Como hoje é dia 22 de Abril, Dia do Descobrimento do Brasil, nada mais justo do que fazer uma resenha de um livro nacional, e não me ocorre melhor livro para isso do que simplesmente um dos melhores livros nacionais que eu já li, "Dom Casmurro", de Machado de Assis.
Sinopse
Bento é um homem velho e amargo, sem amigos ou familia, vivendo na solidão de sua casa. Todos o chamam de Dom Casmurro, que quer dizer, calado, emburrado, amargurado. Agora no fim da vida, lhe ocorre escrever um livro, mas não lhe ocorre nenhum tema. Ele então recorda sua infancia e juventude e decide colocar no papel sua própria história. Ele se lembra de Capitu, uma garota linda por quem era apaixonado. Garota singular, cheia de segredos e muito dissimulada e esperta. Ele a ama e quer ficar com ela, mas por conta de uma promessa feita por sua mãe, Bento deve ir para o seminario e se tornar padre. Não havendo jeito, para o seminario ele vai e lá ele conhece Escobar, jovem que acaba por se tornar seu melhor amigo. Os dois não se tornam padres.
Quando anos depois Bento volta para casa e reencontra seu antigo amor, não tarda a chama se ascender denovo e logo Bento e Capitu se casam. Tudo parece muito bem, Bento tem a mulher que ama, um amigo valoroso, mas não tem filhos, e ele se sentia muito mal por isso, ele sentia que sua vida só estaria completa quando tivesse um filho, e logo Ezequiel nasce... exatamente como Escobar.
Bento, desconfiado, começa a ter um ciumes descontrolado de Capitu, e nada tira de sua cabeça que de ela o traíra com Escobar.
Minhas Impressões
Livro escrito no século XIX, tem toda a ambientação do Rio de Janeiro daquela época. É um romançe escrito em primeira pessoa (uma dos únicos assim que eu gosto) contado pelo ponto de vista de alguém atormentado pelos erros cometidos e que não podem mais ser consertados, pois todas as pessoas envolvidas já haviam morrido, e tudo o que lhe resta agora é a amargura e a duvida se realmente houve ou não houve a traição da esposa e do amigo tão queridos.
Essa duvida aliás, que o autor Machado de Assis deixou em aberto propositalmente deu certo, pois essa duvida é o tem movido essa obra através das decadas, e nas discuções mais acirradas sobre literatura sempre pipoca a pergunta: Capitu traiu ou não traiu?
Na minha singela opinião, acho que sim, Capitu era uma vadia, sem duvidas, mas a traição com Escobar não teria se dado desse jeito. Como Bento havia expressado propriamente sua vontade de ter filhos e como já haviam se passado anos de casamento sem que Capitu ficasse grávida nenhuma vez, creio que em comum acordo Escobar e Capitu ficaram para que pudessem dar á Bento o que ele tanto queria, um filho. Foi meio que uma traição por amor.
E é ai que uma outra característica dessa obra que me deixa bastante intrigada aparece: Só eu percebi que Escober era meio, sei lá, amiguxo demais de Bento??? Sério, tem certos trechos que tipo, fiquei sem saber ao certo se ele se doeu mais pela possivel traição de Capitu ou a de Escobar.
Porquê você deve ler?
É um livro muito lindo, escrito de forma muito poética, coisa da qual sinto muita falta nas obras de hoje em dia. Intrigante, apaixonante, a oportunidade perfeita de ler uma Obar de Arte de verdade, escrita numa época em que as pessoas tinham que se esforçar para que suas obras fossem levadas á serio.
recomendo, e como recomendo
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