Eu sei que estou relapsa com o blog, podem xingar. kkkk. Mas para me redimir, trago para vocês o prefacio que eu acabei de escrever de um livro em construção. É serio, acabei de escrever, mais novo do que isso impossível, e vocês meu leitores, podem ler em primeira mão o prefácio de "Boa noite, Sam."
Boa noite, Sam
Prefácio
Maggie parou em frente á porta do quarto
de Sam. Estava com a mão na maçaneta pronta para girar, mas não conseguia.
Estava ali parada como que congelada. Ela sabia que ela tinha que abrir aquela
porta e entrar, que ela tinha que vê-lo, abraçá-lo, beijá-lo. Ela sabia que ele
deveria estar terrivelmente amedrontado, deveria estar com raiva, com medo, e
que só ela podia confortá-lo. Maggie Brown sabia de tudo isso, mas mesmo assim,
não conseguia entrar naquele quarto de hospital. Não assim. Ela não queria que ele
a visse chorando, ela tinha que ser forte por ele agora.
Com um suspiro profundo, ela espantou o
resto das lagrimas que teimavam em rolar pelo seu rosto delicado. Seus olhos
estavam vermelhos, claro, mas ela pensaria em uma desculpa para isso. Ela girou
a maçaneta da porta e entrou.
Sam estava dormindo com o rosto virado
para o outro lado e os cachos negros do cabelo dele caiam por cima de sua testa
de forma displicente. Maggie se aproximou e sentou-se na poltrona reclinável
branca que havia ocupado nas ultimas noites. Ela sentia o cheiro estéril comum
de Hospitais (éter, desinfetante e álcool),
o que lhe embrulhava o estômago. Ela nunca fora muito fã de Hospitais, e aquele
tipo de cheiro fazia ela se lembrar de suas consultas médicas quando era
criança. Esse é o tipo de coisa que persegue uma pessoa para o resto da vida,
ela pensou nessas associações de cheiros e texturas que experimentamos quando
crianças. Ela fechou os olhos e prestou atenção no bipe do monitor cardíaco, a
ridícula máquina que marcava os batimentos do frágil coração dele. Ela a
odiava. Odiava, pois sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria ficar
silenciosa.
Maggie inclinou-se na poltrona para
ficar mais perto do leito e afastou uma mecha do cabelo de Sam delicadamente e
ele começou á se mexer, indicando que estava acordando. Rapidamente a garota
esculpiu um sorriso no rosto, o que para ela foi mais dolorido do que fazer
suas três tatuagens. Sam virou o rosto devagar, na direção de onde vinha o
toque em seu rosto e abriu os olhos.
Maggie mordeu o lábio inferior para não
chorar. Seus olhos eram de um azul intenso e magnifico, como tudo nele. Sua
pele era branca e pálida, o que ressaltava suas olheiras, ele estava
visivelmente doente e cansado, sem duvida, mas ela não podia negar que ele
estava lindo, maravilhosamente lindo. Ele então sorriu para ela, um sorriso
alegre, solto, bem do jeito dele, como ele costumava sorrir quando os dois
acordavam juntos e abraçados.
- Oi, Sam. – ela disse com uma voz baixa,
como se ele ainda estivesse dormindo. Se aproximou e beijou os lábios dele num
beijo estalado e rápido, mas manteve-se perto com a testa encostada na dele e
afagando seus cabelos negros. – Como você está hoje? – ela perguntou forçando
um tom casual e ameno.
Ele não disse nada, só olhava no fundo
dos olhos verdes dela e sorria. Ficaram em silêncio por um breve momento até
que ele abriu a boca, mas não para responder a pergunta de Maggie, mas para
começar a cantar em um tom de sussurro.
- “Feche
os olhos e eu te beijarei. Amanhã sentirei sua falta. Lembre-se que sempre
serei verdadeiro. – era “All my
Loving”, dos Beatles, ele adorava os Beatles - E enquanto eu estiver longe, escreverei para casa todos os dias e
mandarei todo meu amor para você. – Sam parou um momento e respirou fundo
como se cantar estivesse drenando todas as suas forças. Maggie quis que ele
parasse, pois se ela começasse á chorar na frente dele ela não seria capaz de
parar. Ele continuou - Fingirei que
estarei beijando, esses lábios dos quais sinto falta, torcendo para que meus
sonhos se tornem realidade. – Ela notou que os olhos dele estavam marejados
de lagrimas e o resto da musica saiu tremida e vacilante. - E enquanto eu estiver longe, escreverei para
casa todos os dias e mandarei todo o meu amor para você...”. – ele é
interrompido pelos lábios de Maggie pressionando os dele num beijo molhado,
pois ela já estava soluçando de chorar.
Ela tocou o peito dele e ele estremeceu,
ele ainda estava dolorido da cirurgia daquela semana e ela podia ver por uma
fresta no avental dele o curativo bem no meio de seu peito. Ele se mexeu um
pouco no leito, indo mais para a beira oposta, dando a deixa que ele queria que
Maggie deitasse ali junto com ele. Ela assim o fez. Os dois estavam deitados de
frente um para o outro, de mãos dadas, sem dizer nada. Ela não precisava
perguntar para saber que o médico já havia dado as “noticias” para ele, do mesmo jeito que ele havia dado á ela antes
de ela entrar no quarto. Ela odiava aquele médico. A frase “Talvez ele não sobreviva á esta noite...”
ainda ecoava em sua cabeça como a buzina de um caminhão.
No entanto, Sam não parecia estar com
medo. Sam não parecia estar com raiva ou nada disso. Quando ela entrou naquele
quarto, ela esperava encontra-lo chorando, gritando ou totalmente depressivo,
mas tudo o que ela via em seus olhos era paz. Calma, pura e terna paz. Ele
sabia o que iria acontecer e ele estava em paz. Ela o odiou por isso, pois ela
não estava em paz. Não era justo que ele estivesse tão calmo enquanto ela
estava em vias de arrancar os próprios cabelos loiros á unha.
Sam sorriu para ela outra vez.
- Vamos fingir que você vai voltar
amanhã... – ele sussurrou com o sorriso mais doce que Maggie já havia visto em
seu rosto. Em outra circunstância ela teria se derretido toda, mas aquele
sorriso era doloroso demais.
- Eu vou voltar amanhã. –
Maggie o interrompeu bruta. Ele só sorriu outra vez.
- Vamos fingir que você vai voltar
amanhã para me levar para casa. – ele concluiu, segurando a mão dela forte. –
Sabe qual vai ser a primeira coisa que eu vou fazer quando chegar em casa? –
Sam sorriu e Maggie pode ver seus olhos brilhantes de lagrimas outra vez, mas
ele sorria ainda, sempre mais forte do que ela. – Vou abraçar o Mamute. – ele
se referia ao seu cão Golden Retriver.
- Aquele pulguento sente sua falta. –
ela comentou sorrindo junto com ele.
- E ai, podíamos fazer um piquenique no
parque, soube que amanhã vai ter sol o dia inteiro. – ele continuava a
descrever um dia perfeito que eles nunca teriam. – Vamos nos sentar embaixo de
uma daquelas arvores e rezar para que nenhuma abelha nos encontre. – ele sorria
animado e ela decidiu dar corda. Por que não? Ele estava morrendo, ela podia
deixa-lo feliz.
- Acho que o Vince podia me dar o dia de
folga. – ela sorriu forçadamente. – Vamos passar o dia inteiro juntos.
- Poderíamos comprar um pedaço de bolo
daquela confeitaria...
- Aquele de chocolate com recheio de
abacaxi. – ela soluçou. – Arrumar a bagunça dos seus discos velhos e
empoeirados...
-
Fazer amor. – ele suspirou.
Os
dois ficaram em silêncio. Tudo era silêncio. A realidade do que estava
acontecendo acertou Maggie como um soco no estômago.
- É, esse teria sido um ótimo dia. – ele
fechou os olhos azuis, estava tão cansado, e Maggie não pode refrear o
pensamento de que nunca mais os veria abertos.
Ele estava morrendo. Ela então percebera
que não haveriam mais musicas dos Beatles, que não haveriam mais piqueniques no
parque, e definitivamente jamais comeria bolo de chocolate com recheio de
abacaxi outra vez. Samwise Olsen a estava deixando.
- Eu te amo, sabia disso? – ele disse
sussurrando.
- Eu sei. – ela soluçou. – Eu também te
amo.
- Fica comigo até eu dormir? – ele
implorou daquele modo infantil. Como resposta ela o beijou outra vez.
- Com certeza. – ela ouvia a respiração
dele – Vou estar aqui quando você acordar.
Maggie já não se importava de chorar
copiosamente. Não era justo. Simplesmente não era justo. Tudo o que ela
conseguia pensar era que Sam estava desaparecendo no ar na frente de seus olhos
e que ela era fraca demais para fazer alguma coisa á respeito. Naquele momento
ela odiava muitas coisas: odiava aquele hospital fedorento; odiava o bipe
ridículo daquela maquina; odiava o medico sem tato; odiava William, o pai de
Sam; mas acima de tudo, naquele momento odiava a si mesma. Ela tinha tantas
coisas que gostaria de dizer para Sam, mas todas as palavras morreram em sua
garganta. Ela que deveria ser forte para confortá-lo, era fraca, e era o
próprio Sam quem á confortava. Isso não era certo.
Ela sabia que ele adormecera agora por causa
dos remédios para dor e ela não queria acordá-lo não havia porquê. Ficou ali,
ao lado dele, vigiando seu sono tranquilo e assim ficaram pelo resto das duas
horas de visita. Quando uma enfermeira entrou no quarto para a troca do
curativo, Maggie tomou isso como a deixa para ir embora. Ela beijou a testa
dele suavemente.
- Boa noite, Sam. – ela sussurrou no
ouvido dele. – Até amanhã.
Ela se levantou, voltou á poltrona,
pegou sua jaqueta de couro e sua mochila e saiu do quarto, fechando a porta
atrás de si. Ela caminhou alguns passos em direção ao corredor quando ouviu
algo que chamou sua atenção, uma comoção, uma correria e vozes exaltadas.
Maggie se virou á tempo de ver mais
enfermeiros e médicos correndo em direção ao quarto de Sam e entrando
tempestivamente. Ela desmoronou ali mesmo, caindo de joelhos no chão, arqueando
as costas enquanto chorava. Ela sabia, sentia em seu coração, era exatamente
como ele havia dito: “Meu coração é seu,
quando ele parar de bater, você saberá.”.
E ai, gostaram? espero que sim!
Para quem ficou curioso, esse é o link para quem quiser ouvir a misica que Sam canta para Maggie
Beijusssss
Caaaaaaaaramba, perfeito. Tu escreve muito bem. Quero um amor como o Sam kkkkk deviam fabricar meninos com ele.
ResponderExcluirTô seguindo o blog.
http://www.batmangypsy.blogspot.com.br/
Adorei!! Muito bom! Tadinho do Sam e tadinha dela. :'(
ResponderExcluirVocê vai postar a continuação no blog? *-*
Beijos,
Laury
já estou postando!!! ;)
ExcluirNu, ameeei *o* parabéns.
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