Como hojé é dia das bruxas, aqui vai mais um dos meus contos de Terror.
"Não mexa com quem está quieto"
A hora da saída da escola era um caos de sons
e cores. Os vários alunos da escola São Jorge no ABC paulista ainda estavam no
portão, jogando conversa fora, era praticamente um ponto de encontro dos alunos
de salas diferentes. Meninos, meninas, usando a camisa polo azul com o logo da
escola, que compunha o uniforme da escola, conversavam é sombra das arvores da
calçada, alguns esperando o ônibus, alguns esperando os pais, alguns só matando
o tempo com os amigos.
Larissa descia a escada que levava á
calçada, um pouco atrasada por ter que resolver o problema com a passagem de
ônibus na secretaria da escola. Já alcançava a calçada quando avistou Janaína e
Pedro, seus amigos. Apressou o passo em direção á garota de cabelos loiros
compridos que lembrava uma Barbie, e
do rapaz magro e alto de cabelos castanhos claros.
- Demorei? – Larissa disse aproximando-se
da amiga.
- Que isso. – ela meneou a cabeça.
- Segura pra mim? – Larissa entregou para
a amiga os cadernos e livros e tirou do pulso um elástico com o qual prendeu os
longos cabelos negros.
- Vamos indo? – Pedro disse um tanto
impaciente.
Larissa terminou de prender os cabelos,
pegou os cadernos e os três começaram á caminhar pela calçada, se afastando da
propriedade da escola, indo em direção ao ponto de ônibus.
- Então, o que deu lá? – Janaina disse
interessada.
- Vou ter que fazer uma ficha nova para
pegar as passagens, mas como eu não trouxe um comprovante de residência, vou
ter que perder tempo na secretaria amanha de novo. Enquanto isso, - ela disse
ao mesmo tempo em que pararam no ponto de ônibus. – vou pagar a passagem em
dinheiro.
Ouviram o telefone celular de Pedro emitir
o alarme clássico de mensagens chegando e como sempre, Pedro se apartava do
mundo quando isso acontecia. Ele pegou o telefone, se afastou um passo e
começou á mandar e receber mensagens. As duas garotas começaram então á
conversar sobre banalidades de jovens, sobre o cantor teen do momento e coisas
assim. O ônibus chegou e aquele bando de pessoas entraram, como o ônibus ia em
direção ao centro, ao terminal, onde cada um iria pegar o ônibus para seu
respectivo bairro. Janaína e Pedro passaram o cartão magnético e Larissa pagou
com suas moedinhas. As meninas se sentaram juntas e Pedro sentou-se sozinho num
banco logo atrás, ainda mexendo no celular.
- O que vocês vão fazer hoje á noite? –
Pedro disse de repente.
- Eu não vou fazer nada. – Janaína disse.
- Hello! Prova de geografia amanha. –
Larissa disse. – Não sei de vocês, mas eu tenho que estudar, mais uma nota ruim
e meu pai vai tirar a internet.
- O Marcelo chamou a gente para ir na casa
dele hoje. – Pedro disse com o celular na mão. – Ele tava me mandando as
mensagens, parece que ele encontrou uma coisa e quer mostrar pra gente.
- Vamos! – Janaina disse animada, pois ele
era doida por esse Marcelo.
- Eu acho que não vou. – Larissa disse,
também não gostava muito de Marcelo.
- Por favor, vamos! – Janaina insistia.
- Eu vou. – Pedro disse.
- Ele vai. – Janaina disse por entre
dentes, enfatizando o ele.
Larissa olhou para Pedro e para Janaina.
Bom, era mais uma oportunidade de ficar perto de Pedro e de dar uma força para
a amiga que queria uma desculpa para ficar perto simplesmente do garoto mais
bonito da escola.
- Tudo bem, eu vou. Só espero que não seja
mais uma sessão de filmes de comedia idiota como “Todo mundo em pânico”.
Mudaram de assunto e em alguns minutos
chegaram no terminal de ônibus. Se despediram e cada um foi para um lado e
passaram a tarde em seus afazeres. Quando eram seis horas, quase noite, o
telefone de Larissa tocou, era Pedro dizendo que já estava saindo de casa, que
os dois se encontrariam no terminal. Janaina, como morava perto de Marcelo iria
a pé.
Beleza. Trocou de roupa, pegou sua bolsa e
disse para a mãe que iria na casa de uns colegas. Pegou o ônibus e desceu no
terminal. Pedro já esperava ela na plataforma, e como sempre acontecia quando
os dois se encontravam sozinhos, sentiu um friozinho na barriga.
- Oi. – ela disse e se cumprimentaram com
um beijo estalado que só acontecia quando não tinha ninguém da escola perto.
- Vamos que eu recebi uma mensagem da
Janaina e ela já esta lá.
Pegaram o ônibus e sentaram-se lado a
lado, de mãos dadas. Sim, eles tinham alguma coisa, mas era escondido, um
segredo interno que já existia á um tempo. Desceram no ponto de ônibus perto da
casa de Marcelo e subiram a rua. Tocaram a campainha e Marcelo abriu a porta da
casa. Marcelo era uma mistura de sangue italiano e japonês, o que o deixou um
garoto de rosto exótico, de olhos puxados, verdes, cabelos negros lisos bem no
estilo Keanu Reeves.
- E ai? – ele disse cumprimentando Pedro
com o costumeiro aperto de mão e um beijinho no rosto de Larissa.
Ela olhou para Janaína e tentou ignorar o
fato de que ela disfarçadamente limpava o batom borrado dos lábios.
- Tudo bem? – ela forçou um sorriso.
- Tudo ótimo. – ele sorriu e olhou de
esguelha para Janaina que retribuiu o olhar com um sorrisinho infantil.
“Que
ótimo.”, ela pensou. Todos entraram na casa que aparentemente estava vazia,
os pais de Marcelo estavam viajando, ou seja, ali dentro ele fazia a festa.
Foram conduzidos até a sala e enquanto caminhavam, Larissa puxou Janaina de
canto e cochichou
- O que ele queria mostrar pra gente?
- Eu não sei, nos estávamos. . . ocupados
no quarto dele. – ela disse baixo desviando o olhar.
- Sei. – ela comentou.
Continuaram o caminho ate a sala. Era um
cômodo grande, com moveis de madeira antiga mas bem cuidada. Os objetos de
decoração eram herança de família. Havia dois sofás no meio da sala com uma
mesinha de centro redonda no meio, havia na mesa uns copos e um engradado de
cerveja com 12 unidades.
- Vão sentando e se ajeitando, eu vou
pegar o negocio que eu achei e já volto.
E saiu da sala deixando o trio. Pedro e
Larissa se sentaram e um dos sofás e Janaina sentou-se sozinha no outro, claro,
cada um com seu par.
- Eu não to gostando disso. – Larissa
sussurrou para Pedro.
- Que isso, relaxa. – ele se inclinou e
pegou uma latinha de cerveja. – Não seja tão. . . – ele hesitou.
- Tão
oque? – ela disse um tanto ríspida.
- Chata. – ele completou. – Você sai uma
vez na vida, outra na morte e quando sai fica com essa cara. – ele abriu a
cerveja e tomou um gole.
- Uma casa vazia, dois casais, birita. –
ela contou nos dedos. – Se não for o que eu to pensando, então minha mente é
muito poluída.
- Por favor, dá pra vocês dois não
atrapalharem tudo?! – Janaina disse olhando por cima do ombro e falando baixo.
– Finalmente eu tenho uma chance com esse garoto e vocês dois não vão ficar de
briguinha bem agora. Então será que dá, pelo menos uma vez na vida, para vocês
serem duas pessoas normais? Obrigada!
Pedro e Larissa ficaram calados diante
dessa pequena explosão da amiga e Larissa mais do que Pedro, pois as duas era
amigas desde que se conheciam por gente e ver que sua amiga brigava com ela por
meia hora de amasso com aquele garoto idiota era mortificante.
- Você é muito idiota. – Larissa disse com
um tom decepcionado na voz.
Ela tinha razão em dizer isso, pois além
de conhecer a amiga, ela conhecia Marcelo, já ouvira esse texto antes e sabia
por experiência própria que ele não valia nada quando se tratava de meninas e
agora a bola da vez era Janaina. Não iria dizer uma palavra, se ela queria
quebrar a cara, que fizesse isso sozinha.
- Pronto. – eles ouviram a voz de Marcelo
se aproximando da sala.
Todos se viraram e viram ele aparecer na
porta, trazia uma placa numa mão e um triangulo de madeira com um buraco no
meio na outra mão. Ele tinha um sorriso no rosto quase infantil, como se
tivesse descoberto um tesouro.
- Vocês vão adorar isso. Tira as brejas da mesa. – ele disse para Pedro
que rapidamente tirou as cervejas e as colocou no aparador ao lado.
Com um movimento rápido, Marcelo colocou
em cima da mesa a placa em cima da mesa. A placa era fina, quadrada, não muito
grande, tinha o alfabeto impresso em arco em caligrafia medieval, números de
zero á nove, a palavra sim numa
extremidade e não na outra, olá
e adeus, além de vários símbolos
exotéricos com pentagramas, luas, caveiras e outros símbolos que não conheciam.
- Cara, isso é. . . – Pedro disse animado.
- É sim. – Marcelo disse.
- Onde você encontrou isso? – Pedro
perguntou.
- A minha mãe recebe uma caixas dos
vizinhos com objetos e roupas para doação no bazar beneficente que ela monta de
vez enquanto e isso aqui estava em uma das caixas.
- Legal. – Janaina disse.
Larissa se levantou, pegou sua bolsa no
sofá e colocou-a a tiracolo.
- O que você tá fazendo? – Pedro disse
vendo Larissa se preparar para ir embora.
- O que você acha que eu to fazendo? – ela
respondeu ríspida. – Vou embora.
- Mas. . .
- Alguns de vocês tem consciência do é
essa coisa? – disse apontando para a placa.
- È uma tabua ouija. – ele disse lógico
- Então sabe pra que ela é usada.
- Claro que sei, e é demais. – ele sorriu
animado.
- Não, não é, é estupidez. – ela disse um
tanto nervosa. – E eu que achava que uma suruba era o pior que ia acontecer
hoje.
- Sua amiga é meio esquisita. – Marcelo
disse para Janaina. – Olha, eu li que é preciso quatro pessoas para mexer com
essa coisa.
- Foi por isso que você chamou a gente? –
Larissa disse revoltada. – Eu devia saber.
- Olha, - Pedro disse com voz amena se
levantando também e se aproximando da Larissa.
- É só um jogo.
- Você sabia disso, não é? – ele deu de
ombros. – Você sabe que eu não gosto dessas coisas.
- Fica. – ele disse fazendo um olhar de “gato de botas” que ele normalmente
fazia quando ele queria que ela fizesse algo que ela normalmente não faria em
sã consciência.
O olhar deu certo. Emburrada, ela voltou a
se sentar, seguida de Pedro e disfarçadamente fez um sinal de positivo para
Marcelo.
- Bem, sem nenhuma interrupção se
possível, vamos começar. - Ele colocou o ponteiro com o buraco no meio bem no
centro da tabua. – Agora, todo mundo coloca um dedo encima do ponteiro.
Janaina, Pedro e Marcelo rapidamente se
posicionaram, mas Larissa hesitou.
- Qual é? – Marcelo exclamou.
Com um olhar nada contente, Larissa colocou
o dedo indicador no ponteiro como os demais.
- Muito bem, vamos todos nos concentrar. –
Marcelo disse assumindo um tom de voz serio, que não combinava nada com ele. –
A pergunta de praxe, “Tem alguém ai?”.
Fez-se silencio mas o ponteiro não se
mexeu.
- Tem alguém ai? – ele repetiu, mais uma
vez fez se silencio e o ponteiro não se mexeu.
- Isso é uma besteira, eu vou embora. –
Larissa disse e tirou o dedo do ponteiro.
Nesse momento o ponteiro se mexeu, fazendo
o barulho do atrito da madeira. Ele foi até a palavra não.
- Viram isso? – Marcelo disse animado,
Janaina estava com os olhos arregalados.
- Você mexeu. – Larissa argumentou.
- Eu não. – ele disse ofendido.
- Acho que não quer que você saia. – Pedro
disse.
- Serio? – ela respondeu em tom irônico e
o ponteiro se mexeu outra vez, indo para a palavra sim.
Ela
bufou e colocou o dedo no ponteiro de novo.
- Beleza, - Marcelo disse agora com um
sorriso triunfante. – Qual é seu nome?
O ponteiro não se mexeu. Esperou mais um
pouco e repetiu a pergunta, nada.
- Talvez ele queira falar com uma menina.
– ele ponderou. – Janaina?
Com um sorriso ela se ajeitou e perguntou
com sua voz fina.
- Qual é seu nome?
Nada.
- Bem que ele podia dizer com quem quer
falar, não é? – ela sussurrou para Pedro.
Para sua surpresa, o ponteiro começou a se
mexer pela tabua. L – A – R – I – S – S –A.
- É
acho que ele quer falar com você. – Marcelo disse.
- Tá brincando. – ela riu um tanto
nervosa.
- Faz as perguntas. – Janaina disse.
- Não quero mexer com quem tá quieto!
- Tenta!
- Tá bom. – ela disse. – Qual é o seu
nome?
O ponteiro começou á se mexer pela tabua.
Larissa observava tudo com olhos arregalados. E no fim, surgiu a palavra ROBSON. Nesse
momento ela soltou o ponteiro outra vez.
- Isso é um golpe muito baixo, Janaina.
- Eu não disse nada para ninguém, eu juro.
– ela protestou.
- Quem é Robson? – Pedro perguntou para a
garota.
- Quando eu era pequena, eu tinha um amigo
imaginário, Robson.
- Que coisa de nerd! – Marcelo exclamou
totalmente sem tato e ganhou um olhar fulminante de Larissa.
- Eu não me lembro muito bem dele, só me
lembro que era grande, quero dizer, não era criança, mas não era adulto, era
como a gente é agora. – ela hesitou e engoliu em seco. – Mas ele sumiu muito
tempo atrás, depois que minha mãe me levou numa benzedeira.
- Era um espirito? – Pedro disse mais
animado ainda.
- Eu não sei. – ela disse.
- Vai falando com ele.
- Como vou saber se isso é real? – ela
disse. – E como saber se é o mesmo Robson?
O ponteiro se moveu outra vez, SOU EU SIM.
- Isso é demais. – Marcelo não se
aguentava.
- Se é você, onde esteve esse tempo todo?
– Larissa perguntou.
SEMPRE ESTIVE PERTO.
- Que bom, você tinha um espirito na sua
cola o tempo todo. – Pedro disse com um sorriso.
- Muito bem, Robson, tem alguma coisa que
você gostaria de dizer? – Larissa disse.
SAIA DAI AGORA.
- Oque?
SAIA DAI AGORA, EU NÃO SOU O ÚNICO QUE
QUER CONVERSAR.
- Como assim? – perguntou intrigada.
TOC TOC.
Nesse momento ouviram o som de duas
batinhas na porta. Os quatro se entreolharam assustados.
- Alguém bateu na porta. – Janaina disse
assustada.
Marcelo se levantou e caminhou até a porta
e a abriu. Não havia ninguém do outro lado.
- Não tem ninguém. – ele exclamou da
porta.
Nesse momento, uma corrente de vento entrou
pela porta, pegando os jovens de surpresa. Foi difícil para Marcelo conseguir
fechar a porta com aquele vento, tanto que Pedro teve que correr para ajuda-lo.
Quando os dois meninos voltaram á sala, se deparam com as meninas recolhendo os
objetos que de alguma forma caíram das prateleiras, mas incrivelmente, a tabua
ouija e o ponteiro nem se mexeram.
- Tá bom, né? Eu acho que já deu. –
Larissa disse colocando um vaso de volta na cômoda.
- Claro que não, esse negocio de falar com
o além é demais. – Marcelo argumentou.
- Se você não reparou é comigo que esse
povo quer falar, a questão, cabeção, é que eu não to a fim de falar com esse
povo.
- Quando eu pesquisei sobre essa tabua, eu
li que eles escolhem a pessoa com maior poder psíquico da roda, no nosso caso,
você. Qual é, sem você talvez não funcione.
- Que desculpa esfarrapada é essa? – ela
respondeu indignada. – Não existe essa coisa de fantasma, isso tudo é uma
brincadeira arquitetada por vocês dois - ela apontou para Marcelo e Janaina. –
somada á esse cara ser impressionável. – apontou para Pedro – Eu to dizendo, se
tivesse algum fantasma aqui, ele não ia brincar de ABC numa tabua!
Ouviram nesse momento um barulho em um
ponto distante da casa, como de alguma coisa muito pesada caído no chão.
- O que foi isso? – Janaina disse.
- Shhhh. – Larissa disse. – Ouviram isso?
Todos pararam para ouvir e notaram um som,
vinha do andar de cima, era como passos andando para lá e para cá.
- Você disse que não tinha ninguém aqui! –
Pedro disse baixo para Marcelo.
- E não tem. – ele se defendeu.
O som dos passos começou á descer a escada
e os quatro se entreolharam assustados.
- Eu disse que não queria mexer com o que
estava quieto. – Larissa disse.
- Quieta! – Marcelo disse e começou á se
afastar do grupo, em direção a cozinha, onde a escada estava fora do campo de
visão de quem estava na sala. Ainda ficando á vista dos amigos, ele parou e
olhou para a escada meio relutante. Então ele se virou para o grupo com um
sorrisinho.
- Não tem nada ali.
Nesse momento um vulto passou atrás dele e
as meninas gritaram. Era um vulto, uma sombra sem forma definida, mas era algo
com certeza. Apavorado, Marcelo correu para onde os amigos estavam.
-
Mas o que foi isso?! – Larissa exclamou.
Ouviram o som da madeira sendo riscada e
olharam para trás, o ponteiro havia se movido sozinho e estava no olá. Ouviram então um grito horrível na
sala, quase um urro animalesco. Que apavorou á todos.
- Eu não sei de vocês, mas eu vou embora. –
Pedro pegou Larissa pelo braço apertando forte e foi caminhando em direção da
porta, arrastando a garota.
Ele abriu a porta e saiu arrastando a
garota pela rua.
- Pedro. – ela dizia quase tropeçando. – Você
tá me machucando.
Ele estava muito estranho. Não dizia uma
palavra e continuava arrastando a garota rua abaixo. Passando batido pelo ponto
de ônibus.
- Pedro! – ele continuava a arrastando. –
O ponto de ônibus é ali atrás, Pedro!
Então ele parou e jogou a garota de
encontro á um muro de concreto e ficou na frente dela. Ele respirava de modo
estranho. E havia algo como uma penumbra em seus olhos.
- Pedro, o que você tá fazendo.
- Aquele moleque idiota tinha razão,
falamos através da pessoa com um poder psíquico maior, mas não era você, era o
seu amiguinho. – a voz soou sussurrada, e não era a voz de Pedro.
- Quem é você? – ela disse gelada dos pés á
cabeça e recebeu uma risada sinistra como resposta.
- Eu avisei para sair, você não quis, eu
tive que fazer aquela cena.
- Robson?
- Temos assuntos inacabados. Você não
devia ter deixado me expulsarem daquele jeito, sabe quanto tempo esperei que
você abrisse uma brecha?
- Eu não tenho nada, vai embora e deixa o
Pedro em paz.
- Por que não vamos dar uma volta, você e
eu? – ele a pegou pelo braço novamente e continuaram á descer a rua.
Desde esse dia, nunca mais ninguém viu
Larissa nem Pedro. Muitos acreditaram que os dois fugiram juntos para se casar,
mas Marcelo e Janaina achavam que algo havia acontecido com os dois depois de
terem mexido com o que não conheciam.
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