jack e não encontrando o temido cervo.
- Eu estou bem, Jack. – ele forçou um
sorriso. – Posso lhe dar com isso.
- Não, não pode, não hoje. Você precisa
de um escape disso tudo, Will. – Jack respondeu tentando em vão manter contato
visual com Will que teimava em olhar para o chão.
Ele não sabia que Will tinha um escape. Ele não sabia que quando
Will não conseguia suportar mais as vozes na sua cabeça ele se valia desse
escape, que realmente isso o fazia se sentir melhor, que por um momento não
haviam assassinos em sua cabeça lutando pelo controle, nem cervos, nem o medo
constante de se perder em sua própria loucura. O que Jack não sabia, era que
ele não se orgulhava disso, na verdade odiava, e que ele escondia esse lado
dele como uma garota esconde sua bulimia.
–
Vai para casa e tente não pensar nisso. Me ligue quando estiver melhor.
Will simplesmente balançou a cabeça
afirmativamente e ouviu Jack se afastar de volta para a cena do crime. Ele respirou
fundo e abriu a porta de seu carro e se arrastando para dentro. Ele ficou ali
com o carro parado ainda um bom tempo analisando tudo o que Jack havia lhe dito
pensando se deveria seguir seu conselho. “Mas
que droga, Will” ele pensou. Se ele fosse realmente fazer aquilo que sempre
o fazia se sentir melhor, não seria algo que duraria e o pior, ele se sentiria
um lixo pela manhã, mas não tinha escolha. Ele sentia que se não fizesse,
acabaria acordando no meio da estrada outra vez, ou em cima do telhado, ou quem
sabe na cozinha brincando com suas facas.
Assim que ele ligou o carro e saiu daquela
rua, ele já tinha tomado sua decisão e estava procurando nos contatos de seu
celular a única pessoa que poderia lhe ajudar naquele momento. Do outro lado da
linha, o telefone chamou e chamou por um tempo e Will já estava desistindo
quando a pessoa atendeu:
- Alana Bloom. – uma voz feminina do
outro lado da linha soou calorosa.
- Alô, Alana, sou eu Will Graham – ele disse
meio que gaguejando, já estava começando a ficar ansioso.
- Will? – ela respondeu alegre – Tudo bem?
- Mais ou menos. – ele desistiu de tentar
fazer duas coisas ao mesmo tempo e encostou o carro no meio fio. – Eu estava
pensando se eu poderia tentar um encache... – ele dizia hesitante – para hoje...
- Um encache? Nossa, você me pegou um
tanto ocupada no momento... – seu tom era apreensivo – na verdade, nem estou na
cidade... – Will havia ligado para o telefone celular de Alana.
- Ah, mas... – de repente ele se sentiu
um idiota.
- Você pode esperar até segunda-feira? –
Alana sugeriu com apreensão na voz.
- É meio urgente... más... tudo bem. Desculpe
te atrapalhar. – ele já afastava o telefone do ouvido para desliga-lo quando
ouviu Alana o chamar
- Espere! – ela praticamente gritou – Eu
tenho um colega que é tão discreto quanto eu, ele pode te ajudar já que é tão
urgente.
Outra pessoa? Will quis gritar. Já havia
levado bastante tempo para ele confiar em Alana para ajuda-lo, e mesmo assim
era daquele jeito arredio ainda. Will só fazia o que fazia por que era com
Alana, outra pessoa definitivamente não estava em seus planos.
-
Um colega? Eu não...
- Will, tudo o que eu sei aprendi com
ele. Ele vai ter o mesmo cuidado, quem sabe até mais.
Will ficou em silêncio por um tempo,
analisando a proposta de Alana. Ele praguejou internamente mais uma vez e se
deu por vencido.
- Qual é o nome dele?
- Hannibal Lecter. Vou lhe passar o
numero dele e o endereço...
Por favooooor posta o próximo caítulo logo!!!
ResponderExcluir=D
Seu blog é muuuito legal flor, adorei! To seguindo!!
Beijãão!
Eu gostei!
ResponderExcluirAguarei o próximo capítulo.
Eu também estou escrevendo. Qualquer cosia a gente troca experiência. Segue o Meu link: https://www.facebook.com/pages/As-Cr%C3%B4nicas-de-Vit%C3%B3ria/295065360622361
Beijos.
Adoreiii demais agora quero saber o que vai acontecer kkkk
ResponderExcluirDepois (como já sei que tem o segundo capítulo) volto para ler, pois estou com um pouco de pressa agora :D
Beijinhoss
http://www.4youbooksmania.blogspot.com