sexta-feira, 7 de junho de 2013

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"Sebastian" - Capitulo V - Mudanças no destino

Parte II
Capitulo V
"Mudanças no Destino"
 

         Sebastian quase não dormira aquela noite, pensando no que aqueles americanos lhe disseram e em todos os problemas que lhe corroíam a mente e quando conseguiu dormir, teve um sono agitado. Quando acordou de manhã não encontrou Eva a seu lado, ressabiado, levantou-se. De repente um sentimento muito desagradável e familiar tomou conta dele, aquele mesmo sentimento que teve quando seu pai, há muito tempo o deixou sozinho na cozinha de sua antiga casa para nunca mais voltar. Um aperto no seu coração que lhe dizia que algo estava terrivelmente errado.

       Saiu do quarto e começou a chamar por Eva sem obter resposta. Foi abrindo a porta de todos os quartos pelos quais passava, procurando-a, detendo-se então na porta do quarto de Angelo. Com cuidado abriu a porta e viu Eva lá, mexendo nos cabelos negros do filho que dormia profundamente e ao ver o marido ela sorriu. Parecia tudo bem, uma cena normal, mas seu coração sabia que havia algo errado.

       - Eva, está tudo bem? – perguntou preocupado entrando no quarto, pois via que a palidez havia voltado e seus olhos tinham olheiras roxas profundas.

       - Está. – respondeu baixinho.

       Ela estava sentada no chão ao lado da cama, com um ar estranho, meio apagado, como se a vida estivesse se esvaindo dela. Mas como? Ela parecia tão bem antes, tão disposta.

       - Angelo está bem?

       - Claro que está. Eu só queria ficar olhando para ele um pouco. – voltou a olhar para o garoto – Ele é tão bonito, espero que também seja feliz.

       - Ele será. – Sebastian não sabia se foi o jeito com que disse, mas isso de repente lhe pareceu uma despedida.

       - Me promete uma coisa? – disse ela de repente em tom muito sério que causou um calafrio em Sebastian.

       - Qualquer coisa. – sua mão suava.

       - Não fique triste. – essa frase foi como um punhal em seu coração.

       - Não ficar triste, por que diz isso?

       - Por que eu não quero que fique triste, quando chegar a minha hora.     

       - Pára com isso Eva. - disse aproximando-se dela e tocando-a, ela estava fria. – Eva, você tá fria. – ele a pegou no colo e com cuidado a levantou e a carregou nos braços através do quarto. - Vou chamar o Doutor Bennett, você vai ficar bem. – já saiam do quarto de Angelo e andavam pelo corredor em direção ao quarto deles.

       - Não. - disse ela em voz baixa. – Não quero. – disse fazendo Sebastian parar ainda com ela nos braços. – É a minha hora, tá tudo bem, sabíamos que esse dia chegaria.

       - Mas Eva. . . – seus olhos estavam marejados, ela não podia estar partindo assim – Não, não pode me deixar assim.

       - Não vou deixar você, eu vou estar sempre aqui. – ela tocou seu peito. Ele chorava copiosamente. Ela respirou fundo. – Eu não estou com medo. – sua feição era realmente de quem estava em paz – Me sinto tão leve. . .

       Foi a ultima coisa que ela disse. Um silêncio mortal pairou naquele corredor em que Sebastian ainda segurava Eva nos braços, ele não conseguia mais ouvir a respiração dela.

       - Eva. . . - Sebastian chamou sem resposta. – Eva. . . – insistiu, sabendo muito bem que não haveria resposta.

       Eva estava morta.

       Caíra de joelhos no chão, com Eva nos braços, chorando desesperado, abraçando-a como se isso pudesse manter seu espirito no corpo. Perdera aquela que amava, seu anjo havia voltado para o Criador.

       Chorava desesperado, a tristeza corroía ele por dentro. Levantou-se cambaleante, deixando Eva deitada no chão daquele corredor. Estava perdido, zonzo pelo impacto acontecido. Ouviu então passos subindo a escada e viu Luigi e Pietro vindo em sua direção. Eles tinham vindo, como sempre, para irem juntos para o vinhedo e tinham ouvido o choro desesperado de Sebastian lá da sala e subiram correndo aflitos e se depararam com essa cena: Sebastian chorando desesperado andando para lá e para cá e Eva no chão.

       - Ela morreu. . . - disse com dificuldade caindo de joelhos no chão outra vez – Ela morreu. . .

       Os irmãos se entreolharam chocados e se aproximaram dele. Luigi abraçou Sebastian e com a cabeça fez sinal para que Pietro verificasse se Eva estava mesmo morta, enquanto ele o levantava do chão e caminhava com ele para o quarto do casal.

       - Ela se foi, Luigi. . . – soluçava enquanto o irmão o abraçava tentando acalmá-lo.

       - Sebastian. . . eu. . .

       Logo depois, Pietro apareceu na porta do quarto e com a cabeça fez um sinal afirmativo, confirmando a triste realidade.

       - Eu sinto muito, Sebastian. – disse Luigi ao mesmo tempo em que o irmão se aproximava e colocava a mão no ombro de Sebastian, num gesto terno. Nunca mais nada seria o mesmo

 

       Dois meses haviam se passado desde a morte de Eva e nesse tempo, os gêmeos notavam um ar perturbador em Sebastian. Um ar meio desligado, meio sonâmbulo, estranho, como era aquele rapaz que Eva havia encontrado na frente de certa lanchonete, anos atrás. E naquele dia em especial esse ar desligado estava pior do que antes, pois o testamento de Eva havia sido lido naquela manhã, revelando Sebastian e Angelo sendo os herdeiros de uma grande fortuna. Eva era rica, isso se sabia, boa parte de seu dinheiro era fruto de seu próprio trabalho, em anos á frente do vinhedo. A outra parte, bem maior, era o que havia herdado de seus pais. Nunca soube o que fazer com tanto dinheiro, por isso deixou o parado em uma conta. Agora, inesperadamente Sebastian e Angelo eram milionários. Angelo não sabia ainda que sua mãe havia morrido. Como a criança de quatro anos que era, achava que Eva estava em alguma viagem misteriosa e com essa versão da historia ele ficaria até que tivesse idade para entender oque acontecera.

        Os irmãos Tomazi resolveram passar um tempo no casarão, para ajudar Sebastian a cuidar de Angelo e para animar o amigo que parecia estar entrando em depressão.

       Sebastian estava sentado num banco de madeira antiga mas boa, na varanda do casarão, sozinho, enrolado num cobertor. Aquele era um dia frio, afinal estavam no final do outono, logo chegaria o inverno e ventava muito por aqueles lados. Estava quieto, apenas olhando para o nada, pensando em varias coisas. Isso não era justo! Será que nunca seria feliz? Será que todas as pessoas que amava tinham que acabar sete palmos abaixo da terra? Não era justo!

       Os irmãos, juntamente com a babá de Angelo, observavam-no do lado de dentro através da janela de vidro da sala.

       - Ele está lá desde que o tabelião foi embora. – comentou a babá Sophia – Já fui lá duas vezes para perguntar se ele queria alguma coisa e ele só me ignorou, continuou calado, olhando pro nada. – seguiu-se um silêncio – Será que ele está bem?

       - É o que vamos descobrir. – Luigi disse caminhando através da sala em direção á porta, chamando a atenção de Pietro.

       - Ei, Luigi! – Pietro correu até ele, segurando-o pelo braço, interrompendo-o. – O que está fazendo?

       - Vou ver o que ele tem. – disse naturalmente confuso com a atitude do irmão.

       - Não parou para pensar que talvez ele precise de um momento sozinho? Dá uma folga, ele só está triste.

       - Você não reparou na cara dele? É a mesma cara que ele tinha quando. . .  – hesitou – E se ele estiver pensando em voltar a usar aquelas porcarias? E se já estiver usando?

       - Nós não conseguimos fazê-lo parar naquela época, o que o leva a pensar que conseguiríamos agora? – Pietro objetou.

       - Poderíamos tentar pelo menos. – disse sério – Agora ele tem uma vida, um filho, um futuro pela frente. Antes ele não tinha nada disso. – revoltava-se – Em respeito á memoria de Eva, não vou deixar que todo o trabalho que ela teve para endireitar esse filho da mãe vá pelo ralo. – afastou-se e ia em direção á porta outra vez.

       - Em respeito á memoria de Eva, vá mais devagar, irmão.  – Pietro jogou a indireta venenosa – Ainda estamos de luto, lembra?

       - O que? – virou-se ao ouvir a apunhalada – Se tem algo para dizer, irmão, diga logo. Eu estou farto das suas indiretas. – aproximou-se com ar visivelmente irritado.

       - Sabe muito bem oque eu quis dizer. – disse com sarcasmo, provocando-o.

       E Luigi realmente sabia, e isso lhe doía, no coração. Essa era sua única fraqueza e era triste ver que seu irmão o provocava desse jeito.

       - Eu tenho sim respeito por Eva, eu a admirava. Foi por causa dela que deixamos aquela vida horrível, e você sabe que eu nunca. . .  – hesitou – Ele é meu amigo.

       - Mas bem que você queria que isso fosse diferente. – Pietro disse direto dessa vez. – Acorda Luigi, isso não vai acontecer.

        Luigi lançou lhe um olhar de surpresa e desapontamento tão forte que fez Pietro se arrepender do que disse.

       - Vou fingir que você não disse isso. – disse sério e com a voz pesada – Tenho que cuidar de um amigo agora.

       Virou-se, respirou fundo para se controlar depois dessa conversa e voltou a caminhar na direção da porta de vidro da varanda. Pietro sentiu-se mal por ter dito aquelas coisas. Isso era um assunto apenas de Luigi, historia antiga, que não lhe dizia respeito. Odiava discutir com o irmão, então o seguiu.

       Do lado de fora os rapazes foram surpreendidos por um vento gelado, arrepiando lhes os pelinhos dos braços pois estavam só de camiseta. Devagar e com cuidado, aproximaram-se do banco em que Sebastian estava sentado, jazendo quieto como uma pedra.

       - Sebastian, - começou Luigi – vamos entrar, está frio, vai acabar pegando uma gripe se ficar aqui pegando esse vento. – o amigo continuava absorto em seus pensamentos.

       Ao ver que a coisa era realmente seria, Luigi sentou-se ao seu lado no banco.

       - Como você está? – ele perguntou colocando a mão em seu ombro.

       - Como acha que eu estou? – respondeu ríspido depois de tanto silêncio, deixando Luigi intimamente alegre por ter arrancado alguma reação do amigo, bruta que fosse.

       - Sebastian, você não pode deixar se abater assim. – tentava animá-lo. – Angelo ainda tem o pai, ele precisa de você. E você tem seus irmãos aqui, pode desabafar.

       Seguiu-se um momento de silêncio sepulcral entre os três naquela tarde fria. Sebastian parecia estar decidindo se ia falar ou não, deixando-os apreensivos, mas por fim respirou fundo e começou, sem ao menos levantar a cabeça para encará-los.

       - Eu fiquei aqui, esse tempo todo, pensando em tudo o que me aconteceu. – disse serio – Uma vez eu disse para Eva que nós mesmos fazíamos o nosso final. Ela por outro lado acreditava em destino, Deus, ou qualquer outro nome que queiram dar a isso. Sabem o que ele é? Eu vou dizer, não passa de uma criança sádica brincando com a gente como se fossemos soldadinhos de chumbo.  E eu estou cansado de esperar que ele se canse de mim ou que ele me faça justiça, enquanto arranca de mim as pessoas que eu amo.

       - Do que está falando? – Pietro perguntou desconfiado.

       - Eu tentei, eu juro que tentei não me perder, mas parecia sempre que tinha alguma coisa me puxando á isso. Eu lutei, tentei ser bom, talvez assim coisas boas viessem, mas não tem jeito. Parece que quanto mais eu tento me afastar dessa caminho, mais o destino me chuta. Ele quer que eu jogue o joguinho dele? Então eu vou jogar.

       - Como assim?

       - Robert Murphy. – disse por entre os dentes.

       Os irmãos se entreolharam assustados, conheciam a história de Sebastian e sabiam mais ainda que ele nunca tocava no nome dele daquele jeito, nem nos seus piores dias.

       - Eu prometi ao destino que voltaria a encontra-lo. Está na hora de cumprir minha promessa. – disse com sarcasmo.

       - Sebastian, você não tinha desistido desse historia de vingança? – Luigi perguntou olhando desconfiado para Pietro.

       - Tinha. – ele respondeu meio disperso - Ela que não desiste de mim. Vou voltar para minha terra, vou encontra-lo e vou fazer justiça. – disse determinado – Mas preciso da ajuda de vocês dois. – disse virando-se e encarando os irmãos – Me ajudarão?

       - Sim. – Pietro disse sem pensar. – é claro que vamos com você, irmão.

       - Mais do que ninguém a gente sabe o quanto você sofreu por causa dele. – disse Luigi serio. – Você tem certeza que é isso mesmo que quer? Uma vez começado, não tem volta.

       - Tenho. – disse enfático.

       - Então eu vou. – disse Luigi. – Mas o que tem em mente?

       - Vou destruí-lo. – disse muito calmo. – Quero que ele sofra. Quero que ele saiba o que “desespero” significa. Ele vai pagar por cada lagrima derramada, por cada noite não dormida, por cada gota de sangue que derramou do meu pai. Vou acabar com ele, e não vou ter piedade.

      Ele nunca o tinha visto assim com tanto ódio a sede de vingança cegando-o. Demonstrava uma parte dele que nunca tinha visto, diabolicamente astuta, perigosa, mas não lhe tiravam a razão. Sebastian era seu amigo, seu irmão, na época das ruas ele o ajudara de varias formas, pelas quais era grato até hoje. Não negaria esse favor ao amigo, pois sabia que faria o mesmo se os papéis se invertessem.

domingo, 2 de junho de 2013

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500 seguidores! Obrigada!!!

Olá Leitores!! Esse post é muito especial para mim, pois é um marco no blog Natalia de Oliveira escreve. . .   o blog tem agora mais de 500 seguidores!

     Agradeço á todos os Leitores seguidores deste espaço, sem vocês esse numero não seria possivel. Espero estar fazendo um bom trabalho aqui e espero estar fazendo o post de 1000 seguidores o quanto antes!!!
     Valeu gente!!!!

quinta-feira, 30 de maio de 2013

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Como baixar e instalar as fontes de "O Senhor dos Anéis" no seu Word

     Olá Leitores!!
     Não é novidade para ninguem que eu sou fã de Tolkien e simplesmente amo o livro "O Senhor dos Anéis". Dito isso, creio que qualquer Tolkien-maníaco como eu adoraria poder usar as fontes maravilhosas do livro em seu próprio programa Word, tanto as runas élficas quanto a própria escrita do anel que é linda demais.
     Como já dizia as Organizações Tabajara, "Seus problemas acabaram-se!"
     Navegando pela net , serio? faço pouco isso né? encontrei este site, Tolkiem e o Élfico, e este link me chamou a atenção. Através dele, você pobre nerd que quebra a cabeça para verter suas frases á partir do alfabeto disposto no livro poderá fazer isso no conforto do seu Word.
     Tenho certeza que por essa você não esperava kkkkk.
     O programa é bem completo, vem várias fontes, de vários estilos e ele praticamente se instala sozinho, muito facil, fica muito bonito, e agora você pode brincar de Tolkien também. kkkkk
     Vai lá, pode dizer, sou demais kkkkkk
     Mais novidades eu aviso vocêsssss.

terça-feira, 28 de maio de 2013

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Só livro merda vai virando filme. Pronto, falei!!!!

     Olá Leitores!
     Eu sei que livros teens estão em moda, e que em vista disso as produtoras de cinema estão caindo matando em cima dos direitos das obras que deixam esses pivetes todos eriçados. Só Jesus na causa!
      Pois, vamos ver o que os "espertos" de Hollywood reservaram para o seu, para o meu, para o nosso sofrimento:

50 Tons de Cinza – E. L. James
cinquenta-tons-de-cinza-trilogia
     O polêmico livro sobre dominação, 50 Tons de Cinza, foi um dos primeiros desse ano a ter seus direitos comprados pela Focus Features, a mesma que lançou Crepúsculo.

sábado, 25 de maio de 2013

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"O Conde de Monte Cristo" - Resenha

     Olá Leitores!
     Observando mais atentamente a minha seção de resenhas, percebi que não havia escrevido nenhuma sobre um dos meus livros preferidos, "O Conde de Monte Cristo" , de Alexandre Dumas.

Sinopse

     Edmund Dantés é um marinheiro simples e humilde, na França em 1815. Ele tem uma noiva, Mercedes, e um melhor amigo, Fernando Mondego e tudo parecia muito bem, até que durante uma viagem á ilha de Elba, onde Napoleão Bonaparte se encontra exilado, Mondego vê a chance que tanto queria de acabar com Dantés, acusando-o de traição. Apoiado pelo Imediato do navio, Danglars, e pelo Juiz Villeford, Mondego consegue mandar Dantés para a prisão, no Castelo de If.
     Desolada, Mercedes agora sozinha, procura consolo nos braços de Mondego com quem se casa logo depois. Dantés fica anos preso injustamente, porem, lá ele conhece o Abade Faria, um velho misterioso que lhe ensina tudo, desde ler e escrever, esgrima, bons modos, e juntos planejam um modo de fugir. No entanto, o Abade morre na tentativa, mas não sem confiar á Dantés a localização de uma gigantesca fortuna.

sábado, 18 de maio de 2013

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Dica de filme - Brilho eterno de uma mente sem lembranças

     Olá Leitores, estou aqui nesse sabadão frio para dar uma ótima dica de filme, Brilho eterno de uma mente sem lembranças.

Sinopse

     Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa, dando inicio á uma corrida por suas lembranças mais reprimidas enquanto as perde uma a uma.
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"O Padre e a Bruxa" capitulo 4

"O Padre e a Bruxa"
 capitulo 4
 

       Ethan acordava depois de uma noite um pouco mal dormida naquele sofá na casa paroquial de Igreja de São João, em Elder. O sofá não era tão confortável quanto Harolds dizia. Era uma manhã de quarta feira. Por um momento, antes que sua visão entrasse em foco, ficou meio confuso sobre onde estava, e demorou um pouco para que se lembrasse de que não estava mais em Seattle. Colocou-se sentado um momento, terminando de acordar. Ajoelhou-se no chão fez um sinal da cruz e fez uma prece:

quarta-feira, 15 de maio de 2013

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Sebos vendem livros por metro. COMO ASSIM??????

      Olá Leitores.
      Eu li essa reoportagem e não pude deixar de comentar, de dar minha opinião sincera sobre esse assunto que realmente me deixou boquiaberta. Mas antes de dizer como me sinto á respeito disso, por favor, leiam a dita reportagem:
 
"O freguês entra na loja e pede um metro e meio de livros encadernados em papel-couro azul, de altura média, o mais barato que houver.
O pedido, que soaria estranho em uma livraria, é comum para Aristóteles Torres de Alencar Filho, 59, o "seu" Ari, dono do sebo O Belo Artístico, no Jardim América, região oeste.
Segundo o livreiro, o local recebe muitos clientes procurando livros para decoração. Nesses casos, o conteúdo não importa tanto e a ideia é encontrar o tipo de capa, a cor, o tamanho e a quantidade que mais combinem com a estante ou a sala.

domingo, 12 de maio de 2013

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Dica de Filme - "Cirque du Soleil - Outros mundos"

     Olá Leitores!
     Estava eu passeando pela feira no domingo retrasado e me deparei com a banquinha de dvds piratas sim, porque não? sou pobre.  e não pude deixar de notar um nome que sempre me chama a atenção: Cirque du Soleil.
     Eu gosto muito de seus espetáculos, já assisti varios e acho eles de uma beleza sem par. Dito isto, achava também que um filme baseado em seus espetáculos seria muito interessante. Foi então que eu vi esse filme : "Cirque du soleil - Outros mundos", e eu tive que me manifestar.

Sinopse:

     Uma garota simples e timida passeia por um circo itinerante e muito misterioso. Ela então se encanta pelo trapezista. Os dois caem em um tipo de buraco de coelho e vão parar em um mundo estranho, onde as tendas de circo são como outros mundos, e eles vão passando por esses mundos tentando encontrar um ao outro, já que eles se desencontram na queda, enfrentando varios perigos e aventuras.

Minhas Impressões:

     EXTREMAMENTE LINDO!!!!!!! Lindo demais. Pegando uma premissa meio Alice no país das Maravilhas, o filme encanta. Cada cena é uma obra de arte, e claro sendo o Cirque, é de se esperar que seja perfeito.

terça-feira, 7 de maio de 2013

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Eu apoio mais livros com temática Gay!!!!

     Olá Leitores!!!
     Existem tantos livros por ai, certo? De suspense, de terror, de romance, ficção, entre outros varios gêneros. E por que??? Porque existe publico para eles.
     Agora, numa logica basica da economia e oferta e procura, é que se existe publico, deve haver produto, certo??? ERRADO!

     Existem livros para tudo o que é gosto: para homens, mulheres, teens, infantil, até para o meu cachorro tem livro, mas o que eu vejo, é que quando há um livro de temática homossexual, ou ele é estéreotipado, ou de auto-ajuda. Salvo alguns da Anne Rice e suas Crônicas Vampirescas, poucas vezes me deparei com um livro que fosse sucesso no qual o personagem central tivesse um romance homossexual não estéreotipado e sem preconceitos.
      Agora, para o que estão lendo isso e dizendo "Você só está se doendo por que vc é gay também!". Não, não sou, estou dizendo isso como Hetero que sou, e se eu percebi essa desigualdade, quem dirá do real publico alvo?
       Tipo, tudo bem para os pais de hoje deixar o filho ou a filha ler um livro que fale da dificil escolha de uma garota entre a necrofilia e a zoofilia como o Crepusculo, ou um livro que ensine as garotinhas de hoje que apanhar do cara é uma demonstração de amor, como o 50 tons. Eu vejo essas criaturas de 12 anos de idade ostententando esse 50 tons debaixo do braço indo para a escola, se sentindo as garotas mais esclarecidas do mundo. Mas se o garoto lê o Vampiro Armand, é viado. Pelo amor de Deus, quanta hipocrisia.
       Bom isso é o que eu acho, ninguem aqui é obrigado á concordar e podem colocar suas opiniões aqui nos comentários.
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Grupo "Natalia Divulga Blogs Literarios"

     Olá Leitores!!!
     Como administradora de um blog voltado exclusivamente para a literatura, preciso de ferramentas que me possibilitem divulgar essse espaço onde publico os meus textos. A internet é ótima nesse aspecto. Criei uma pagina no facebook, mas isso não é suficiente. Procurei então grupos de divulgação para então divulgar minhas paginas.
     Sem querer desmerecer as que eu encontrei, foram e são muito uteis, mas senti falta de uma que divulgasse exclusivamente blogs literarios. Do jeito que eu sou, já devem ter entendido o que eu fiz.
     Sim, criei no facebook um grupo de divulgação de blogs literarios, e exclusivamente literarios. Sem sustos, apenas divulgação e não espero nada em troca, (nada além de uma visitinha nas minhas paginas, claro, nada mais justo). É só solicitar a participação no grupo e deixar seus links.
     O grupo é fechado, então pode demorar um pouco para que eu responda as solicitações de participações, estou trabalhando muito mas farei o possivel para responder á todos o mais rapido possivel!  ;)
      Então, para os blogs parceiros do Natalia de Oliveira escreve. . .  , dêem uma passadinha lá.
O link é : http://www.facebook.com/natalia.deoliveira.129#!/groups/257970024348125/

terça-feira, 30 de abril de 2013

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Hannibal agora é série de tv

     Olá Leitores! Eu sei que minhas publicações estão meio esparças, mas é por que graças á Deus eu arrumei um emprego. Estava desesperada. Quanto á pagina do facebook, já abri vagas de ADM, mas ninguem se manifestou, visto isso, enquanto não aparecer ninguem para me ajudar com as postagens, vai continuar sendo uma ou outra de vez em quando.
     Mas nã era sobre isso que eu queria falar, era sobre uma coisa muito legal que aconteceu, FINALMENTE fizeram uma série de tv dedicada ao personagem mais intelectualmente intrigante na minha humilde opinião, Hannibal Lecter, famoso personagem Serial Killer dos maravilhosos livros de Thomas Harris.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

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"Dom Casmurro" - Resenha

     Olá Leitores!
     Como hoje é dia 22 de Abril, Dia do Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que fazer uma resenha de um livro nacional, e não me ocorre melhor livro para isso do que simplesmente um dos melhores livros nacionais que eu já li, "Dom Casmurro", de Machado de Assis.

Sinopse

    Bento é um homem velho e amargo, sem amigos ou familia, vivendo na solidão de sua casa. Todos o chamam de Dom Casmurro, que quer dizer, calado, emburrado, amargurado. Agora no fim da vida, lhe ocorre escrever um livro, mas não lhe ocorre nenhum tema. Ele então recorda sua infancia e juventude e decide colocar no papel sua própria história. Ele se lembra de Capitu, uma garota linda por quem era apaixonado. Garota singular, cheia de segredos e muito dissimulada e esperta.
     Ele a ama e quer ficar com ela, mas por conta de uma promessa feita por sua mãe, Bento deve ir para o seminario e se tornar padre. Não havendo jeito, para o seminario ele vai e lá ele conhece Escobar, jovem que acaba por se tornar seu melhor amigo. Os dois não se tornam padres.
      Quando anos depois Bento volta para casa e reencontra seu antigo amor, não tarda a chama se ascender denovo e logo Bento e Capitu se casam. Tudo parece muito bem, Bento tem a mulher que ama, um amigo valoroso, mas não tem filhos, e ele se sentia muito mal por isso, ele sentia que sua vida só estaria completa quando tivesse um filho, e  logo Ezequiel nasce... exatamente como Escobar.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

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Baixe agora os meus livros, tá facil!!!


     Olá Leitores do meu coração!!!!!
     Como muita gente está me perguntando como conseguir meus livros, agora ficou mais do que facil!!!
     Os dois, "Sebastian" e "Uma carona no escuro" estão disponiveis agora no Recanto das Letras, para baixar, totalmente facil e free. Baixe agora uma cópia pdf dos livros clicando nas imagens correspondentes ao livro que você quer.

                                    Baixe o livro Baixe o livro

     Depois, comentem o que acharam da ideia e dos livros.
    Beijussss!!!!!!!!!!

quinta-feira, 18 de abril de 2013

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"Otelo, o Mouro de Veneza" , William Shakespeare - Resenha

     Olá Leitores, hoje vamos voltar aos classicos. Otelo, o Mouro de Veneza.

Sinopse

    
Otelo é um general em Veneza. Homem honrado, valorozo soldado, é respeitado por todos, apesar de sua origem humilde e sua cor negra, tem acima de tudo a confiança do rico senador Brabantio. Em sua tropa, existem dois homens em quem Otelo também confia, Cassio e Iago, mas quando o general escolhe Cássio para ser promovido á tenente, Iago é invadido pelo sentimento da mais pura inveja e trama uma vingança.
       Iago descobre então que Otelo se encontrava as escondidas com Desdêmona, a bela filha do senador Brabantio e trama para que os dois sejam descobertos. No entanto, seu plano dá errado e ao invéz do senador condenar Otelo á morte, ele permite o casamento entre os dois jovens amantes.
       Na noite do casamento, a Guerra em Chipre tem inicio, e Otelo é obrigado á partir, deixando sua esposa aos cuidados do amigo Cássio. Iago vê ai uma outra oportunidade de se vingar de Otelo, e enquanto estão em Chipre, Iago insufla ideias de ciume em Otelo até que ele fica louco de ciumes.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

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"O Padre e a Bruxa" capitulo 3

"O Padre e a Bruxa"
CAPITULO III

 



       O cheiro dos bifes fritando e dos legumes no vapor enchiam a cozinha com um aroma muito bom, e era um cheiro realmente muito bom, só não combinava com o cheiro do cigarro que Annabeth fumava sentada á mesa de sua cozinha, com um cinzeiro de louça redondo á sua frente, enquanto esperava os legumes ficarem prontos. Ela usava um avental florido em azul claro, seu cabelo estava preso num coque, más sua franja caía sobre seu olho esquerdo. A casa estava silenciosa, como sempre ficava a essas horas. Seu marido devia estar no bar, aquele bêbado imprestável, e seu filho só chegaria daqui a pouco, sabia disso, pois ligara para seu celular para saber se devia fazer o bife ou peito de frango grelhado. Annabeth não podia negar que não se importava em ficar sozinha, na verdade gostava muito, era um tempo no qual podia pensar e rezar sem que seu marido infiel a interrompesse.

terça-feira, 9 de abril de 2013

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Recanto das letras

Olá Leitores!
Hoje quero falar de um ótimo lugar onde você, assim como eu, quer escrever e publicar de alguma forma, mas não conhecia os meios.

O site "Recanto das Letras" é um ótimo lugar para você começar.
Preenchendo um breve (e gratuito) formulário, você poderá postar seus textos e ser visto por seus milhares de usuários, receber os comentários e o reconhecimento tão almejado em nossa área e por consequência arrebatar alguns fãs.
Visitem o Meu Perfil e vejam os textos que eu já postei e o texto desses novos autores brasileiros cheios de talento.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

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Mó hipocrisia, daí!

     Olá Leitores, Eu sei que esse assunto é chato mas tenho que me manifestar, denovo.
     Eu já deixei bem claro que tenho aversão é moda e á séries, e que amo o Mestre Stephen King.
     Estou realmente chateada que as mesmas pessoas que procuram por 50 tons, Crepusculo, Guerra dos Tronos, só porque são uma série de livros, o que denota uma terrível carência e o medo encubado de tentar o novo, essas mesmas criaturas estão procurando pela série "A Torre Negra" do Mestre.

     Em primeiro lugar, vou deixar claro que AMO Stephen King; em segundo lugar, eu li os livros e gostei muito; em terceiro, devo ressaltar que conheço as obras dele desde os anos noventa, quando eu comecei á ser uma leitora de verdade.
     Não estou reclamando de que as pessoas estejam lendo essa série de livros. Isso é Stephen King, cara, um dos melhores escritores do mundo na minha opinião e eu quero mais é que as pessoas leiam as obras dele mesmo. Tem qualidade, tem relevância artística, tem sarcasmo, coisas que só o Mestre consegue colocar em palavras.

sábado, 6 de abril de 2013

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Dica de filme - "Gladiador"

     Olá Leitores!!!

     Desculpem a demora de novo, estou meio sem tempo, mas graças á Deus, estou trabalhando. kkkk
     A dica de hoje é de um filme que gostei muito, e creio que se vocês assistirem, vão gostar também. "Gladiador"

Sinopse:

    Durante o auge do Império Romano, Marcus Aurélius (Richard Harris que Deus o tenha) está velho e cansado das longas guerras. Já no fim da vida, deve anunciar o sucessor do Império agora que batalha da Germânia foi vencida. Comodus (Joaquin Phoenix) seu filho, acredita que herdará o Império, mas Marcus Aurélius tem outros planos. Ele prefere Maximus (Russel Crowe), o maior General que o exercito já vira, corajoso, honrado e admirado por todos, o que causa o inevitável ciume de Comodus.
     Irado, Comodus mata seu pai tomando para si o titulo de Imperador de Roma, e como ninguém além dele sabia das intenções de Marcus Aurélius para com Maximus, ele também manda executar o general e toda sua familia. Maximus consegue escapar, mas não chega á tempo de salvar sua familia.
    Ele então é vendido como escravo e se torna um gladiador (homens marcados para morrer na arena, para a diversão da massa). Não só um gladiador, mas o maior gladiador que os jogos de roma já viram. Maximus tem sede de vingança e não descansará até ficar perto o suficiente de Comodus para matá-lo.
    
Minhas Impressões:

     É um filme muito bem feito, de contexto histórico, onde temas como honra, coragem, intrigas e politica são amplamente abordados, de forma que o expectador entende.
     Maximus ama acima de tudo sua familia, mais do que Roma, e quando ela é tirada dele da forma brutal como foi, podemos sentir toda a dor dele. É de cair os olhos de tanto que você vai chorar.   
     Comodus é o clássico vilão político, e capaz de fazer tudo e quando digo tudo é tudo mesmo para subir ao trono, bem como eliminar a concorrência, como fez com maximus, fazer alianças com senadores sem excrupulos, até forçar á irmã Lucilla (Connie Nielsen) á lhe dar um herdeiro de sangue puro. Porém... a atuação de Joaquim Phoenix como Comodus é perfeita e a emoção que ele exprime no personagem é tocante e realmente, á momentos que o expectador olha para Comodus e tem um momento de empatia por ele coisa que só dura um momento mesmo .

Curiosidades:

Esse filme ganhou varios prêmios oscars, dentre eles melhor filme, Direção para Ridley Scott, Melhor ator para Russel Crowe e também concorreu para coadjuvante para Joaquim Phoenix. Foi o Ultimo filme de Oliver Reed, ator que interpreta Proximo, o mestre dos gladiadores.

Muito bom mesmo!!!!








sexta-feira, 29 de março de 2013

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Vagas de Administrador abertas para a Pagina do Facebook

     Olá Leitores!
     Mais uma novidade no blog, ou melhor, na pagina do blog no facebook.
     Como estou trabalhando agora e me falta tempo, percebi que estou deixando esses espaços um pouco de lado. Oque me doi, uma vez que os seguidores e os likers sempre esperam coisas novas.
     Para não deixá-los na mão, decidi que vou abrir duas vagas para Adiministradores na pagina do "Natalia de Oliveira Escreve. . ." no facebook. Só lá por enquanto, o blog continua com postagens mais esparças.
     Os interessados devem mandar a proposta para o meu email nat.jrrt@gmail.com juntamente com pelo menos tres imagens montadas que façam uma sátira inteligente sobre o mundo da literatura e arte em geral, pode ser.
     Oque acham? estou esperando as propostas e vou analizar todas com carinho!!!!

    beijusssss
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Capitulo IV - "Enterrando o passado"

Parte II
Capitulo IV
"Enterrando o Passado"
 

        2000


        O dia amanheceu nublado e frio, como de costume. Sebastian acordara, mas não queria abrir os olhos, tentando agarrar-se ainda ao sonho bom que tivera há pouco. Em seu sonho Eva estava curada e bem. Foi um bom sonho, mas tinha que se levantar. Sebastian dormira com Angelo por que a criança estava com dor de garganta e foi um sacrifício fazê-lo dormir. Levantou-se devagar para não acordar Angelo que dormia em paz, alheio a ideia de que sua mãe estava doente. Beijou-lhe a testa e saiu do quarto devagar em direção ao seu.

        Ao entrar em seu quarto, viu que Eva ainda dormia. Parecia em paz, porém diferente. Seus cabelos negros que antes eram compridos agora eram curtíssimos por causa do tratamento e a palidez de sua pele davam-lhe um ar mais abatido. O quarto era grande e caloroso antes, mas agora tinha o aspecto de um quarto de hospital, com remédios no criado mudo. A pior parte era que estava se acostumando com isso.

       Sebastian olhava pela janela a grande colina que eram as terras de Eva. Uma grande extensão verde e bem além, a plantação de uva. Colocava a camisa depois de ter tomado um banho rápido, abotoando os últimos botões, preparando-se para o dia que ia enfrentar. Eram tantas as coisas que tinha que fazer: tinha tratar da venda de vinhos para a Espanha, tinha a reunião com os fornecedores e tinha que entrar em contato com um médico novo em Roma. Iria ser um dia cheio.

       Pegou a gravata em cima da cama e dirigiu-se até o espelho para colocá-la. Nesse momento parou, observando o homem á sua frente refletido no espelho. Há alguns anos, quem diria que ele estaria dando nó numa gravata para trabalhar em algo honesto, ele e seus irmãos. Devia tudo isso á Eva. Tentar curá-la era o mínimo que podia fazer para recompensá-la.

       - Angelo melhorou? – Sebastian ouviu uma voz feminina meio sonolenta ainda atrás dele.

       - Um pouco. – ele respondeu sorrindo ao virar-se.

       Eva estava sentada, recostada nos travesseiros, esfregando os olhos e bocejando. Ela passou a mão nos cabelos curtos ajeitando-os displicentemente, era a única coisa que dava para fazer com eles no tamanho que estavam. Com aperto no coração, Sebastian lembrou-se que podia ficar horas enrolando os dedos nos cabelos dela.

       - Bom dia, amor. – Sebastian disse aproximando-se e beijou-a profundamente.

       - Meu dia fica bem melhor quando começa assim. – disse ela animada.

       - Então deixe-me caprichar.

       Beijavam-se intensamente, entregues ao momento, por um instante esquecendo-se do mundo lá fora, da doença, de tudo o que o preocupava. Então Sebastian parou e olhou naqueles olhos dourados de Eva. Ela havia se tornado a dona de seu coração, a amava, e não podia acreditar que a estava perdendo, não daquele jeito. Afastou-se dela e desviou o olhar deixando-a confusa. Para disfarçar, ele voltou a mexer na gravata.

       - O que foi? – Eva disse confusa.

       - Nada. – não a encarava. – Eu tenho muita coisa para fazer hoje ainda e. . .

       - Não precisa fingir que está tudo bem pra me fazer sentir melhor. – ela disse com voz pesada. – Nunca mentimos um para o outro, não comece agora. – disse fazendo ele sentir-se mal.

       - O que quer que eu diga? Que eu tenho medo? – disse alterando-se. – Que eu passo noites sem dormir, prestando atenção se você está respirando? Que eu tenho que me segurar pra não chorar toda vez que Angelo chama você ou pergunta por que não pode brincar com você.

       - Ah querido. . . – disse enternecida se aproximando.

       - Eu não posso perder você. – Sebastian disse com os olhos marejados.

       - Não vai me perder. – ela o abraçou por trás e ele suspirou.

       - Te salvei uma vez, vou te salvar de novo. – disse determinado.

       - Você já me salvou, e não tô falando do afogamento. – sorria.

       Sebastian virou-se, beijou-lhe a testa e levantou-se. Pegou seu paletó cinza e sua maleta que estavam na poltrona e despediu-se antes de sair do quarto. Abriu a porta fechando-a atrás de si e ficou parado ali durante um tempo. Sempre ficava abalado quando tocava nesse assunto. A amava, e era doloroso demais vê-la a cada dia mais doente, não suportaria se. . . não, não queria pensar nisso, tinha que ter fé.

       Desceu a escada para o primeiro andar daquele casarão. Depois do casamento, Eva insistiu que deviam ficar na casa dela que era maior, bem maior. Caminhou para a sala, não estava com fome para tomar café da manhã. Lá se deparou com Luigi e Pietro, que tinham passado lá para irem todos juntos ao vinhedo. Também estavam irreconhecíveis de terno.

       - Oque fazem aqui tão cedo? – Sebastian perguntou surpreso.

       - Pietro tirou a carta. – disse Luigi por entre os dentes atrás do irmão.

       - Finalmente. – respondeu Sebastian.

       - Depois de cinco tentativas, consegui. – disse Pietro com uma alegria quase infantil. – Agora posso dirigir o carro do Luigi e faço questão de levar todo mundo para o escritório. – Luigi atrás dele disfarçava um olhar apavorado.

       - Tem certeza? Não acha melhor treinar um pouco com seu irmão? – Sebastian disse se segurando para não rir.

       - Que nada! Eu vim dirigindo de casa até aqui, pergunta pro Luigi, eu arrebento no volante. - disse indo em direção á porta, deixando os dois para trás.

       - É, literalmente, ele arrebenta. – Luigi sussurrou inconformado para o amigo.

       Sebastian sorriu. As peripécias de Pietro sempre o alegravam e sorriu também quando viu Luigi fazer o sinal da cruz antes de entrar no carro que seria conduzido por Pietro.

        Por incrível que pareça, chegaram todos vivos ao vinhedo. A reunião com os fornecedores fora exaustiva, eles queriam reajustar os preços ao saberem que o vinhedo estava pretendendo exportar para países fora da Europa. Abutres, é o que eram. Sebastian estava sentado á mesa de sua sala, ruminando as decisões da reunião. Achava que tinha conseguido um bom acordo. Em sua juventude não imaginava que aos trinta anos estaria dirigindo um dos maiores fabricantes de vinho da Itália. Fazia essas considerações quando Violeta, sua secretaria, bateu á sua porta.

       - Sr. Tomazi, - ela disse devagar. – Os americanos estão ai de novo.

       - De novo? – disse desanimado.

       - Devo mandá-los voltar outro dia?

       - Mande-os embora. – disse veemente. Ela ia saindo quando mudou de ideia. – Quer saber, mande-os entrar. Eu mesmo vou despacha-los.

       Violeta saiu, momentos depois os dois americanos entraram, felizes por serem recebidos. Um era moreno, cabelo muito curto quase grisalho, usava um terno cinza e se chamava Chester Hill.  O outro, mais jovem, era loiro, usava um terno azul escuro, era Michael Smith, ambos os sujeitos desagradáveis, cada um carregando uma pasta. Já fazia um tempo que esses dois corretores queriam vender-lhe fazendas nos Estados Unidos, uma situação que já estava ficando chata, por que Sebastian não queria saber disso e a insistência dos corretores já tinha evoluído de irritante para insuportável.

       - Boa tarde, Sr. Tomazi. – Chester disse sorridente.

       - Boa tarde, cavalheiros. – Sebastian respondeu em inglês, usando sua língua mãe pela primeira vez depois de muito tempo. – Sentem-se.

         Os corretores obedeceram, sentando-se á frente do empresário.

       - Gentileza sua nos receber sem hora marcada. – Michael disse educadamente.

       - Eu os recebi por que eu queria deixar uma coisa bem clara: não estou interessado em suas fazendas.

       - Pode ser um bom negócio, pense bem.

       - Há ótimas propriedades no Texas.

       - Não quero ser grosseiro, mas a proposta não me atrai. – tentava fazê-los entender. – O clima do Texas não é bom para as minhas uvas.

       - Para as uvas pode ser, mas nunca pensou em expandir seus negócios? – Chester abriu a maleta e retirou uma apresentação da proposta por escrito. – Verá que a criação de gado é uma área que vem crescendo. – entregou os papéis á Sebastian que os pegara com notável desdém.

       - Estas fazendas estão sendo vendidas de porteira fechada, sabe o que quer dizer? Com a casa, os móveis, o gado, os funcionários, tudo. Uma fazenda desse tamanho, com tudo isso, pelo preço que está é um ótimo negócio, quase de graça.

       - Temos fazendas em Dallas, Houston, Austin, Aaron River. . .

       - Oque? – disse Sebastian cortando o corretor, sendo pego de surpresa ao ouvir o nome da cidade que á muito tempo não ouvia.

       - Dallas, Houston, Austin e Aaron River.

       Isso não era possível. Será que seu passado teimava em persegui-lo? Será que nunca teria paz? Os corretores perceberam que o empresário ficara estranhamente abalado.

       - O senhor está bem? – perguntaram desconfiados.

       - Não, não estou. – foi tudo o que ele conseguiu dizer.

       - Bem, acho melhor voltarmos outro dia, quando estiver se sentindo melhor. – levantaram-se.

       - Ligue-nos se decidir qualquer coisa. Nosso numero está nos papéis. Boa tarde.

       Afastaram-se e iam saindo quando trombaram com Luigi e Pietro ao abrirem a porta e depois de pedidos de desculpas de todos, os corretores se foram e os gêmeos entraram, deparando-se com Sebastian visivelmente abalado.

      - Tudo bem? – Luigi perguntou preocupado.

      - O que aconteceu? – Pietro completou. – O que esses caras queriam?

       - Me vender fazendas. – disse com o olhar vago, fazendo os irmãos se entreolharem confusos.

       - E por isso você está com essa cara? Onde que era essa fazenda, no polo norte? – Pietro jamais fora sensível.

       - No inferno. – disse com a voz pesada e olhou para os irmãos. – Em Aaron River.

       Isso não podia ser coincidência, era obra do destino. Como aparecia de repente alguém vendendo propriedades para ele, justo em Aaron River, sua terra? Palco de acontecimentos tão sofridos em sua vida. Não. Iria mandar aqueles corretores para o quinto dos infernos, não queria nada com aquela cidade, nada!

       Sebastian passara o resto do dia aflito pela conversa com os corretores e com dificuldade foi cumprindo suas tarefas no vinhedo. Durante o caminho de volta para casa tentou acalmar-se. Não queria parecer nervoso na frente de Eva, ainda mais porque o medico com quem conversara lhe dera esperança. Eva, essa sim era sua prioridade. “Que se danem meus fantasmas.” pensou.

       Quando chegou em casa, Sebastian deparou-se com Angelo brincando com a babá Sophia na sala, escondendo-se atrás do sofá. Quando viu o pai, o garotinho veio correndo em sua direção com os braços abertos e um sorriso do tamanho do mundo. Ah, como o amava. Pegou-o nos braços e o abraçou apertado, ao que parecia, a garganta dele havia melhorado.

       - Oi papai. – disse Angelo.

       - Oi filhote! Estava brincando de que? – Sebastian disse terno.

       - Esconde-esconde. – sorriu.

       - Mesmo? – ele olhou em volta - E onde está a mamãe?

       - Na cozinha. – sussurrou no ouvido do pai.

       Olhou bem para o menino em seus braços. Era um menino bem esperto para os seus quatro anos, realmente muito parecido com o pai, com seus belos olhos verdes vivos. Toda vez que o via assim, alegre e brincando, rezava para que ele nunca tivesse que passar pelas mesmas coisas que passou.

       - Eu vou lá falar com a mamãe, - o colocara no chão. – continua brincando com a babá.

       - Tá bom, mas o tio Pietro brinca melhor.

       Sebastian riu da sinceridade da criança antes de afastar-se e dirigir-se á cozinha. De lá vinha um aroma muito bom, que há muito tempo não sentia. Abriu a porta da cozinha e deparou-se com uma cena que ficaria guardada na memória: Eva, usando calça jeans, um suéter marrom com detalhes bege e um avental, na beira do fogão, mexendo um molho de tomate que parecia delicioso. Ela parecia tão bem, a palidez habitual sumira, estava corada, ficou parado lá observando sem que ela notasse, lembrando-se da época antes da doença. Era tudo igual, a única diferença era o cabelo curtíssimo. Por um momento parecia que ela nunca havia estado doente, que os últimos tempos foram na verdade um pesadelo ruim, distante, á muito deixado para trás.

       - Deixa-me adivinhar, está fazendo lasanha? – disse denunciando sua presença.

       - Oi querido! – ela se aproximou e o beijou. – Acertou, estou fazendo lasanha.

       - Nossa, o que aconteceu com você? – disse impressionado.

       - O dia foi passando, fui me sentindo bem, e ficar na cama o tempo todo é muito chato. Brinquei com Angelo o dia inteiro. Nossa, como ele é hiperativo. – voltou a mexer o molho.

       - Eu acho ótimo você estar se sentindo melhor, só não abusa. – ele disse com um ar estranho.

       - Como assim? – disse em tom meio ofendido.

       - Ah, só não quero que se exagere. Esse é um filme que já vimos antes. – disse ele sério.

       Ela virou-se para ele encarando-o.

       - Eu estou me sentindo ótima. Ia ajudar um pouco alegria da sua parte. – disse emburrada voltando-se outra vez para o molho.

       - Me desculpa. – disse ele aproximando-se e abraçando ela por trás. – Eu tive um dia cheio, não liga pra mim. – ele beijou-lhe a nuca, sentindo o cheiro do cabelo dela, aquele cheiro bom de fruta do shampoo que ela usava.

       - Como foi a reunião com os fornecedores?

       - Não foi tão ruim quanto um enforcamento, mas eles se esforçaram. – ele brincou.

       - E o que mais?- estava interessada.

       - Não quero falar sobre isso. – disse inquieto, afastando-se.

       - Os americanos foram lá de novo?

       - Foram. – ele respondeu pesadamente.

       - E por que você se incomoda tanto com eles? – não entendia.

       - Por que qualquer ligação com aquele lugar me faz mal. – desabafou – Eles queriam me vender uma fazenda em Aaron River, onde tudo aconteceu.

       - Não quer voltar para lá, para sua terra? – perguntou.

       - Nunca mais. – negou logo. – Por que eu sei, se eu voltar, a primeira coisa que eu vou fazer é procurar aquele. . . – conteve-se – aquele homem, e eu não quero isso.

      - E a sua “vingança”?

      - Talvez, quando eu ainda estava perdido, nas ruas. – ele meneou a cabeça - Mas agora tenho você e Angelo e não vou por tudo á perder. - disse sério.

       - Não sabe como isso me deixa feliz! – ela o abraçou. – Não sabe o quanto eu rezei para que você acalmasse seu coração e não pensasse mais nisso, neles.

       - Você me ensinou a ser melhor.

       Sebastian a abraçava como se Eva fosse a única coisa que pudesse espantar seus medos do passado e lhe trazer paz. Mas Eva sabia que lá no fundo, ele não estava em paz. Só estaria quando acertasse as coisas.