Olá Leitores.
Como pode, a arte que é a escrita ser ignorada pelas pessoas em troca da TV?
A palavra escrita é algo que dura para sempre. São o coração e a visão do escritor que nos tranportam para terras distantes, ele nos permite entar em sua mente e questionar nosso conceito de realidade. Ler um livro nos faz pensar.
Agora, a TV não nos permite isso, é limitada. Pré-progamada para nos empurrar uma idéia, e pré-programados como estamos, aceitamos essa idéia. Programas de "compre isso, você não precisa, mas eu estou dizendo que você precisa, então compre!" , progarmas que supostamente deveriam ser de humor, sinceramente, eu não vejo graça nenhuma em humilhação publica em rede nacional.
Eu vi uma coisa muito decepcionante ontem que acho ser a gota d'agua, e creio que eu não estou sozinha nessa. A novela "Avenida Brasil" é a obra mais moralmente errada que eu já vi na minha vida. O "Policia 24h" tem muito mais conteudo!
Vamos analizar o porque: primeiro tem a Nina, que está arquitetando sua vingança maléfica conta a Carminha. Eu sei, eu falando sobre vingança, mas essa personagem estrapola. Gente, em primeiro lugar, o pai dela saiu desembestado sozinho para ser atropelado, ou seja, mesmo por uma culpa indireta, ela se vinga. Beleza. Ela foi para o lixão, mas ela só ficou 2 meses no lixão, com a mãe Lucinda cuidando dela e ela foi adotada por familia gringa e teve vida de pricesa. Ela ainda se vinga. Belezinha. Não suficiente, além da humilhação, do roubo, por que o dinheiro do sequestro da carminha que ela tem ela roubou, além de ela fazer a Carminha ir pro Hospício, isso ainda não é suficiente. Afinal, quem é a vilã dessa novela?
Fora outras coisas que me deixaram de queixo caido, O tal do Cadinho e suas tres mulheres. Fala serio, isso aqui agora virou Arábia? O cara tem tres mulheres e elas tem que aceitar?
Mas isso ainda é fichinha, perto do que eu vi ontem. O Jorginho espancando o Max quando descobre que este é seu verdadeiro pai. Espancava, xingava, parava um pouquinho, via que ainda não tava bom e tornava a bater. Agora os idiotas de plantão vão dizer "Ah, mas ele é bandido, o Max não vale nada." E isso justifica? Isso justifica uma rede de nivel mundial como é a globo de acabar com o conceito de que familia é sagrado? Se ninguem percebeu o que tava acontecendo ali, não era mocinho defendendo a honra, não era acerto de contas de um grande vilão da trama, era um cara idiota espancando o pai por que não adimitia tal ideia. Agora, é esse tipo de coisa que o brasileiro assiste e acha bonito. Se uma pessoa como o Jorginho espanca o proprio pai daquele jeito, não respeitando nem o proprio sangue, o que ele respeita? Uma vaca que disse na cara dele que vai acabar com sua mãe de sangue, com seu pai, e ainda quer que ele a ame.
Meu Deus! Em que realidade paralela eesa é uma atitude correta? Me diga vocês, leitores, e vamos analizar de novo:
A Carminha é golpista
O Max trambiqueiro
A Nina é quase uma lider religiosa do tipo, morram por mim, pela causa!
O jorginho é um psicopata.
De qual dessas pessoas vc teria mais medo?
Tem alguma coisa muito errada com o mundo. Dito isto, gente, desliga a tv e vai ler um livro!
Mostrando postagens com marcador contos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador contos. Mostrar todas as postagens
sábado, 18 de agosto de 2012
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
0
"Uma carona no escuro"
Quando Derek decidiu sair dirigindo de
Nova York até Los Angeles, sabia que seria uma viagem longa e cansativa, só não
pensava que seria tão longa e cansativa.
Derek Corben tinha vinte e sete anos de
idade e já era divorciado. Bem, ele nunca fora muito bom em relacionamentos
duradouros, nem mesmo com seus pais. Saíra de casa assim que se tornou
legalmente adulto e desde então nunca mais falara com eles. Deviam achar que
ele estava morto, melhor assim, pelo menos não enchiam o saco.
Depois do exaustivo processo de separação
no qual Rebecca, sua esposa, ficara com praticamente tudo o que ele tinha (tudo, menos seu carro, um Bel Air vermelho 59), tudo o que lhe restou
a fazer foi pegar sua trouxa, seu possante e dar área.
Já vinha construindo essa ideia quando
ainda era casado, claro que nessa época, esse plano incluía Rebecca. Mas o
relacionamento foi indo de mal á pior, numa montanha russa que só fazia ir para
baixo. Rebecca não parava de reclamar do apartamento mixuruca, do seu trabalho
deprimente, da vida miserável, dos amigos incompetentes. . . enfim. Um belo dia
chegara do tribunal, onde teve que ouvir da boca do Juiz que ela tinha direito
de ficar com o apartamento, metade do dinheiro da poupança, mais uma serie de
coisas as quais aquela vaca tinha direito por terem ficado apenas um ano (o pior ano de sua vida, diga-se de passagem)
casados.
Lá, sentado em seu sofá carcomido,
imaginou varias coisas que poderia fazer agora, varias delas terminavam com a
frase dita por algum apresentador de telejornal de quinta categoria “E então ele virou a arma para si mesmo e
atirou.”. Mas como Derek já não tinha mais saco para nada disso, decidiu
apenas pegar suas coisas, as chaves do Bel Air e tchauzinho, Rebecca.
Por que estava indo para Los Angeles
mesmo? Era a quinquagésima vez que se fazia essa pergunta sem que na verdade
tivesse resposta. Quando entrara no carro, abrira o porta-luvas e de lá tirara um
mapa do país, simplesmente fechara os olhos, deixou o dedo indicador pousar em
qualquer ponto e quando abriu os olhos, Los Angeles. Esse era o por que. Sair
por ai sem rumo, era disso que precisava. Isso era triste, partir sem deixar
saudade e sem ser esperado por ninguém. Sua vida sempre fora assim, do que
estava reclamando?
O problema de se viajar sozinho é
exatamente esse: estar sozinho durante as longas horas que se passa, tendo a
exclusiva visão do asfalto. Derek sabia que essa parte do país era meio
deserta, algum lugar em Utah, mas já fazia dois dias que não via nada além de
pasto, dos dois lados da estrada. Uma vez ou outra passava por uma dessas
paradas de beira de estrada, nas quais caminhoneiros e motoqueiros paravam para
descansar até que recomeçassem sua viagem, porem não se sentia á vontade nesses
lugares.
Já era quatro horas da tarde, e Derek já
estava dirigindo desde cedo sem parar. Estava com fome e via no marcador que o
Bel Air também.
- É, até que a parada dos motoqueiros ia
bem agora. – disse para si mesmo. Ligou o radio e foi mudando as estações até
que encontrasse alguma que prestasse, encontrou uma radio de noticias.
- E ai gente, é hora das “Noticias da
Estrada”! – uma voz com certo sotaque caipira disse animadamente. – Tommy Moses
jura que viu um OVNI, é a segunda vez esse mês! Amigo motorista, se você está
na estrada em direção á Dallas, a 10° Festa do Peão de San Afonso é amanhã á
noite, não perca! Vai ter garotas, cerveja e churrasco do bom! Quem resiste á isso?
Talvez nosso amigo Tommy Moses, que vai estar ocupado demais recepcionando seus
amigos verdinhos que desembarcam essa noite! – o locutor disse zombando desse
pobre coitado.
Não teve como Derek segurar uma gargalhada
enquanto dirigia e demorou muito para se controlar, tanto que quando voltou á
prestar atenção na rádio, o programa daquele locutor que na verdade era só um
drops já tinha acabado e dera lugar á uma musica country mais do que brega.
Mudou de estação.
- Aleluia, digam aleluia, irmãos! – uma
voz grave se fez ouvir gritando antes de um coro que respondeu ao pedido,
parecia ser uma estação religiosa. Houve algumas palmas depois silencio,
parecia ser um culto ao vivo – Devemos estar sempre alertas, irmãos, por que
ardiloso é o Inimigo! É muito fácil chorar e clamar ao Senhor em horas de
adversidade, sim, mas é como chamar a policia depois que o ladrão já entrou na
sua casa. - ele disse com um tom de voz estranho – Sábio, é aquele que se
preocupa com as armadilhas do Demônio quando tudo parece certo. Pois ele não
tem pressa, ele espera até que seu espirito esteja fraco, corrompido e
desatento, á espreita, esperando o momento perfeito. Sim irmãos, devemos nos
lembrar de Nosso Senhor á todo momento, mas sem esquecer o Inimigo. Pois saibam,
e isso é uma verdade, o maior trunfo do Demônio, é ter feito as pessoas
acreditarem que ele não existe!
- Mas oque é isso? – ele disse surpreso. –
Que horror!
Derek não era religioso, preferia evitar
se possível, e tinha um particular receio dos mais fervorosos (entenda fanáticos), principalmente
quando começavam á fazer discursos sobre Deus e o Outro, ainda mais quando a
dissertação era tão inflamada, ambígua e cheia de nomes de efeito como
Altíssimo, Aquele que tudo vê, onde não se consegue saber de quem estão
falando. Desligou o radio ainda com a voz com sotaque caipira do pregador na
cabeça, sempre seguida de um Aleluia!.
Nesse momento viu ao longe ainda um posto
de gasolina, tipo uma dessas paradas de beira de estrada. O oco que sentia no
estômago, somado ao marcador de combustível do carro que dizia quase vazio lhe
convenceram á parar. Foi diminuindo a velocidade, saiu da estrada e entrou pela
entrada de carros, estacionando o carro na frente da única bomba de gasolina do
lugar. E ele ainda se intitulava um posto?
Desceu do carro e olhou em volta. Do outro
lado da estrada, até onde a vista alcançava se via um deserto, com sua
vegetação seca e rasteira comum da região e nunca sentiu-se tão sozinho. Voltou
então sua atenção ao estabelecimento no qual fora parar. Era pequeno, quase
abandonado, sujo com a terra que o vento trazia do deserto e o cheiro de óleo
diesel pairava no ar. Havia um homem sentado num banco á sombra ao lado da
porta de vidro da pequena lanchonete que completava a parada. Seu uniforme de
frentista estava empoeirado e manchas de graxa e óleo faziam estampas no
uniforme azul claro. Um boné tão sujo quanto cobria seu rosto, ele parecia
estar tirando uma soneca de fim de tarde. Derek se aproximou sem que o homem o
percebesse e o cutucou.
- Ei! – Derek disse sacudindo o ombro do
homem.
- Ah. . . – o homem disse sobressaltado –
Oi, bem, em que posso ajudar, filho?
- Enche o tanque. – Derek colocou as
chaves do carro em sua mão.
- É pra já!
Mais do que rapidamente o frentista
levantou-se e caminhou na direção da bomba de gasolina, enquanto isso, Derek
entrava dentro da pequena lanchonete. O lugar estava vazio com exceção da
atendente de meia idade que fumava um cigarro atrás do balcão. Além dos quatro
lugares disponíveis no balcão, a lanchonete ainda tinha mais três mesas
encostadas á vitrine com bancos estofados verdes, o lugar era um cubículo, mas
servia. Pediu três hambúrgueres, um para comer agora, dois para levar e ainda
comprou quatro garrafinhas de agua. Depois de comer o hambúrguer que não estava
tão ruim, foi ao banheiro, só então saiu da lanchonete, só para ver que o
frentista estava em seu banco tirando uma soneca outra vez.
- Ei! – Derek cutucou-o de novo.
- Ah, as suas chaves, senhor. – o
frentista aprumou-se e entregou as chaves do carro de Derek - São vinte
dólares.
Derek pegou a carteira que estava no bolso
da calça e de lá rapidamente tirou vinte dólares e pagou o homem.
- Me diz, tem algum lugar para dormir por
aqui?
- Essa é a ultima parada em cento e
sessenta quilômetros, - disse ficando serio. – até o Motel Luna Beach.
- Oque?! – Derek disse surpreso. – Que
droga!
- O senhor está pensando em dirigir mais?
Já está anoitecendo. – ele disse em tom estranho.
- Eu não queria, não gosto de dirigir á
noite. – olhava para a estrada.
- Nem deveria, moço, a estrada é perigosa
á noite.
- Deixa eu ver, ainda são cinco horas. .
. se eu sair daqui agora eu chego lá, quem
sabe, ás dez?
- Mais ou menos isso, senhor.
Derek abriu a porta do carro e entrou. Só
tivera tempo de colocar o saco de papel marrom com os dois hambúrgueres no
banco do carona e o frentista chamou sua atenção, inclinando-se na altura da
janela.
- Se vai continuar á noite, tome cuidado,
não pare o carro até chegar á parada e principalmente não dê carona á ninguém,
á ninguém. – enfatizou.
- Como? – tudo bem, essa era uma
preocupação normal de qualquer um que fosse pegar a estrada deserta por horas á
fio, noite á dentro, mas aquele homem colocara uma certa aflição em suas
palavras. – Porque?
- Apenas faça isso, filho.
- Tudo bem, obrigado pela dica. – Derek
deu a partida e voltou para a estrada.
- Que Deus o proteja. – o frentista disse
para si mesmo enquanto via o Bel Air se afastar até que não fosse mais visível.
Parado ali, ao lado da bomba de gasolina,
o frentista olhou para o horizonte. O sol já havia começado á se por e o céu
tinha tons alaranjados e avermelhados. Fez o sinal da cruz e deu o expediente
por encerrado. Deu carona para a garçonete e saiu em disparada até a sua casa,
rezando para chegar antes do sol se por completo, como fazia todos os dias
desde que começara á trabalhar naquela parada.
A noite chegava rapido na estrada, e desde
que deixara a parada onde enchera o tanque do carro, não vira alma viva, nenhum
carro á sua frente ou vindo em direção contraria e depois de um tempo, até
parecia que não havia nenhuma pessoa viva, e que estava dirigindo em uma
estrada eterna.
O silencio naquele lugar era incrível,
chegava á incomodar. Outra vez ligou o radio, queria ouvir musica que
prestasse, mas estava difícil, passara por uma radio de noticias, uma do tempo,
e quando já havia passado pela quarta evangélica e estava para desistir, até
que uma musica lhe chamou a atenção, Don’t
worry, baby dos Beach Boys:
“Bem,
eu venho sentindo isso
A
não sei quanto tempo;
Não
sei porque, mas sinto que algo
Vai
dar errado;
Mas
ela olhou em meu olhos
E
me fez perceber
E
ela disse:
Não
se preocupe meu bem
Tudo
vai ficar bem
Não
se preocupe meu bem. . .”
Sinceramente, ele não curtia muito musicas
que fossem mais velhas que seu pai, mas aquela musica falava de carros, do
prazer de dirigir, e pensando bem, tinha tudo haver com aquele momento,
conhecia a musica e começou a cantar junto:
“Eu
acho que deveria ter ficado quieto
Quando
comecei á me gabar do meu carro;
Mas
não posso voltar no tempo
Porque
aticei demais meus amigos;
Ela
me faz sentir vivo
Me
faz querer dirigir;
E
ela disse:
Não
se preocupe meu bem
Tudo
vai ficar bem
Não
se preocupe meu bem.
Ela
me disse:
Baby,
quando você for correr hoje
Leve
meu amor com você;
Se
você soubesse o quanto te amo,
Nada
poderia dar errado com você.
Oh,
o que ela faz comigo
Quando
fazemos amor.
E
ela disse:
Não
se preocupe meu bem
Tudo
vai ficar bem
Não
se preocupe meu bem.”
A noite seguia tranquila, a estrada estava
vazia, eram apenas ele e a estrada. A noite estava muito clara por conta da lua
cheia, o farol do Bel Air só estava ligado por desencargo de consciência. Olhou
em seu relógio de pulso, ainda eram sete horas, mas como estava cansado. Quando
chegasse ao motel, dormiria numa cama decente e só acordaria ao meio dia, se
possível. Tirou a mão do volante um instante apenas para esfregar os olhos
cansados e quando voltou á prestar atenção á estrada, viu um homem andando no
acostamento, andava lentamente na mesma direção que ele. O homem percebeu sua
aproximação, virou-se e fez o costumeiro sinal com o dedão, pedindo carona.
Derek passou direto por ele, lembrando-se das instruções do frentista sobre não
parar por nada nem dar carona á ninguém, no entanto sentiu-se mal alguns metros
á frente. Aquele homem devia estar andando á um bom tempo, e ele sabia que a
próxima parada estava para lá de longe. Sentiu uma pena tão grande daquele
cara, andando sozinho no meio do nada, sabia também que já fazia um bom tempo
que não vira outro carro passando. O frentista mesmo havia dito que a estrada
era perigosa para se viajar á noite, se era para alguém de carro, imagine para
alguém á pé. Desobedecendo ao pedido do frentista, parou e ficou esperando o
andarilho se aproximar, afinal, duvidava que aparecesse outro para fazê-lo.
Enquanto o andarilho se aproximava, Derek
ficou observando-o através do espelho, depois de ter tirado os hambúrgueres do
banco, colocando-os no painel. Ele usava um casaco velho e surrado e uma calça
jeans em igual estado e uma mochila com estampa camuflada á tira colo. Mas não
era isso que lhe chamara atenção, era o modo como ele andava, lentamente, como
se não estivesse com pressa de nada. Tinha porte atlético e àquela luz difusa,
ele parecia incrivelmente branco.
- E ai, parceiro? – o andarilho disse
encostando a mão no alto da janela do lado do carona e se inclinando para ver o
motorista.
- Eu estou indo para uma parada, o Motel
Luna Beach, acho que chego lá antes das dez, se quiser te deixo lá onde pode
arranjar outra carona, o que me diz?
- Para mim, está perfeito. – sorriu,
mostrando dentes muito alvos.
Derek abriu a porta para que ele entrasse
e assim que o andarilho entrou, Derek disse:
- Sem querer me intrometer no que não é da
minha conta, mas o que você estava fazendo andando nessa estrada á noite? – o
rapaz sorriu e disse apenas uma palavra.
- Caçando.
- Meu nome é Derek. – estendeu a mão para
cumprimentar o rapaz.
-
Zacary. – ele respondeu com um sorriso.
Derek voltou para a estrada e continuou
seu caminho rumo ao Motel, que ainda estava longe pra cacete. Aquele rapaz, o
Zacary, tinha um jeito um tanto estranho: seu cabelo negro contrastava com sua
pele extremamente branca, além de deixar a área dos olhos obscurecida, suas
roupas estavam muito sujas, mas tudo bem, também estaria assim se tivesse
andado na estrada empoeirada ao longo de um dia inteiro.
- Está com fome? Tenho hambúrgueres, são
de hoje, pode confiar.
- Não, obrigado. Sou. . . alérgico á esse
tipo de comida. Prefiro algo mais. . . natural.
- É por isso que estava caçando? –
interessou-se e Zacary deu aquele sorriso de novo.
- É , é exatamente por isso.
Os dois começaram á conversar. Derek esta
ávido por conversar com alguém, mesmo que fosse um desconhecido ligeiramente
esquisito. Depois de um tempo de conversa, Zacary demonstrava ser educado,
eloquente, como se conversar fosse algo que fizesse á séculos. Demostrou-se
interessado em saber sobre Derek, de onde ele veio, para onde ia, se tinha
família, e Derek foi falando, foi falando tudo. Zacary sabia fazer as pessoas
se abrirem.
- Então, resolvi pegar o carro, e estou
aqui, indo para Los Angeles. E nem sei por que.
-
Triste isso. – Zacary disse depois de ouvir a historia atentamente – Mas
certamente, deve haver alguém em Los Angeles esperando por você.
- O pior é que não. Não tenho ninguém.
- Ninguém? – Zacary disse com uma ponta de
graça – Ninguém é drástico demais, pense bem.
- Eu disse, cara, não tenho ninguém. Eu
não passo de uma lembrança ruim para as pessoas que me conheceram. Se eu
morresse agora, na estrada ninguém procuraria por mim.
Zacary ficou quieto por um tempo,
analisando aquelas palavras. E talvez para quebrar um pouco o silencio, Derek
disse:
- Pode me passar a garrafinha de água que
está dentro do porta luva?
- Claro. – Zacary se mexeu um pouco como
se estivesse procurando algo em seu bolso primeiro, mas Derek não percebeu isso
pois estava prestando atenção na estrada. Ele pegou a garrafinha de dentro do
porta luva, mas antes de entrega-la á Derek, ele acrescentou: – Deixa que eu
abro pra você. – Zacary, com um movimento rápido, abriu a garrafinha de agua,
retirando a tampa, depois de alguns segundos (e Derek também não percebeu isso), ele entregou a garrafinha.
Continuaram conversando, e o tempo passava
sem que aquela droga de parada chegasse. A noite ficava cada vez mais escura,
iluminada pela lua e pelos pontinhos luminosos do manto da noite. De tempos em
tempos, Zacary sorria exibindo o seu sorriso alvo, com uma expressão que ele
não conseguia identificar por já estar cansado demais. Estava exausto e de
repente sentia seus olhos mais pesados do que o normal. Não estava prestando
mais atenção á sorrisos ou á conversa, nem na estrada. Seus olhos estavam muito
pesados e deu uma pescada rápida. Derek sobressaltou-se e aprumou-se no banco.
Tomou mais um gole de agua para acordar e Zacary percebeu isso.
- Derek, pode parar o carro um pouco no
acostamento? Preciso. . . você sabe.
- Aqui? – disse estranhando o pedido
repentino - Já devemos estar chegando ao motel.
- Não vá me dizer que está com medo do
escuro?
- Tudo bem.
Derek diminuiu a velocidade do carro e
parou no acostamento. Parou o carro num dos lugares mais ermos e escuros que já
vira. Zacary abriu a porta e saiu, desaparecendo na escuridão. Derek lembrou-se
então da voz do frentista lhe dizendo que não parasse o carro até que chegasse
á parada, e aquela era a segunda vez na noite que parava.
- O que pode acontecer de errado? – pensou
fechando os olhos por um instante e inconscientemente lembrou-se do pregador, e
seu conselho de se lembrar do Inimigo quando tudo parece certo.
Estava tão cansado, encostou a cabeça no
encosto do banco, sentia-a pesada, mas só ia encostar, não podia dormir. . .
A primeira coisa que notou quando acordou
era que estava deitado no chão, chão mesmo, batido e frio. Sua cabeça doía,
sentia-se extremamente fraco, tanto que não se mexeu nem abriu os olhos por um
longo tempo, só ficou ali deitado. Mas espere ai, por que estava deitado? Será
que tinha cochilado no volante e batido o carro em alguma rocha, e no acidente,
fora arremessado para fora do veiculo, e estaria agora estendido em alguma vala
no deserto, onde ninguém iria socorre-lo. Não, lembrava-se de que havia parado
no acostamento, por Zacary, adormecera esperando-o voltar. Tudo estava confuso
demais. Com esforço abriu os olhos, tudo estava embaçado, mas aos poucos tudo
foi entrando em foco. Estava deitado com as costas no chão e via um teto alto
em cima dele, mas o teto não era comum de madeira, era rochoso e ouvia goteiras
perto dele e mais adiante. Sentiu muito frio e com dificuldade pôs-se sentado e
olhou em volta.
Estava com o pé direito preso em uma
espécie de grilhão de metal muito velho e enferrujado. Seu coração deu um pulo,
o que estava acontecendo? Olhou em volta era uma espécie de cela, as paredes, o
chão, o teto, parecia talhado em rocha e á frente uma grade de ferro do chão ao
teto, era um calabouço!
O pavor tomou conta de Derek, olhou para
si mesmo e notou que suas roupas estavam sujas de sangue.
- Mas oque é isso?
Apavorado tateou-se em busca de algum
ferimento que não estivesse sentindo e o encontrou no pescoço, porem, não
sangrava mais, o sangue em sua roupa estava seco. Seco? Á quanto tempo estava
ali? Tentou levantar-se porem a fraqueza fez com que caísse no chão novamente.
Recuperou o equilíbrio e tentou de novo, conseguindo dessa vez.
Em sua cela não havia nada além dele.
Tentou andar até as grades, sua corrente era comprida o suficiente e o que viu
era que estava em uma caverna, algumas tochas presas á parede iluminavam o lugar
precariamente e a caverna se estendia longa até que a escuridão impedisse de se
ver mais.
- Socorro! – gritou – Socorro!
Ficou uns dez minutos gritando, depois
parou ao perceber que ninguém estava ouvindo. Estava apavorado, o medo do que
ainda poderia acontecer tomava conta dele, desesperando-o.
- Meu Deus, o que esta acontecendo? –
disse por entre lagrimas.
Afastou-se das grades, caminhou até um
canto e sentou-se no chão. Tinha que se acalmar, ficar gritando como um louco
não estava ajudando, iria poupar forças. Passou a mão no pescoço ferido,
tentando saber se era muito grave, agora que parara para raciocinar, um
ferimento no pescoço era perigoso. Tateou á procura de algum corte, no entanto
percebeu dois orifícios pequenos.
Muita coisa passou por sua cabeça naquele
momento, a cada segundo que passava, ficava mais confuso, nada fazia sentido.
Por que raios havia dois furos em seu pescoço, oque poderia ter provocado
aquilo? Tudo o que queria era acordar e ver que ainda estava em seu Bel Air, no
acostamento, que tudo aquilo não passava de um pesadelo bizarro. Mas tudo era
real, o cheiro frio que sentia, a dor em seu pé por causa do grilhão apertado e
o barulho enlouquecedor daquela goteira.
Ficou parado sozinho, escutando o som
daquela goteira, tentando manter-se calmo até que algo aconteceu. Viu o vulto
de alguém se aproximando, vindo através da caverna, mas a luz não era o
suficiente para que Derek divisasse a pessoa na penumbra e para ajudar, ela se
movia nas sombras.
- Ei! – gritou – Me tira daqui!
A pessoa não apressou o passo ou fez
qualquer movimento dando á entender que se importava. Ele veio caminhando mas
agora, perto das tochas, o vulto tomava forma e quando a pessoa ficou perto o
suficiente, Derek tomou um susto. A figura de Zacary parou, bem em frente á
grade de ferro, segurava algo atrás nas costas.
- Zacary? – disse com a voz baixa,
chocado.
- Vejo que já acordou. – aproximou-se
mais.
- Me tira daqui! – gritou outra vez.
- Ah, vocês todos ficam repetindo a mesma
coisa, blá-blá-blá, você podia ser um pouco mais esperto e poupar seu folego,
eu não vou tirar você dai, ainda.
- Oque você quer de mim?!
- Não percebeu ainda? Seu sangue. – Zacary
disse sorrindo, mostrando os caninos pontudos.
Não, Derek não podia acreditar no que
estava vendo, aquela imagem horrorosa. Tudo se explicava: seu jeito estranho,
sua palidez, seus dentes pontudos, mas não podia ser, não, não acreditava
nessas coisas. Isso não existe! Vampiros não existem!
- Não! – Derek balbuciou aterrorizado,
levando a mão ao ferimento – Seu desgraçado! – alterou-se – Eu fui legal com
você, te ajudei quando ninguém ajudaria, por que eu?!
- Por quê? Meu caro Derek, você foi
esquecido pelo mundo. Ninguém vai perceber sua falta. Você é a presa perfeita.
- Presa? – a voz saiu vacilante.
- Não menti quando disse que estava
caçando. Normalmente, eu prefiro andarilhos ou motoristas sem destino, como
você. Dão menos trabalho. Posso me alimentar do seu sangue por dias, e ninguém
virá procura-lo.
- Não! – começou a bater na grade com as
mãos e a chutar com a perna que não estava presa á corrente, numa demonstração
de histeria.
- Contenha-se homem! Aceite seu destino
com um pouco de dignidade. – disse em tom de brincadeira.
Jogou o que estava escondendo nas costas
dentro da cela através das grades, era um saco de papel com algo dentro.
- Agora coma, você tem que durar pelo
menos duas semanas. – ele sorriu vitorioso - Vou dormir agora, e quando
acordar, estarei com fome.
Zacary soltou uma gargalhada grotesca e
caminhou de volta por onde veio até sumir de vista.
A cada minuto, aquele pesadelo ficava
pior. Vencido e sem mais nada que pudesse fazer, deixou-se cair derrotado no
chão, ao lado do saco de papel que Zacary havia jogado dentro da cela. Estendeu
a mão e pegou o saco, abrindo-o e deparando-se com os dois hambúrgueres que
havia comprado no posto de gasolina. Sem saber porque, começou á rir, á rir
alto, tanto que soluçava.
- Ainda bem que eu comprei essa porcaria!
– ria desesperado – E é o pior hambúrguer que eu já comi na minha vida! O
pastor tinha razão, o Demônio estava esperando!
O riso gradativamente foi se transformando
num ataque histérico, ele simplesmente não conseguia parar de rir, o que o
estava assustando, pois essa não era uma situação para risos. Tentou
controlar-se, não poderia perder a cabeça agora, tem gente que enlouquece sob um
estresse muito grande e isso não aconteceria com ele. Tinha que raciocinar,
olhou em seu relógio de pulso, eram seis horas. Deduziu que era de manhã, pois
o sangue em sua roupa estava seco e Zacary havia dito que iria dormir, se ele
era um vampiro mesmo, deveria evitar o sol. Tudo bem, Derek tinha pouco tempo
até que Zacary levantasse pronto para um lanchinho, então tinha que colocar sua
cabeça para funcionar e arranjar um jeito de sair dali. Mas além das grades,
havia ainda o corrente em seu pé, prendendo-o mais ainda ao seu funesto
destino.
Olhou em volta, á procura de algo que
pudesse usar para se soltar, como já foi dito, não havia nada dentro da cela
além dele. Aproximou-se da grade para ver se encontrava algo perto o
suficiente. Perto das tochas, á um metro e meio de distancia da cela, havia uma
jarro grande no chão, com uma rachadura da qual vertia um liquido translucido,
tanto que o vazamento havia feito um pequeno riozinho que chegava bem perto da
grade. Derek ficou curioso e se abaixou e se esticou todo para alcançar o
liquido. Só a ponta do dedo indicador conseguiu. Ao tocar o liquido, percebeu
que era oleoso, sentiu o cheiro forte e percebeu que era banha, do que, não
queria nem pensar.
Então, uma ideia lhe ocorreu, horrorosa e
nojenta. Já tinha visto isso em um filme, sim, em um filme, nunca imaginou que
um dia duas horas perdidas de sua vida assistindo um filme B de péssima
qualidade lhe dariam a deixa de uma ideia que poderia salvar sua vida, e o
pior, que poderia até dar certo.
Primeiro tirou sua jaqueta e sua camisa e as
amarrou uma na outra, fazendo uma teresa, porem diferente, onde as mangas da
jaqueta estavam amarradas juntas nas mangas da camisa, de forma que quando
jogasse a corda improvisada, a jaqueta abraçaria o jarro e ele tombaria quando
ele puxasse. Aproximou-se da grade e jogou em direção ao jarro. Jogou uma vez,
jogou duas vezes, na terceira acertou e a jaqueta fez o que deveria. Puxou e o
jarro tombou, se quebrando com o tilintar da cerâmica. Por um momento Derek não
se mexeu e só ficou escutando, tentando saber se Zacary teria ouvido e agora
estaria vindo para acabar com ele. Esperou um pouco, e como não ouviu nada,
continuou seu plano.
O óleo veio trilhando seu caminho através
do chão de rocha até alcançar a cela e entrar pelo vão das grades. O óleo era
espesso agora e tinha um tom escuro, o cheiro era horrível, mas Derek pegou um
punhado e derramou no pé com o grilhão. Gira daqui, puxa dali, empregava tanta
força que fios de sangue escorriam pelo tornozelo, mas não podia parar. Com um
pouco mais de óleo, conseguiu se libertar da corrente.
Ótimo, até agora estava dando certo. Agora
que seu pé estava livre, tinha que sair da cela. Olhou para a grade, tinha que
se concentrar nela. Era velha e enferrujada, Zacary devia estar fazendo isso á
séculos. A parte de baixo estava desgastada e um pouco solta por causa dos
vários chutes das presas passadas em sua vã tentativa de fuga e essa ideia o
mortificou, ficou pensando nas inúmeras pessoas que morreram ali, apenas
esperando o momento em que Zacary abrisse a cela para se alimentar em seu
sangue. Balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos e se concentrou. O
espaço entre as barras de ferro que compunham a grade não era muito estreito
mediu com a mão, tinha um palmo de distancia entre uma e outra. Seu ombro
passava, mas seu tronco não, mas era por pouco, tinha emagrecido bastante desde
que começara a viagem.
Olhou para o óleo que invadia a cela e
teve uma ideia no mínimo maluca, mas pensou que se deu certo com seu pé e o
grilhão que o prendia, por que não tentar? Se não desse certo, em algumas horas
viraria jantar daquele vampiro asqueroso. Tirou o resto da roupa, juntou tudo e
jogou do lado de fora da cela, depois, pegou bastante óleo do chão e untou o corpo
todo. Quase vomitou, pois o cheiro era horrível, mas tinha que fazer. “Vou
precisar de um belo banho se eu conseguir sair dessa”, pensou. Então voltou as
grades, respirou fundo e começou sua tentativa de fuga.
Primeiro, passou a perna direita, então o
braço direito e o ombro. Concentrou-se ao máximo no que estava fazendo, tinha
que relaxar o corpo e escorregar. Com certa dificuldade, foi escorregando o
tronco através das barras, passou a cabeça, o ombro esquerdo e a perna
esquerda, estava livre!
Conteve-se para não gritar de alegria, não
queria fazer nenhum ruído que pudesse acordar o vampiro. Rapidamente vestiu-se
e o mais rápido que pôde, preocupou-se em sair da caverna. Foi caminhando pela
câmara, não fazia ideia de como era extensa. Demorou meia hora para sair da
caverna, deparando-se com um dia claro lá fora e a luz do dia feriu seus olhos.
Do lado de fora da caverna, Derek
deparou-se com uma imagem aterradora, um cemitério de carros abandonados,
dezenas, por todos os lados, ele realmente devia fazer isso á séculos. Não foi
difícil achar seu carro, seu Bel Air vermelho, sendo o único carro dessa merca
sem estar caído de podre. Que idiota! Zacary havia deixado as chaves no
contato, certamente ele não esperava que Derek conseguisse se libertar e voltar
ao carro. Deu a partida e saiu daquele lugar horrível por uma entrada de carros
não cantou pneu, esperou até chegar ao asfalto para isso e então dirigiu
rápido, como nunca havia dirigido na vida e não olhou para trás.
Agora já um pouco mais calmo, Derek
conseguia deduzir o que acontecera. Zacary era um vampiro caçador, viva nas
cavernas e de tempo em tempos saía para caçar na estrada, andarilhos e
motoristas sem família para se alimentar. Usava essa tática de mochileiro para
atrair e dava um jeito de atordoar a pessoa antes de leva-la á cela. Agora que
parava para pensar, dera abertura para isso, quando pedira a agua, ele deve ter
colocado algo em sua agua que o dopara, então pegara o carro que conduzira até
o covil, onde seria mantido prisioneiro até a hora final.
Derek corria como um louco na estrada,
logo o sol desapareceria e a noite chegaria. Zacary acordaria e dessa vez ele
não seria tão educado.
Marcadores:
agbook,
clube de autores,
contos,
livro,
uma carona no escuro
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
4
"- Vamos logo! – Richard apressava sua namorada.
"Donna"
"- Vamos logo! – Richard apressava sua namorada.
- Só um minuto! – ela respondeu pela
segunda vez.
Richard estava esperando Donna já fazia
meia hora, sentado no primeiro degrau da escada que levava da sala ao segundo
andar, onde Donna se arrumava. Chegara cedo demais e ela ainda não estava
pronta para o baile. Cedo demais coisa nenhuma, essas garotas gostavam de ficar
enrolando, isso sim, ainda mais para o baile do Dia dos Namorados no ultimo
anos do Segundo Grau, quando cada minuto era precioso demais para ser
desperdiçado. Depois que o ano letivo acabasse, cada um iria para um lado.
Richard estava elegante parado na escada
da casa de Donna, com seu elegante smoking preto Black-tie, seu cabelo loiro
penteado para trás, parecia mais um galã de cinema, muito parecido com Robert
Redford. Segurava na mão uma caixinha de plástico transparente, com o
tradicional arranjo de pulso de flores lilases para entregar á sua namorada,
uma cena tão cliché.
- Estou descendo! – a voz macia de Donna
fez-se ouvir lá de cima.
Então, ela apareceu no alto da escada. Seu
cabelo ruivo, liso e muito comprido estava solto, a não ser por uma presilha
que prendia uma mecha do lado direito da cabeça. Seu vestido de baile era
lindo, lilás num tom bem delicado, tinha o decote tomara que caia e era longo
até o chão. Enquanto ela descia a escada e seu vestido esvoaçava, Richard
observava extasiado. Nunca em toda sua vida vira algo tão lindo. Richard era
apaixonado por Donna desde a sétima serie, mas foi só naquele momento que
percebeu o quanto a amava de verdade, e queria passar o resto de sua vida com
ela.
É, o presente que daria á ela, e que
estava guardado em seu bolso fora sem duvida a decisão mais acertada que
tivera.
- Desculpe a demora. – ela disse sorrindo,
no entanto ele estava ainda meio que entorpecido, então ela emendou um pouco
mais seria. – E então, como estou?
- Maravilhosa. – Richard disse emocionado.
– Para você. – ele entregou a pequena caixa de plástico com a flor.
- Obrigada! – pegou a caixa.
Donna a abriu e, tradicionalmente,
entregou a flor á Richard para que ele a colocasse em seu pulso, oque ele fez
com demasiada delicadeza.
- É linda, e combina com o vestido.
Os dois se abraçaram e se beijaram
longamente.
- Essa noite será perfeita. – ela disse
afastando-se.
Richard a conduziu até o carro que era um
Chevy de segunda mão mas que era o orgulho do rapaz e eles foram alegres até a
escola Johnson High School, onde acontecia o Baile do Dia dos Namorados do ano
de mil novecentos e setenta e cinco, o ultimo baile.
Realmente, a noite decorrera de forma
fantástica. Aquele belo casal se destacava no salão do ginásio e chamava
atenção pela felicidade que demonstrava. Conversaram com os amigos, dançaram, a
noite parecia magica.
Lá pelas onze horas da noite, os dois
estavam sentados em uma mesa perto do palco onde a banda contratada tocava os
clássicos, tomando ponche e segurando a mão um do outro.
- Oque você resolveu sobre a faculdade? –
ela perguntou.
- Eu vou estudar Literatura, contrariando
a vontade de meu pai, mas é da Literatura que eu gosto.
-
Que bom. Não consigo imaginar você como um engenheiro.
A banda tocava uma musica agitada, da
moda, mas assim que a musica acabou, a banda começou á tocar “Donna” de Richie Vallens:
“I had a girl
Donna was her name
Since she left me
I've never been the same
'cause I love my girl
Donna, where can you be? Where can you be?. . .”
- Cara, eu adoro essa musica! – Donna
disse de repente.
- Essa musica velha? – Richard disse
surpreso.
- Ela é linda, vamos dançar!
O casal levantou-se e começou á dançar
lentamente, não havia mais ninguém na pista de dança e a banda continuava:
“Now that you're gone
I'm left all alone
All by myself
To wander and roam
'cause I love my girl
Donna, where can you be? Where can you be?”
- Quando eu era pequena, eu imaginava que
essa musica era para mim. – Donna sorria – Imaginava se algum dia alguém me
amaria tanto assim.
- Claro que alguém te ama assim, sou eu.
Os dois se beijaram na pista de dança
enquanto a banda continuava a tocar:
“Well, darlin', now that you're gone
I don't know what I'll do
All the time and all my love for you.”
- Quer se casar comigo? –
Richard disse de repente.
- Como? – ela parou e ficou seria.
- Quer casar comigo? Eu nunca tive tanta
certeza de algo na vida. Eu te amo, e não consigo imaginar o resto de minha
vida sem que você esteja comigo.
- Richard. . . – Donna disse emocionada e
abraçou o namorado. – Sim, eu aceito!
O casal continuava abraçado no meio da
pista de dança ao som da banda. Donna chorava de alegria, porem, naquele
momento, Richard não sabia o que ia acontecer.
Naquele momento, Richard tirou de seu
bolso uma pequena caixa preta. Com cuidado a abriu e de lá tirou um anel de
noivado com um pequeno diamante quadrado. Delicadamente, Richard tomou a mão de
Donna e em seu dedo, colocou o anel.
- Jamais vou deixa-lo. – Donna disse
emocionada.
Não demoraram muito e saíram do baile.
Andavam pelo estacionamento da escola em direção ao Chevy naquela noite escura.
Estavam já bem perto do carro quando de trás de uma arvore, das sombras, surgiu
um homem de capuz preto, que os abordou.
- Passa as chaves, vamos! – ele estava
armado e parecia transtornado e apontava a arma para Donna.
- Tudo bem, tenha calma. . . – Richard
disse tentando parecer o mais controlado possível.
Richard colocou a mão no bolso para pegar
a chave que estava no mesmo bolso em que estava a caixinha do anel de noivado e
conforme mexia no bolso, um pedaço da caixinha ficou á mostra. Aquela luz, e
nervoso como estava, o ladrão pensou que a caixinha fosse uma arma. Num
impulso, o criminoso disparou a arma acertando Donna e saiu correndo em
seguida.
- Não!! – Richard gritou desesperado ao
perceber que Donna caía ao chão.
Ajoelhou-se desesperado e abraçou Donna. A
bala havia atingido seu peito e seu sangue tingia de vermelho seu vestido
lilás.
- Donna, você vai ficar bem. – chorava –
Não me deixe.
- Eu não vou deixa-lo. . . – Donna disse
baixinho. Foi a ultima coisa que ela disse.
Richard só se lembrava de ficar ali
chorando, agarrado ao corpo sem vida de Donna durante muito tempo, até que
alguém os encontrou no estacionamento depois de ouvir o disparo.
Por muito tempo policia procurou pelo
assaltante de capuz que tirara a vida da jovem Donna, porem, sem uma descrição
confiável, não puderam fazer nada e nunca o pegaram.
O tempo passou, muita coisa aconteceu, e a
vida de todos teve que continuar. Trinta anos se passaram, no entanto Richard
nunca a esqueceu. Em vários aspectos de sua vida ele evoluíra, superara
limites, porem seu coração permaneceria fechado, de alguma forma á espera
daquela que ele sabia que nunca iria voltar.
Richard estudara Literatura e se formara.
Depois de vários cursos e trabalho árduo, se tornara professor de Literatura
Clássica na faculdade em que estudara e agora, chegando aos cinquenta anos, era
um dos professores mais queridos da instituição. Era admirado pelos alunos,
paquerado pelas alunas, afinal, ainda estava inteiro.
O ano letivo enfim começara e vários
alunos novos circulavam pelo Campus como baratas tontas e os professores se
divertiam com essa cena.
A classe de Literatura Clássica estava
particularmente lotada naquele primeiro dia, principalmente de novatos. A sala
era ampla, em formato de auditório e Richard demorou um pouco para se acostumar
com essa sensação, ainda mais quando era necessário usar um microfone nas
dissertações, parecia que estava em um programa de TV, como a Roda da Fortuna,
embora jamais tivesse usado terno em suas aulas. Depois de um tempo
acostumou-se, e acabava achando estranho lecionar em uma sala convencional.
Richard entrara na sala de aula já depois
de todos os alunos já estarem acomodados em seus lugares e dera uma rápida
olhada nos novos rostos, a maioria recém-saídos do segundo grau.
- Bom dia, eu sou o Professor Richard
Reeves, acho que vocês estão aqui para estudar Literatura Clássica, não é? –
disse com um tom forçadamente serio. – Vou avisando, não admito chicletes,
celulares, nem livros da saga Harry
Potter. – frase que foi seguida de muitas gargalhadas por parte dos alunos.
– Mas falando serio agora, em minha aula, tudo o que eu exijo é que deixem a
mão escrever o que o coração diz. Quando conseguirem fazer isso, serão
escritores.
Sua aula decorrera divertida durante a uma
hora de aula, até que viu sentada no fundo da sala, na ultima fileira, Donna.
Richard ficou parado em choque, olhando para aquilo que só podia ser descrito
como alucinação. Era ela, o cabelo ruivo, liso e comprido, seus traços
delicados, mas como? Ela também olhava para ele e ele achou que estava
enlouquecendo.
Por muito tempo, depois da morte de Donna,
Richard pensou tê-la visto pelos cantos quando estava a sozinho, ás vezes podia
jurar ter sentido seu perfume, mas depois foi se convencendo de que que isso
não passava de sua imaginação com dificuldade para aceitar a perda. Mas o que
via agora não era um simples vulto, ele a estava vendo, tão claramente quanto
qualquer um de seus alunos. Seria aquilo verdade ou só a sua mente lhe pregando
um peça?
O sinal que avisava o término da aula soou
alto, tirando-o de seu devaneio e do contato visual com a assombração. Os
alunos, alheios ao que estava acontecendo com o professor, fechavam os livros e
deixavam seus lugares rumo á porta. Richard surpreendeu-se, pois, Donna fez o
mesmo e vinha descendo pelos degraus da “arquibancada”.
Conforme ela foi se aproximando, Richard percebeu coisas diferentes: essa Donna
usava roupas modernas, o cabelo era um pouco mais curto e mesmo de longe, ele
percebeu um piercing em seu nariz, uma pequena pedra brilhante.
Donna vinha descendo por ultimo, segurando
seus livros nos braços e parecia dar pouca importância ao fato de que Richard a
observava fixamente. Ela desviou o olhar e caminhou até a porta, deixando
Richard confuso, ela afastava-se dele, sem dar-lhe atenção. Não, não podia
deixar que ela se fosse. Num impulso que ele não sabia de onde veio, ele correu
e antes que ela saísse, ele segurou seu braço fazendo-a parar.
- Donna? É você?
- Sim. – disse ela com um sorriso.
- Você é real?
- Claro que sou real, - ela disse em tom
jovial. – E você está apertando meu braço. – disse naturalmente.
- Ah, Donna! – Richard a abraçou
impulsivamente, fazendo-a derrubar os livros.
- Professor, - ela tentava se soltar –
Você deve estar me confundindo com outra pessoa.
Ele a soltou por um momento e viu no rosto
dela a expressão de quem não está entendendo nada.
- Mas. . .
- Professor, o senhor está bem? – disse
com uma feição um tanto preocupada.
Richard parou e olhou bem para Donna. Ela
era Donna, mas não era. Era uma garota jovem, assustadoramente idêntica e com o
mesmo nome. Mas era só.
- Eu achei que você fosse outra pessoa,
que eu conheci á muito tempo. – disse envergonhado pela sua atitude
precipitada.
- Então, acho que não sou ela. – ela
sorriu compreensiva ao se abaixar para pegar os livros que tinha derrubado.
- Acho que não.
A nova Donna pegou seus livros, se
levantou, olhou para Richard e lançou lhe um sorriso antes de sair e deixar
Richard sozinho com seus pensamentos.
Aquela garota era tão parecida com seu
grande amor, até mesmo seu nome, isso não podia ser apenas coincidência. Qual a
probabilidade de uma sósia de Donna, homônima, na mesma faixa de idade, entrar
na Faculdade em que ele lecionava, com tantas outras Faculdades para ela
escolher. Mas Donna estava morta, morrera em seus braços e antes disso havia
prometido que jamais iria deixa-lo.
Durante algumas semanas Richard ficou
observando a nova Donna, que parecia não lhe dar a menor atenção além do normal
para uma aluna comum e ás vezes ela lhe dirigia um sorriso educado quando seus
olhos se encontravam, mas só. Ah, essa situação era uma tortura, ele não
conseguia se concentrar em mais nada, pensava somente naquela moça. Isso tinha
que parar, de uma forma ou de outra.
Para colocar um ponto final nessa
historia, um dia Richard tomou coragem e depois de pedir a ela que ficasse
depois da aula. A convidou para tomar um café numa cafeteria perto do Campus.
De começo, ele estranhou a naturalidade com a qual ela aceitara o convite,
porem precisara conversar com ela.
Richard contou tudo. Tudo sobre a primeira
Donna, sua semelhança, tudo o que acontecera no dia dos namorados de mil
novecentos e setenta e cinco, a incrível coincidência que era tudo isso e ela
ouvia seu relato atentamente.
- Entende agora a minha reação quando eu
te vi?
- Entendo perfeitamente. – Donna disse
tomando um gole de seu café preto. – ela devia ser muito especial.
- E como era. – ponderou.
- Isso até parece a letra de uma musica. –
ela sorriu – Qual era mesmo? Ah, “Donna”,
sem referencia ao meu nome. – os dois não contiveram o riso – Mas eu acho isso
bonito. Você pode achar estranho, mas quando eu era pequena, eu imaginava se
alguém. . .
- Te amaria tanto assim. – Richard
terminou sua frase espantado.
- Isso mesmo, como sabia? – disse com uma
expressão intrigada.
- Foi só uma coisa que aluem me disse um
dia.
A Donna que ele conhecia agora era em
vários pontos diferente da primeira, mas não menos encantadora.
Uma amizade começou depois daquele
encontro, depois de um começo bem peculiar, decidiram fazer disso uma coisa
boa. Começaram a sair juntos, a se conhecer melhor, seus temores, seus
defeitos, suas historias mais engraçadas. Em seu coração, Richard sabia que a
nova Donna era sim aquela que conhecera na juventude, e nada mudaria essa
sensação, isso já era razão suficiente para que tivesse uma empatia automática
por ela. O que não esperava era que fosse se apaixonar novamente. Aprendera a
amar todas as coisas nela, todas.
Tudo isso aconteceu em meados de Agosto de
dois mil e cinco e conforme o outono foi chegando sua amizade foi ficando mais
forte. Richard sabia que não podia perde-la, por isso, em segredo, no natal
começaram á namorar serio. Talvez pela diferença de idade, talvez por que
Richard fosse seu professor, a questão é que ninguém entenderia essa união.
Ambos estavam felizes e apaixonados, um completava o outro, o amor tocara seus
corações e era isso o que importava.
Janeiro foi passando e quando Fevereiro e
o dia dos namorados foi chegando, Richard começou á ficar de certa forma
apreensivo. Não que estivesse com medo da data, pelo o que acontecera antes,
mas um sentimento estranho começava a se formar dentro dele. Não sabia o que
era exatamente, mas não era bom.
Enfim, o dia dos namorados chegou e por
todo lugar se via alegria. A decoração vermelha e branca parecia inspirar e na
Faculdade não se falava em outra coisa: que presentes iriam dar, que
restaurantes estariam disponíveis, onde passariam a noite, essas coisas.
Donna sempre enrolava para guardar seus
livros para ficar sozinha com Richard na sala depois que todos saiam, ele
achava perigoso, ela achava picante. Naquele dia, ela ficou por ultimo (de
novo).
- Feliz Dia dos Namorados! – ela disse sorridente
ao beijá-lo depois de ter certeza e estarem sozinho, no entanto, Richard ficara
serio. – Oque foi?
- Nada. – disfarçou.
- Ah, meus Deus, como sou insensível! –
disse lembrando-se de toda historia. – Me desculpe. . .
- Está tudo bem, não é por isso que estou
assim. Eu não sei, não estou me sentindo muito bem.
- Olha, não precisamos fazer nada especial
hoje, é só uma data pré-determinada para troca de presentes e afeto, o que
podemos fazer nos outros trezentos e sessenta e quatro dias do ano. Afinal,
oficialmente, não somos namorados.
- Você deve achar que eu sou um velho
rabugento. Não, vamos sair sim. Aonde quer ir?
- Não sei, por que não vamos naquela
cafeteria perto daqui? Foi lá que começou mesmo. Ás nove horas está bom?
- Para mim está ótimo. – disse com um
sorriso um tanto murcho.
A tarde se passou lentamente e antes do
horário marcado, Richard já estava esperando por Donna, sentado em uma das
mesas da Cafeteria, perto da janela. A musica ambiente era mortificante, ele
não conseguia engolir esse tal de 50 cent. A noite estava até que agradável,
mas por algum motivo não conseguia sentir-se á vontade, aquele sentimento ruim
não o deixava em paz.
Não demorou, Donna chegou á Cafeteria,
usava uma roupa perturbadora: usava um vestido de malha, decote tomara que
caia, lilás, moderno. Mas como lembrava o vestido de baile de Donna em mil
novecentos e setenta e cinco. Usava o cabelo ruivo solto, apenas uma mecha
estava presa com uma presilha. Ao vê-la assim, Richard teve certeza de que
Donna havia voltado.
Ela aproximou-se dele sorrindo, porem ela
não teve que chegar até a mesa, Richard levantou-se e caminhou ao seu encontro.
Abraçaram-se como se á muito tempo não se vissem. Beijou-a profundamente
emocionado, ela havia cumprido a promessa.
- Querido, o que foi? – ela olhou para
ele.
- Eu só não podia mais esperar para dizer
que eu te amo.
- Isso é bom, por que eu também te amo.
Richard a conduziu até a mesa e juntos
passaram uma noite incrível, até que a musica ambiente mudou e começou a tocar
uma musica conhecida.
“I had a girl
Donna was her name
Since she left me
I've never been the same
'cause I love my girl
Donna, where can you be? Where can you be?. . .”
Ao ouvir isso, Richard paralisou-se. Um
pavor de repente tomou conta dele sem que ela percebesse.
- Eu adoro essa musica. – Donna disse
sorrindo. – Vem. – Ela puxou ele pela mão.
- Não.
- Vamos dançar, vem.
Donna puxou-o até o meio da Cafeteria onde
mais dois casais também dançavam ao som da musica e lentamente começou a
dançar.
Richard não podia acreditar que tudo
estava se repetindo. Isso era impossível, trinta anos depois tudo estar se
repetindo. Não podia deixar que isso acontecesse, dessa vez as coisas seriam
diferentes.
- Vamos embora. – Richard se afastou,
pegou sua mão e foi puxando-a através do estabelecimento.
- Richard, oque está fazendo?
- Depois eu explico.
Saíram da Cafeteria ás pressas. Richard
olhava para os lados, procurando por um taxi.
- Por que não vamos no seu carro? – ela
perguntou confusa, via-se que ele estava nervoso.
- Por que, se eu chegar perto do meu
carro, você vai morrer. – disse desesperado.
- Você está me assustando. – Donna disse
com a voz balançada.
- Está tudo se repetindo. Não sei por que,
é você, seu nome. . .
- Ah, Richard. . . – desacreditava.
- Não é só isso. É o dia de hoje, o seu
vestido, aquela musica. . . – sabia que o que dizia não fazia sentido. – Eu
sinto que seu não sairmos daqui agora, você vai morrer.
Nesse momento, um taxi parou bem á sua
frente. Ele abriu a porta traseira e fez com que ela entrasse, batendo a porta.
Ele respirou fundo e se abaixou na altura da janela, em silencio ele segurou
sua mão.
- Você não vem?
- É com você que eu me preocupo. – os dois
se beijaram através da janela. – Eu não vou te perder.
O carro foi saindo, porem Donna ainda teve
tempo de dizer:
- Eu jamais vou deixa-lo. – E com isso o
taxi afastou-se e Richard ficou observando.
Virou-se para ir em direção do seu carro
parado no outro lado da rua, quando com horror lembrou-se do que ela disse,
“Jamais vou deixa-lo.”, a mesma coisa que disse antes de morrer. Virou-se outra
vez, ainda conseguia ver o taxi que parara no sinal vermelho. Teve tempo de ver
o taxi antes que um caminhão enorme, vindo da esquerda, batesse no taxi e o
arrastasse.
Richard ficou vendo aquilo acontecer
estático. Então começou á correr como um louco naquela direção, totalmente
desesperado. Quando finalmente chegara no local, alguns metros adiante, onde já
se amontoava um grande numero de curiosos em volta do acidente. Richard
atravessou a roda de gente e pode ouvir alguém chamando a ambulância pelo
telefone celular. O caminhão havia acertado o taxi em cheio. Ele estava todo
retorcido, as janelas quebradas. O motorista havia sido jogado para fora. Donna
ainda estava dentro do carro, porém uma barra de ferro atravessava seu peito.
Estava morta."
Marcadores:
clube de autores,
contos,
donna,
uma carona no escuro
Assinar:
Postagens (Atom)