sábado, 22 de setembro de 2012

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"Sebastian" , capitulo II , por Natalia de Oliveira

Parte I
Capitulo II
"O que não mata deixa forte"
 

       Chandler estava tendo um pesadelo terrível que na verdade começara como um sonho normal. Sonhava que andava calmamente por um vasto campo.  Andava, andava, e cada vez mais o campo parecia se transformar num deserto, um lugar árido, seco.  Então, lá na frente vira uma coisa, algo que não sabia o que era, mas que deveria se aproximar e ver. Conforme foi andando, viu que três corvos rodeavam a coisa, pulavam sobre ela e a beliscavam com seus bicos finos e vorazes.

       Não podia se controlar, tinha que ver o que era, aproximou-se o bastante e percebeu que se tratava de um cadáver.  Estava de bruços e os corvos já haviam comido boa parte de suas costas. Notou então com surpresa que o homem morto usava as roupas de Kevin. Foi tomado por um medo que nunca havia sentido antes. Sabia oque tinha que fazer, mas tinha medo de descobrir que aquele cadáver descomposto fosse seu pai. Mas tinha que se certificar. Aproximou-se mais e ajoelhou-se ao lado do corpo, o odor de carne apodrecida era insuportável. Prendeu a respiração e com força virou o corpo para si e viu que era mesmo Kevin. Os olhos abertos totalmente brancos, a pele já azulada e ferimento á bala na testa não deixavam duvidas.

       - “Pai. . .” – chorava ao ver seu pai morto.

       - “Filho. . .” – disse Kevin de repente com voz cavernosa.

       Chandler largou o corpo que abraçava, caindo para trás sentado enquanto via Kevin erguer-se e avançar cambaleante em sua direção, enquanto tentava afastar-se daquela criatura ainda sentado e horrorizado.

       - “Olha pra mim, olha o que ele fez comigo.” – disse com uma voz cavernosa.

       - “Não!” – gritou fechando os olhos.

       - “Ele me matou, filho. Ele fez de mim comida para os vermes e isso não é nada legal. . .” – ele continuava, mas ai a voz mudou.

       - “Você se ferrou de vez, pirralho.” – Chandler ouviu uma voz diferente e abriu os olhos, via agora no lugar de seu pai, Robert, o assassino, com um sorriso zombeteiro.

       - “Cala a boca!” – gritou em resposta.

       - “Ah, espere para ver, sua vida vai ser um inferno, e está só começando.” – dizia rindo, mas rindo com vontade.

       Nesse momento Chandler acordou assustado e com uma baita dor de cabeça por causa da coronhada. Olhou em volta. Estava num tipo de contêiner e percebeu que estava em movimento. Talvez estivesse em um caminhão ou algo assim, também havia varias caixas de papelão á sua volta. Notou também e com surpresa que seus pés e suas mãos estavam amarrados com cordas. Ficou desesperado. Arrastou-se até oque poderia ser chamado de parede e começara a socar com força.

       - Ei, abram, me deixem sair! – gritou.

       Mas ninguém ouviria, decidiu parar, ficar quieto, poupar oxigênio em meio às caixas. Não sabia há quanto tempo estava ali desacordado nem quando parariam. Só então começou a entender tudo oque havia acontecido. Seu pai estava morto e ele, indo amarrado rumo a algum lugar desconhecido.

       Robert Murphy, Robert Murphy.

       O nome ecoava em sua cabeça, ele era o causador de todo esse mal. Aquele desgraçado matara seu pai sem piedade. Bem que Kevin havia o avisado que aquela família era do mal. Tiraram a única coisa que ele tinha na vida. Começara a chorar em desespero, isso não podia estar acontecendo. Sentia-se tão culpado agora, porque não se mexera antes? Poderia ter evitado tudo isso, quem sabe? Estava sozinho na vida.

       Neste momento o caminhão parara e as portas foram abertas, Chandler ficou apavorado e antes que percebesse, varias pessoas entravam dentro do contêiner. A luz que entrava fazia aquelas pessoas parecerem sombras e isso não ajudava. Como estava lá no fundo do contêiner, dois deles andaram até ele e o pegaram, arrastando-o para fora. Era de dia, embora o tempo estivesse chuvoso, a luminosidade fez seus olhos arderem. Começava a se molhar com a chuva e vários homens o rodeavam curiosos. Deu uma boa olhada no lugar e viu com espanto que se tratava de um Porto: navios, contêineres, caixas e mais caixas, empilhadeiras e o mar á sua frente. Mas por que raios estava num porto?

       - Olhe só para ele. – um dos homes disse, era moreno, usava um terno bom, destacando-se dos outros que usavam calça jeans rasgadas, e camisas sujas. Destacava-se também pelo sotaque estrangeiro. – É mesmo uma bela mercadoria, meu patrão vai gostar muito.

       - Oque? – Chandler perguntou. – Oque quer dizer?

       Todos os marinheiros que o rodeavam riram dele, não entendera exatamente o porquê, nem a razão de estarem rindo. O que estava acontecendo?

       - Coitadinho, deixa-me explicar: - o homem aproximou-se, abaixou-se e sussurrou em seu ouvido. – vamos fazer uma pequena viagem, você e eu.

       - Como assim?

       - Vai saber quando chegar lá.

       O homem fez um sinal com a cabeça e dois daqueles marinheiros pegaram Chandler pelo braço e o arrastaram até uma caixa de madeira que estava aberta, era grande, e notara que caberia lá dentro.

       - Não! – começara a gritar quando percebeu que iam coloca-lo na caixa.

       Embora o garoto esperneasse, os dois homens eram bem mais fortes do que ele e o colocaram com facilidade na caixa, então viu aquele estrangeiro se aproximar segurando uma sacola.

       - Para o caso de sentir fome. – disse ao jogar uma sacola dentro da caixa, antes de colocarem a tampa e a lacrarem.

       Chandler gritava e se debatia na caixa, inutilmente, porque estavam fazendo isso com ele? Cada vez mais se sentia impotente frente aos acontecimentos não sabia oque estava por vir, tudo oque desejava era que acordasse e visse que isso tudo era um pesadelo.

       Sentiu que a caixa era levantada e que se movia e pôde perceber oque acontecia. Colocaram a caixa em outro contêiner e o embarcaram em um navio que descobriria mais tarde, em direção á Europa.

       Por muito tempo ainda Chandler gritara e debatera-se dentro da caixa de madeira, tanto que ficara exausto e tudo o que conseguira foram seus cotovelos arranhados. Entendera que esse seria seu destino, ninguém iria ajudá-lo, não mais. Seja lá oque fosse acontecer daqui para frente, estaria sozinho e teria de se acostumar com isso. Realmente sua jornada de sofrimento estava apenas começando.

       Chandler não sabia quanto tempo exatamente se passara desde que fora trancado dentro da caixa, pareciam dias. Ele estava com fome, e aquela sacola que aquele estrangeiro jogara continha apenas dois pães velhos. Estava dolorido, estava com sede, e estava sem esperança. E quando achou que eles haviam esquecido ele naquele contêiner, ouvira um som que se assemelhava ao de portas sendo aberta, então a caixa que ele estava foi bruscamente levantada e percebeu que era carregado para fora do contêiner. Era dia, viu pelas frestas os raios do sol. A caixa fora colocada no chão e com golpes bruscos e rápidos a caixa fora aberta.

       O garoto de inicio cobriu os olhos com as mãos por causa da claridade e braços fortes o arrancaram da caixa. Ele ainda estava amarrado e com fome, mal conseguia manter-se em pé, só conseguia ouvir vozes em uma língua diferente. Assim que seus olhos acostumaram com a claridade pôde ver que estava em uma espécie de galpão onde havia vários contêineres e vários homens que o olhavam, inclusive aquele estrangeiro do porto, mas não era esse que lhe chamava a atenção.

       Havia um grupo de homens mais á frente, próximos a uma limusine. Usavam ternos, casacos, fazia muito frio. Notou certas saliências que sabia serem armas. Em sua maioria pareciam capangas, como Ike e os outros lacaios de Robert, todos menos um. Este usava: um casaco, óculos escuros, era moreno como os outros e ao vê-lo lembrou-se imediatamente de seu algoz, pois tinha o ar arrogante e uma presença que os demais pareciam respeitar, e um jeito até intimidador, como gente dessa espécie tem. Não gostou dele logo de cara e para seu desespero estava sendo conduzido até ele. O homem tirou os óculos e revelara um par de olhos de um tom que nunca havia visto antes, um castanho avermelhado muito exótico e profundo. Ele aproximou-se com um sorriso estranho.

       - Bem vindo á Itália. – disse o homem.

       - Itália? – Chandler sussurrou para si mesmo. Não podia estar tão longe assim de casa.

       Olhou em volta, tanta gente diferente, um lugar desconhecido e desconfortável, queria fugir, queria voltar e não tinha como, estava em outro continente. Sentiu-se muito mal, tudo mudara rápido demais para que pudesse assimilar. Enquanto ainda tentava digerir essa notícia, aquele homem começara a rodeá-lo analisando-o com um olhar atento, então se deteve á sua frente e tomara seu rosto numa das mãos.

       - Belo menino. - disse ele – É mesmo muito belo.

       - Quero voltar pra minha casa agora!- protestou afastando-se.

       - Ah, é americano, já tinha me esquecido. – aproximava-se.

       - Quero voltar! – insistia.

       - Mas já? Por quê? Não gosta da Itália? – disse cínico. – Mas antes de continuarmos, permita-me. . .

       Tirou da cintura, do lado das costas, escondido pelo casaco, um punhal. Era de prata, com pedras vermelha incrustradas na base, uma peça linda. Chandler quis afastar-se, mas os brutamontes que o trouxeram o seguravam. O levaram até a Itália para ser morto? Começara a tremer.

       - Está com medo? – riu.

       Aproximou-se mais e então, quando o garoto já se preparava para o ataque o homem inesperadamente pegara suas mãos que estavam amarradas e com rapidez cortara as cordas que o prendiam, repetindo o ato nos pés, deixando Chandler surpreso.

       - Entre no carro. – disse colocando o punhal onde estava antes.

       - Como sabe que eu não vou fugir? – enfrentou.

       - Não vai. – indicou com o dedo os homens atrás dele.

       Engoliu em seco, não tinha escolha. Entrou no banco de trás e aquele homem também. O carro deu a partida e puseram-se a andar pelas ruas de Nápoles. Sentaram-se um de frente para o outro. Chandler não gostava do modo como ele o olhava, como se fosse um presente que havia ganhado, tentava desviar o olhar daqueles olhos avermelhados, mas eram tão penetrantes.

       - Será que agora você pode me explicar o que está acontecendo?

       - Calma, nem ao menos nos conhecemos ainda. - disse educado. – Permita-me, sou Don Giovanni Ballester. – era distinto, refinado e sedutor. – E você?

       - Chandler Desmont. – respondeu rápido.

       - Não há motivo para grosseria, meu caro Desmont. Fez boa viagem?

       - Se você acha passar fome dentro de um caixão desconfortável “boa viagem”, então é, eu fiz uma boa viagem.

       Don Giovanni riu com gosto.

       - Desculpe o transtorno, mas entenda, os policias do porto estão começando a ficar rigorosos em relação á certos tipos de mercadoria importada. . .

       - Eu não sou uma mercadoria. – o interrompeu.

       - Ah, é sim. – Don Giovanni o encarou. – Eu o comprei.

       Chandler ficou paralisado. Robert Murphy o vendera como se fosse um animal, ficou zonzo, isso não estava acontecendo.

       - Isso não é verdade. . . – sussurrou, não queria acreditar.

       - É sim. Agora é meu, caro Desmont, como outros antes de você.

       - Há outros? – perguntou ainda sob o efeito do choque.

       - Tenho vinte garotos que eu comprei, assim como você, meninos e meninas. – dizia calmo vendo a expressão horrorizada de Chandler. – Surpreso? – deu de ombros – Vai se acostumar com a ideia, todos se acostumam, mais cedo ou mais tarde. – a calma dele era incrível. – Até eu.

       - Até você?

       - Sim, eu também fui vendido quando tinha sua idade. – riu – Como vê, o que não mata deixa forte, e é bom não morrer, querido. Pelo menos, não até me dar algum lucro.

       Não acreditava a que ponto chegara. O que seria de sua vida agora? Ficou desesperado, olhou para os lados, estava preso, mais preso do que estava quando estava preso dentro da caixa. Don Giovanni era mais do que perigoso, era poderoso. Fora vendido a um homem que já tinha vinte como ele, começara a chorar desesperadamente com o futuro que se anunciava.

       - Não chore. – tirou do casaco um lenço branco e aproximou-se limpando o rosto do garoto. – Nunca deixe que pensem que pode ser derrubado, demonstre sempre fortaleza, e tudo ficará bem.

       Don Giovanni o olhava com ternura agora e esse foi o primeiro de vários conselhos que ele lhe deu. Naquele momento não pode deixar de aceitar que aquele homem era estranhamente acolhedor, tentando consolá-lo com aquelas palavras. Ele estava certo, já que não havia saída, tentaria ser forte para aguentar o que a vida lhe reservasse. Foi ali, naquele carro, ao ouvir as palavras de se “dono”, que jurou para si mesmo, pelo sangue derramado de seu pai, que um dia iria olhar para o cadáver ensanguentado de Robert Murphy e iria sorrir.

       Depois de terem passado num restaurante (Chandler estava quase desmaiando de fome) a limusine seguiu para o centro da cidade, lugar de casarões enormes, lindos, mas para Chandler não significavam nada, estava meio que entorpecido ainda pela nova realidade. O carro parou em frente a um desses casarões. Era branco, estilo bem antigo, um belo jardim na entrada, uma casa magnífica, cara, pelo visto. Ao saírem do carro, Chandler ficara admirado com a imponência da construção e teve uma ideia da situação financeira de Don Giovanni. Os seguranças abriram os portões e entraram pelo jardim. Já era de noite e era uma visão um tanto sombria estar ali á luz do luar.

       Entraram pela porta principal. O Hall era grande e bem decorado e a sala mais ainda, bem iluminada por um imponente lustre bem no centro. Tinha sofás brancos muito finos, vasos com flores na mesinha de centro e nas estantes. Tinha vários quadros nas paredes. Tinha que admitir: Don Giovanni tinha bom gosto.

       - Frequentemente dou festas aqui, como vê, é uma sala bonita. – disse ele – mas falamos disso depois.

       Os seguranças ficaram na sala enquanto Don Giovanni e Chandler seguiam até uma escada que levava até o segundo andar, juntamente com outro homem que não conhecia. Enquanto subiam, Chandler via na parede várias fotos emolduradas, de homens, mulheres, que pareciam ser amigos de seu dono, em festas em que estiveram, e de crianças, suas crianças compradas. Ao pensar nisso, que logo haveria uma foto sua naquela parede, Chandler sentiu seu estomago embrulhar. O que aconteceria com ele? Não queria nem pensar.

       Chegou ao andar de cima, um corredor com várias portas, o andar dos quartos. Foram caminhando por ele, a ansiedade matando o garoto. Entraram na quarta porta á esquerda. Era um quarto enorme com uma cama de casal com lençóis de tecido fino, móveis de boa qualidade, o armário no canto, o criado mudo ao lado da cama de casal, a escrivaninha, tudo parecia mais antigo que o dono, mas muito bem conservado. Don Giovanni já chegou tirando o casaco pesado, o paletó, jogando-os na cama, afrouxou a gravata. O outro homem permaneceu perto da porta que fechou ao entrar.

       - Este é meu quarto, o que acha? – sentou-se na cama.

       - Porque me trouxe aqui?

       - Para conversar. Sente-se. – deu umas palmadinhas na cama, convidando-o o sentar-se ao seu lado. – Venha. – disse sedutor.

       Como não queria mais problemas aceitou o chamado, ainda meio relutante sentou-se na cama ao lado de Don Giovanni.

       - Sei que não é burro, já deve ter percebido que sou muito rico. Tem ideia do que eu faço para viver? – disse começando á mexer nos cabelos de Chandler.

       - É um criminoso? – disse meio que dando de ombros.

       - Não, eu forneço o que os criminosos precisam. Armas, drogas, tanto faz. Sou influente, posso comprar qualquer coisa, desde as mais raras obras de arte que você viu lá embaixo, até seres humanos, como você. – dizia frio, o que feriu profundamente Chandler.

       - Quanto pagou por mim? - disse com a voz fraca.

       - Não costumo falar disso com minhas crianças. . .

       - Eu não sou a receita federal. – disse ríspido – Embora eu tenha certeza que você não declara esse tipo de bem.

       Don Giovanni espantou-se por um momento com o atrevimento de Chandler, porém com um sorriso disse:

       - Trinta mil dólares americanos.

       Chandler ficara chocado com a resposta. Trinta mil era seu preço afinal.

       - Você foi o meu garoto mais caro. Mas vendo esses olhos verdes que você tem, acho que o investimento valeu a pena. – disse satisfeito pelo bom negócio feito.

       O garoto continuava calado, atordoado com as palavras de Don Giovanni. Robert Murphy havia matado seu pai e ainda ganhara trinta mil vendendo-o. Isso era demais para ele, tudo parecia um terrível pesadelo, queria acordar.

       - Oque foi? – perguntou Don Giovanni, notando o abalo que causara no garoto.

       - Isso não é justo. – sussurrou para si mesmo, mas alto o suficiente para que Don Giovanni ouvisse.

       - O que não é justo?

       - Tudo oque esta acontecendo comigo. – começou a chorar.

       - Ah, você devia viver num mundo tão idealizado, tão superprotegido, quase num sonho. Mas agora é hora de acordar para a realidade, queridinho, aquele mundo bonito das historias que seu pai contava não existe. Ele é feio, é cruel, para se viver nele é difícil, ninguém mais vai ajudar você. É hora de aprender a se virar sozinho e de ser um pouco cruel, como eu. – disse sério. – E a primeira lição é: “não confie em ninguém além se si mesmo.”.

       Ficara em silêncio analisando essas palavras. O mundo era horrível, lembrou-se que tudo isso estava acontecendo por culpa de Robert, aquele filho da mãe.

       De repente Don Giovanni levantara-se e pusera-se a andar pelo quarto.

       - Agora tem o seu presente de boas vindas. É um que dei a cada um dos garotos que comprei. – sorria – Já esteve na Canadá? Claro que não, algumas, partes são tão frias que não se pode andar sem treno, puxado por cães treinados, que tem sua própria hierarquia. De qualquer forma, quando o dono compra um cão novo, ele dá-lhe uma surra daquelas, para que ele saiba quem é o líder, para que não se esqueça de nunca quem manda.

       Chandler começou a tremer, levantou-se devagar da cama, olhava para Don Giovanni com uma expressão assustada.

       - Vicenzo, - dirigiu-se ao homem parado ao lado da porta que havia ficado quieto até agora. – mostra-lhe quem manda. - disse ao homem antes de sair pela porta, deixando os dois sozinhos.

 

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